Por Almir Cezar Filho
O Marxismo não se constitui como uma ciência própria, nem tão como uma "escola" a cada uma das ciências. Funda-se como uma construção alternativa nas ciências (e não alternativa à Ciência), especialmente as ciências sociais e humanas (mas não somente). Inclusive negando a compartimentalização, a departamentalização, de base positivista, que sedimenta a atuação academicista das ciências na contemporaneidade. Busca-se a interpretação do real, e não do idealizado, a partir dos fundamentos dos sujeitos e das relações, e da totalidade que estes se inserem.
Marx (e Engels) quando construía O Capital e suas obras antecedentes, classificava-a como "crítica da Economia Política". A Economia Política era o núcleo duro. Marx não a classifica como "antieconomia" ou Economia Política dos proletários, muito menos como Economia Política de Marx (marxista). Ao contrário, de von Mises e a Escola Austríaca que pretendem negar toda a Ciência Social, inclusive a própria Economia, fundando sem nenhuma base científica a tal Praxeologia.
Assim, do ponto de vista teórico, a controvérsia marxista da Economia Política (principalmente, as crises cíclicas e estruturais, a transformação nas formas do capital e a regulação da produção) não são resolvido pelo seu estudo independente, quer dizer nela própria, mas conjuntamente com as análises da teoria marxista da História e esta pela teoria da Revolução, e num círculo virtuoso, na teoria da Economia Política. A solução da crise social passa pela superação do modo de produção capitalista, superação que se dá pela ação consciente da classe trabalhadora, quando esta supera sua consciência capitalista.
Mas essa construção alternativa marxista se faz em duas bases: um metodológica e outra ontológica, ao menos nas ciências sociais. A primeira, por meio da "dialética", na verdade, do materialismo dialético; a outra, por meio da categoria "trabalho".
A Dialética para Marx e Engels
A dialética se opõe à metafisica e ao idealismo por completo.
Engels e Marx “pegam o ‘núcleo racional’ de Hegel, mas
rejeitam a sua parte idealista imprimindo-lhe um caráter científico
moderno”.
Primeiramente, para o Idealismo as coisas da realidade são reflexos
das ideias. Durante séculos, a filosofia e em consequência a
ciência, por sua vez as ciências sociais, seguiam tal visão, ou o
Materialismo. E para Materialismo, o método frequentemente usado
para se opor, as coisas constitui o elemento primário sendo que as
ideias que se produzem são apenas o reflexo automático do real,
mas tal forma de ver, permite a conclusão que as ideias representam
fielmente o mundo material.
Hegel inova trazendo a filosofia e logo para a ciência social, a
ideia da dialética. No idealismo dialético de Hegel o movimento
das coisas é o resultado das contradições que existem nas ideias.
O movimento se dá pela existência de contradições, logo de
oposições.
Opondo-se a Hegel, o filósofo Feuerbach afirma que o movimento das
coisas constitui o elemento primário e as contradições que se
produzem nas ideias são apenas o reflexo automático do movimento
real.
Karl Marx e, seu parceiro intelectual e de lutas, Friedrich Engels
descobrem a partir da síntese dos métodos anteriores, o
Materialismo Dialético, que afirma que o movimento das coisas
constitui o elemento primário e as contradições que se produzem
nas ideias são apenas o reflexo do mundo real, mas Marx lembrando
bem, pode interferir no mundo real a partir dos sujeitos portadores
dessas ideias.
O modo dialético de pensamento pondera que nenhum fenômeno natural
(físico, químico ou biológico) ou social será compreendido se
analisado isoladamente e independente dos outros. Eles são processos
e não coisas perfeitas; estão em constante movimento,
transformação, desenvolvimento e renovação e não em estagnação
e imutabilidade.
O mundo não pode ser entendido como um conjunto de coisas
pré-fabricadas, mas sim como um complexo de processos. Estes estão
em três fases: tese, antítese e síntese. Pela contradição das
duas primeiras (tese e antítese) surge a terceira (negação da
negação) que representa um estágio superior. Esta, por sua vez,
será negada, surgindo uma nova síntese e assim por diante. E
importante lembrar que a antítese não é a destruição da tese,
pois se assim fosse não haveria progresso. O processo de
desenvolvimento resultante com a anterior acumulação de mudanças
quantitativas apresenta evidentes mudanças qualitativas. Assim,
vemos que o desenvolvimento não segue um movimento circular, mas sim
progressivo e ascendente indo do inferior ao superior.
Por exemplo, no fenômeno biológico da evolução da girafa, temos
por tese a espécie de girafa de pescoço curto, por antítese as
folhagens em galhos altos nas copas das árvores, por síntese
teremos as girafas de pescoço longo. Ou por exemplo animais
herbívoros, como uma gazela africana, e um predador carnívoro como
um felino corredor, como síntese será gazelas mais rápidas para
fugir dos ataques dos felinos. Tal qual, nos fenômenos sociais da
evolução da sociedade processa-se da mesma maneira.
Na evolução das diversas etapas do desenvolvimento social, como por
exemplo, a escravagista da sociedade humana, deste tem como tese:
classe dos senhores; como antítese: contra eles a classe dos
escravos; em consequência teremos como síntese: o feudalismo, a
etapa seguinte da sociedade. Da mesma forma, na sociedade sucedânea,
a feudal, constituída da classe dos barões (os senhores feudais) e
dos servos (servos da gleba), a dialética prossegue. Tese: classe
dos barões; Antítese: contra eles a classe dos servos; e Síntese:
a sociedade capitalista. Por fim, o mesmo acontece com o capitalismo,
Tese: capitalistas burgueses, Antítese: contra eles os
proletariados, e Síntese: sociedade comunista.
Materialismo Histórico
Como base ao
método filosófico materialista dialético, Marx e Engels
desenvolvem um teoria geral para as ciências
sociais, o Materialismo Histórico, que
vem sendo aperfeiçoado até hoje pelos cientistas sociais da
corrente Marxista, embora
pensadores de outras correntes e escolas utilizem com frequência
muitos elementos e categorias.
Segundo Marx, o homem e suas atividades são
reflexos das condições materiais que o cercam que são determinadas
pelas relações sociais mais básicas de uma
época e lugar, associadas à produção.
No atual estágio da vida social humana são determinadas pela
História, isto é, são
resultados do confronto
de classes sociais antagônicas que lutam pela hegemonia. A luta de
classes é o
motor da história e só desaparece com a instalação de uma
sociedade comunista, sem divisão de classes ou exploração do
trabalho, e baseada na solidariedade. O Estado que é o instrumento
pelo qual a classe dominante exerce essa hegemonia, na sociedade
comunista b desaparecerá. Assim, pode-se classificar o estágio
anterior ao aparecimento da luta de classes, de Pré-história, e a
sociedade comunista futura de Pós-história.
A história do homem é a história da luta de classes. A evolução
histórica se dá pelo antagonismo irreconciliável entre as classes
sociais de cada sociedade. Foi assim na escravagista (senhores de
escravos — escravos), na feudalista (senhores feudais — servos) e
assim é na capitalista (burguesia — proletariado). Entre as
classes de cada sociedade há uma luta constante por interesses
opostos, eclodindo em guerras civis declaradas ou não. Na sociedade
capitalista, a qual Marx e Engels analisaram mais intrinsecamente, a
divisão social decorreu da apropriação dos méis de produção por
um grupo de pessoas (burgueses capitalistas) e outro grupo
expropriado possuindo apenas seu corpo e capacidade de trabalho
(proletários). Estes são, portanto, obrigados a trabalhar para o
burguês. Os trabalhadores são economicamente explorados e os
patrões obtêm o lucro através da mais-valia (valor do trabalho não
pago no valor do salário).
Segundo o Materialismo Histórico, não
é a consciência do homem que determina o
seu ser, mas, pelo contrário, o seu
ser social é que determina a sua consciência. São
exatamente as necessidades materiais dos homens (que são históricas,
isto é, variam a cada época e lugar) — em primeiro lugar — que
lhes possibilitam ir compreendendo a
natureza, a sociedade e o meio em sua volta e que, ao mesmo tempo,
impulsionam seu pensamento para que sua compreensão se aprofunde
cada vez mais.
Foi a partir da necessidade de sobreviver ao frio e digerir proteínas
animais que o homem primitivo dominou o fogo. Como também foi das
necessidades econômicas da burguesia do século XV de se libertar da
opressão feudal e do obscurantismo da Igreja, que permitiram
Copérnico desenvolver a teoria do sistema heliocêntrico, derrubando
o preconceito religioso de que a terra era o centro do universo,
libertando o pensamento racionalista das trevas da Idade Média.
E é também a necessidade de manutenção de determinada ordem
vigente que impõe às classes exploradoras a necessidade de
obscurecer, omitir e falsificar a realidade que está em sua volta. O
pensamento do homem está intrinsecamente ligado ao tempo e à
sociedade em que vive, é o reflexo em seu cérebro do mundo objetivo
que o cerca e expressa suas contradições e suas aflições.
Modo de Produção
Para o Marxismo a raiz de uma sociedade é a forma
como a produção social está organizada, em outras palavras, a
forma, o modo, que a sociedade se organiza para trabalhar sobre a
natureza a fim de obter produtos para saciar suas necessidades, isto
é, o Modo de Produção. Esta engloba as forças produtivas e as
relações de produção, e por sua
vez, são a partir delas que se constituem, surgem outros complexos
da vida social, tais como as ideologias, os valores, a cultura, as
instituições jurídicas e políticas. A
maneira como as forças produtivas se organizam e se desenvolvem
dentro dessa relação de produção chama-se de modo de
produção. O estudo deste é
fundamental para a compreensão do funcionamento de uma sociedade.
As forças produtivas são a terra, as matérias-primas (minerais,
vegetais, animais e fontes energéticas), as ferramentas manuais, os
maquinários, as edificações e também a força de trabalho. Enfim,
as forças naturais apropriadas pela sociedade que contribuem para o
desenvolvimento da produção. E a relação do homem com a natureza,
em outras palavras, a relação estabelecida pelos homens em uma
sociedade com os objetos pelo que (instrumentos do trabalho) e em que
ou o que (objetos do trabalho) transformam a natureza (o trabalho)
para obter produtos (bens e serviços) a fim de saciar necessidades
daquela sociedade.
Há dois tipos de forças de produção, os
chamados meios de produção que agrupam os recursos
naturais (a terra, as fontes de
matéria-prima e as próprias e as fontes energéticas) e as
ferramentas do trabalho (ferramentas
manuais, maquinários e edificações) e os chamados instrumentos de
produção, quando agrupamos as ferramentas de trabalho e a força
de trabalho (o homem do ponto de vista
de ser um instrumento capaz de realizar trabalho, sua habilidade
manual e intelectual). Assim, as forças produtivas são objetos que
sofrem ações transformadoras (o trabalho) para obter produtos (a
terra e as matérias-primas, isto é, os recursos naturais) e os
objetos - que sofreram processos anteriores- que servem como auxilio
nessa transformação (os instrumentos do trabalho). De conjunto, as
forças produtivas de uma dada sociedade são denominadas de
Infraestrutura Social.
As relações de produção são as relações que
os homens estabelecem uns com outros para produzir, em outras
palavras, os modos de organização entre
os homens para a realização da
produção. No processo de obtenção de produtos estabelece-se uma
relação entre pessoas. As atuais relações de produção são as
relações capitalistas, mas podemos citar também, as relações
escravagistas e as cooperativas.
Os capitalistas, donos
dos meios de produção (máquinas,
ferramentas, terra, etc.), que no capitalismo é denominado capital,
e o proletariado, a classe social que possui apenas sua força de
trabalho, estabelecem entre si a relação social de trabalho, neste
caso, o trabalho assalariado, por
sinal é a principal forma de relação de produção capitalista. De
conjunto, as relações de produção de uma dada sociedade são
denominadas de Estrutura Social, embora para alguns cientistas
sociais, incluam-nas como componentes da Infraestrutura.
O conjunto dessas duas relações básicas (forças produtivas e
relações de produção) forma a estrutura econômica da sociedade,
a base real sobre a qual se levanta a estrutura jurídica, política
e ideológica (Superestrutura Social) e à qual correspondem
determinadas formas de consciência social. Assim, a infraestrutura
determina a superestrutura, que é dividida em estrutura ideológica
(ideias políticas, religiosas, morais, estéticas, filosóficas) e
estrutura politica (Estado, política, exército, leis, tribunais,
partidos). Portanto a visão que temos do mundo e a nossa psicologia
são reflexo da base econômica de nossa sociedade. As ideias que
surgiram ao longo da história se explicam pelas sociedades nas quais
seus mentores estavam inseridos. Elas são oriundas das necessidades
das classes sociais daquele tempo.
Ao chegar a uma determinada fase de desenvolvimento, as forças
produtivas materiais da sociedade se chocam com as relações de
produção existentes, ou, com as relações de propriedade (o que
não é senão a sua expressão jurídica), dentro das quais se
desenvolveram até ali. De formas de desenvolvimento das forças,
estas relações se convertem em obstáculos a elas. Criam-se assim
as condições para uma revolução social, que geraria novas
relações de produção liberando as forças produtivas para o
desenvolvimento da produção, que dará origem a um novo modo de
produção, que lhe é superior ao seu antecessor.
Trabalho
O trabalho é a fonte de toda riqueza, afirmam os economistas. Assim é, com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer os materiais que ele converte em riqueza. O trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. E a condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem. (ENGELS, Friedrich. Sobre o Papel cio Trabalho na Transformação do Macaco em Homem)
Para as ciências sociais de tradição marxista a gênese (origem,
fonte geradora) do ser social, resultando num salto para além do
mundo da natureza (salto ontológico, isto é, de um ser para o outro
ser).
Se, na natureza, o desenvolvimento da vida é o desenvolvimento das
espécies biológicas, no mundo dos homens a história é o
desenvolvimento das relações sociais, ou sei a, um desenvolvimento
social que se dá na presença da mesma base de origem. O que
determina o desenvolvimento do homem enquanto tal não é a sua
porção natural biológica (ser um animal que necessita da
reprodução biológica: acasalar-se, alimentar-se, abrigar-se,
etc.), mas sim, a qualidade das relações sociais que ele desdobra.
Se, é verdade, por um lado, que as barreiras naturais (a necessidade
da reprodução biológica) jamais podem ser abolidas, não menos
verdadeiro é que elas são cada vez mais “afastadas”, de modo
que exercem, na história dos homens, uma influência cada vez menor,
ainda que sempre presente. Basta pensarmos na transição do
feudalismo ao capitalismo, ou em qualquer evento histórico mais
importante, para termos uma ideia clara do que não é possível
explica-los a partir do desenvolvimento das determinações
biológicas dos homens.
Pelo contrário, o desenvolvimento social tem seu fundamento último
o fato de que, a cada processo de objetivação, o trabalho produz
objetiva e subjetivamente algo “novo” (o produto e a
consciência), com o que a história humana se assume como um longo e
contraditório processo de acumulação que é o desenvolvimento das
“capacidades humanas” para, de forma cada vez mais eficiente,
transformar o meio nos produtos materiais necessários à reprodução
social.
Em outras palavras, ao transformar a natureza, as duas planos da vida
social humana, o indivíduo e a sociedade também se transformam. A
construção de uma lança possibilita que, no plano da reprodução
do indivíduo, este acumule conhecimentos e habilidades que não
possuía antes; ou seja, após a lança, o indivíduo já não é
mais o mesmo de antes. Por sua vez, uma sociedade que conhece a lança
possui possibilidades e necessidades que não possuía antes; ela
também já não é mais a mesma.
Todo o processo de objetivação (a ação do homem com o real) cria,
necessariamente, uma nova situação sócio-histórica, de tal modo
que os indivíduos são forçados a novas respostas que devem dar
conta da satisfação das novas necessidades a partir das novas
possibilidades. Por isso, a história humana jamais se repete: a
reprodução social é sempre e necessariamente a produção do novo,
da transformação.
E esta produção do novo que revela um dos traços ontologicamente
mais marcantes do trabalho: ele sempre remete para além de si
próprio. Ao transformar a natureza para atender suas necessidades
mais imediatas, o indivíduo também transforma a si próprio e à
sociedade. Neste impulso em direção às sociabilidades cada vez
mais complexas, ricas, o desenvolvimento social associa o crescimento
das “capacidades humanas” para produzir os bens e serviços
materiais necessários à sua reprodução. Este desenvolvimento das
capacidades humanas, por sua vez, possui dois polos distintos, ainda
que rigorosamente articulados: o desenvolvimento das forças
produtivas e o desenvolvimento das individualidades.
A rigor, sem o
desenvolvimento das forças produtivas não poderia ter a passagem da
sociabilidade aos modos de produção mais complexos e,
simultaneamente, sem o desenvolvimento das “capacidades” dos
indivíduos estes não poderiam operar as relações sociais,
principalmente as relações de produção, cada vez mais complexas
envolvidas na passagem da sociedade a modos de produção cada vez
mais desenvolvidos.
A reprodução social, portanto, desdobra, dois
“polos” indissociáveis: a reprodução das individualidades e a
reprodução da totalidade social. Este remeter do trabalho para além de si próprio
Este remeter do trabalho para além de si próprio é a sua conexão
ontológica com a reprodução social como um todo. E esta
característica que o torna a categoria fundante do ser social: é
aqui que a história social apresenta determinações absolutamente
distintas da natureza.
Por ser o “espaço” ontológico da criação
do novo, o trabalho é o fundamento genético de necessidades que,
muitas vezes, requerem o desenvolvimento de complexos sociais que são
em tudo e por tudo heterogêneos ao trabalho. E por esse processo de
desenvolvimento que o mundo dos homens vai se explicitando, ao longo
do tempo, como um “complexo de complexos” cada vez mais mediado e
internamente diferenciado, cada vez mais desenvolvido socialmente.
E por meio destas mediações mais gerais que, a
práxis (a
prática, no sentido da vida social) dá origem a uma série de
complexos sociais que têm a função social de sistematizar os
conhecimentos adquiridos em uma concepção de mundo que termine por
fornecer, no limite, uma razão para a existência humana. E neste
contexto que se desenvolvem os complexos sociais da ciência, da
filosofia, da religião, da ética, da estética, etc.
Não podemos,
aqui, examinar as determinações ontológicas de cada um destes
complexos. O que aqui nos importa é indicar ao leitor como, e em que
medida, do impulso do trabalho para além de si próprio, temos a
gênese de complexos sociais em tudo distintos da transformação
material da natureza, ainda que surjam para atender a necessidades
postas, em última instância, pelo próprio desenvolvimento do
trabalho.
Isso tudo não implica na redução de todo o ser social ao trabalho,
apenas o caráter fundante do trabalho para o mundo dos homens: até
porque se tudo é trabalho, não há corno o trabalho exercer uma
função ontológica fundante, já que sena errado afirmá-lo como
fundante de si próprio. Porém que o trabalho como categoria
fundante da reprodução material e o momento predominante da
história e, ainda, com as devidas mediações, que estabelece a
distinção social entre os operários e as outras as classes sociais.
A solução da crise social passa pela superação do modo de produção capitalista, superação que se dá pela ação consciente da classe trabalhadora, quando esta supera sua consciência capitalista.
Assim, do ponto de vista teórico, a controvérsia marxista da Economia Política (principalmente, as crises cíclicas e estruturais, a transformação nas formas do capital e a regulação da produção) não são resolvido pelo seu estudo independente, quer dizer nela própria, mas conjuntamente com as análises da teoria marxista da História e esta pela teoria da Revolução, e num círculo virtuoso, na teoria da Economia Política.
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