Alex Ribeiro | Valor Econômico - 14/11/2012
De Washington - O Brasil reduziu a desigualdade e tirou milhões de pessoas da pobreza nos últimos anos, mas ainda não é um país predominantemente de classe média, sugere um relatório divulgado ontem pelo Banco Mundial (Bird). A maior parte da população está numa zona cinzenta chamada de "vulneráveis". O grupo tem alto risco de retroceder na escala social. Pelo critério adotado pelo Banco Mundial, 28% da população brasileira é de pobres, 32% é da classe média e 38% são os vulneráveis. Cerca de 3% pertence às classes altas (a soma dos percentuais dá mais de 100% por causa de arredondamentos). Os vulneráveis são as pessoas que têm risco maior de 10% de cair na pobreza nos próximos cinco anos.
Com o título " Mobilidade Econômica e a Ascensão da Classe Média Latino-Americana", o relatório divulgado ontem pelo presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, desafia outros estudos recentes que afirmam que a maioria da população brasileira pertence à classe média. O Brasil está numa situação semelhante a outros países da América Latina. Na região, 30% são classe média, 30% são pobres, 38% são vulneráveis e 2% são classe alta. Pelo critério usado pelo Bird, pobres são aqueles que ganham menos de US$ 4 por dia. Classe média é quem ganha de US$ 10 a US$ 50. O grupo na faixa entre US$ 4 e US$ 10 é o dos vulneráveis. Quem ganha mais de US$ 50 é classe alta.