No primeiro dia após alta do IOF para só 4%, dólar tem maior  queda em 2 anos 
Monitor Mercantil online, 05/10/2010  
Fatores externos como o corte, para  zero, do juro no Japão e a expectativa de mais estímulos nos Estados  Unidos (ao contrário do Brasil, campeão de juros e arrocho fiscal)  ajudaram a derrubar o dólar. Com isso, confirmou-se, ao menos nesta  terça-feira, a advertência feita por analistas ouvidos pelo MM na  véspera, de ter sido inócua a elevação da alíquota do Imposto sobre  Operações Financeiras (IOF) de 2% para apenas 4%.  
A moeda norte-americana caiu 1%, para  R$ 1,675, no menor patamar desde 2 de setembro de 2008, antes da quebra  do banco Lehman Brothers. 
Além disso, declarações como a do  vice-presidente da Moody"s, Mauro Leos, para quem o Brasil não enfrenta  risco soberano "em função da solidez das contas externas", devem atrair  ainda mais dólares para o Brasil. 
Tanto o vice-presidente da Associação  de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, quanto o  economista Leonardo de Carvalho, do Instituto de Política Econômica  Aplicada (Ipea), avaliam que seria positivo o país flexibilizar o  arrocho fiscal via aumento do investimento público.  
"Seria bom gastar mais, investindo em  infra-estrutura. O aumento do IOF se tornou apenas aumento de  arrecadação. A inflação das commodities é importada e, contra ela,  aumentar juros é tão inócuo quanto essa elevação do IOF", disse Castro. 
Já Carvalho avaliou que, "se é para  aumentar o gasto", que seja no investimento. "O governo ainda investe  pouco", resumiu. 
Economistas argentinos também  consideram muito difícil o governo brasileiro conseguir interromper a  trajetória de valorização do real só com a elevação da alíquota do IOF.  "A equipe econômica do Brasil não pode ignorar que esse imposto é  irrelevante para brecar a entrada de capitais e a conseqüente apreciação  do real", opinou José Luis Espert, da consultoria local Espert &  Associados. 
Para o ex-presidente do Banco  Hipotecário Miguel Kiguel, elevar o IOF "funciona no curto prazo porque  os mercados sempre encontram meios para contorná-la".                                                  Governo eleva para 4% o imposto sobre aplicações de "gringos"  em títulos públicos 
Monitor Mercantil, 04/10/2010
Monitor Mercantil, 04/10/2010
O governo anunciou o aumento da  taxação dos investimentos estrangeiros em renda fixa no Brasil, que  passarão a pagar 4% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).  Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a medida tem como objetivo  coibir especuladores, que se aproveitam da diferença de juros e da  valorização do real.  
Para o economista José Luiz Oreiro,  da Universidade de Brasília (UnB), é inócua a elevação do IOF em apenas  dois pontos percentuais. 
 "Como agravante, poderá dar  argumento aos que são contrários ao controle sobre capitais  especulativos. O risco da medida paliativa é desmoralizar o  instrumento", pondera Oreiro. 
Lembrando que a crise não acabou, ele  cobra medidas mais duras para conter os que estão fugindo do dólar em  queda e da recessão na Europa. "O Brasil está entrando de bobo na guerra  das moedas - na definição do próprio ministro Mantega. A economia  norte-americana continua patinando, inclusive com probabilidade de cair  novamente em recessão".  
Isso, segundo Oreiro, obriga o  Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a manter frouxa por longo  período a política monetária, "o que por si só já explica a queda do  dólar". 
E lembra que o Brasil cresce com  juros de curto prazo alto, o que torna o pais extremamente atrativo para  uma série de investimentos especulativos, atrás do diferencial de juros  e na bolsa.  
"A China tem resistido a isso. Alguns  países desenvolvidos, como a Suíça, vêm adotando política de compra de  reservas internacionais, expandindo a base monetária. Com isso, seguram a  moeda local em patamar competitivo. Por isso a desvalorização do dólar  não aumenta a competitividade dos EUA", explicou, descartando qualquer  possibilidade de coordenação de políticas cambiais entre os países, via  G20.
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