O economista Rodrigo Ávila, ligado à Auditoria Cidadã da  Dívida, alerta para o fato de que o relator da Lei de Diretrizes  Orçamentárias (LDO) para 2011, senador Tião Viana (PT-AC), voltou atrás  da promessa de obrigar a divulgação, pelo Tesouro, da despesa de juros  nominais, e não apenas reais, como vinha sendo feito. 
"Em seu primeiro parecer, Viana  chegou a seguir recomendação da CPI da Dívida e inseriu dispositivo que  obriga a divulgação correta das despesas com juros reais e nominais da  dívida pública. Atualmente o Tesouro apenas divulga os chamados juros  reais (descontada a inflação), jogando, equivocadamente, o restante da  despesa para a rubrica "amortizações". Isto dá a entender que os gastos  com juros são bem menores".  
Pelos cálculos do especialista, a  previsão é de que sejam separados para o pagamento de juros R$ 125  bilhões, a título de superávit primário. "É importante ressaltar que o  cumprimento dessa meta obriga que outras centenas de bilhões de reais do  orçamento federal, provenientes de receitas não-tributárias sejam  também obrigatoriamente destinadas ao pagamento da dívida. Isto porque,  caso fossem destinadas às áreas sociais, também impediriam o cumprimento  da meta de superávit", reclama, lembrando que, em 2009, essa política  fez com que fossem destinados R$ 380 bilhões para juros e amortizações  da dívida pública federal, mesmo desconsiderando-se a chamada "rolagem"  ou "refinanciamento", ou seja, o pagamento de amortizações por meio da  emissão de novos títulos. "Esse valor representou 35,57% do Orçamento  Geral da União, enquanto somente foram destinados 4,64% para a Saúde, e  2,88% para a Educação."
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