Monitor Mercantil, 15/05/2012
         
         
         
         
         Segundo Fiesp, para ficar estagnado, o setor teria de crescer 0,6% ao mês
A indústria de transformação do 
Estado de São Paulo  deve fechar no vermelho este ano. A previsão é da 
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que reviu para 
baixo sua projeção anterior de que o setor ficasse estagnado. 
"Para a indústria fechar conforme a 
nossa previsão - em zero - ela precisaria crescer 0,6% ao mês daqui até o
 fim do ano. Isso é quase uma missão impossível", disse o diretor do 
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, 
Walter Sacca.
Em abril, o desemprego na indústria 
paulista cresceu 3,65% na comparação com o mesmo mês do ano passado, com
 o fechamento de 85 mil vagas. Sobre março, a piora ficou em 1,14%  (com
 ajuste sazonal). Sem o ajuste, o desemprego caiu 0,55%, com criação de 
14 mil vagas.
No acumulado do ano, o nível de 
emprego ainda está positivo, com saldo de 18 mil novos postos, 0,69% a 
mais que no primeiro quadrimestre de 2011.
Apesar da previsão pessimista para a 
indústria, Sacca ressaltou a mudança do cenário nas últimas semanas. "O 
câmbio pode não ser o ideal, mas já melhorou bastante. O juro pode não 
ser o ideal, mas já está bem melhor. Falta ainda outro ponto do tripé 
que a gente tem reclamado, que é a diminuição do "custo Brasil", que 
seria o complemento para ajudar na competitividade", ressalvou o diretor
 do Depecom.
 Segundo ele, porém, as medidas 
adotadas pelo governo para reduzir juros e estimular a atividade só 
deverão ter reflexo maior na economia no início de 2013. 
Monitor Mercantil, 15/05/2012
         
         
         
         
         Para Lessa, PAC trata de "necessidades passadas" e defende volta do planejamento
Impressionado com o que classifica 
como "caráter reflexivo" e vulnerável da economia brasileira em relação 
ao sistema financeiro internacional, o economista Carlos Lessa, 
ex-presidente do BNDES, chamou a atenção para a debilidade da dinâmica 
interna da economia nacional.
Para ele, "as tentativas tardias" de 
baixar os juros "não são convincentes", por não serem acompanhadas de 
investimentos públicos consistentes: "As obras do Programa de Aceleração
 do Crescimento (PAC) respondem a necessidades passadas, não definem 
novas frentes de expansão", destaca Lessa, para quem o planejamento em 
setores como energia e transporte é insuficiente.
Ele também vê indefinições na área 
financeira quanto à indexação da economia e à política cambial:  
"Internamente, não existe nenhum modelo sendo perseguido e, do ponto de 
vista externo, nosso sistema financeiro e a bolsa de valores seguem 
atrelados ao cenário externo", diz o economista, para quem a economia 
doméstica se tornou "câmara de ressonância do capital cigano".
As afirmações dele foram feitas num 
dia em que a Bovespa sofreu perdas de 2,25%, superiores à da maioria dos
 principais mercados globais, em nova rodada especulativa sobre o futuro
 da Europa com o repúdio dos gregos ao aprofundamento das medidas 
recessivas exigidas pela Alemanha.
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