quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tróica impõe rendição à Grécia ao capital internacional

O pacote de ajuste econômico imposto à Grécia pela "tróica" - FMI, UE e Banco Central Europeu, contém garantias aos empréstimos, que além de violar a soberania nacional, ferem a soberania democrática, e suas cláusulas "exóticas", estão explicitamente a serviço do grande capital financeiro internacional.

Rendição
FATOS & COMENTÁRIOS - Marcos Oliveira e Sergio Souto - 03/04/2012
Entre os itens do pacote imposto pela tróica - FMI, União Européia e Banco Central Europeu (BCE) - à Grécia, está a garantia de que "o governo não proporá nem implementará medidas que possam infringir as regras da livre movimentação de capitais. Nem o Estado, nem outras entidades públicas, concluirão acordos de acionistas com a intenção ou o efeito de obstaculizar a livre movimentação de capitais ou influenciar a administração ou controle das empresas. O governo não iniciará nem introduzirá quaisquer limites de participação votante ou aquisição, e não estabelecerá quaisquer direitos de veto desproporcionais ou não justificáveis, ou qualquer outra forma de direitos especiais nas companhias privatizadas".

Rendição - 2
Mas os termos do "Memorando de Entendimento" chegam a detalhes inimagináveis, como a exigência de redução de gastos com remédios e "a suspensão das limitações para os varejistas venderem produtos de categorias restritas, como alimentos infantis".

Rendição - 3
Os termos impostos à Grécia são tão draconianos que até o colunista financeiro do londrino Daily Telegraph Ambrose Evans-Pritchard alertou em sua coluna: "A política não pode controlar o consenso democrático ao longo do tempo. O Partido Pasok, outrora dominante, desabou para 8% nas pesquisas. O apoio (popular) está se dividindo entre a extrema-esquerda e a extrema-direita, exatamente como a Alemanha de Waimar sob a deflação."
E continuou: "O próximo Parlamento grego será recheado com incendiários antimemorando e qualquer tentativa das elites gregas de evitar que as eleições ocorram deve empurrar os protestos de rua no rumo da revolução."

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