quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Projeção de crescimento do PIB cai

Projeção de crescimento do PIB cai para 1,67%
Agência Brasil | 24/02/2014

A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia, este ano, caiu pela terceira semana seguida. Desta vez, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 1,79% para 1,67%. Para 2015, a projeção para o crescimento do PIB também caiu, pela segunda semana consecutiva, ao ser ajustada de 2,1% para 2%.

Essas projeções fazem parte da pesquisa semanal do BC em instituições financeiras sobre os principais indicadores da economia. A estimativa para a expansão da produção industrial passou de 1,93% para 1,87%, este ano, e de  2,89% para 3%, em 2015.

A projeção das instituições financeiras para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi ajustada de 34,8% para 34,7%, em 2014, e segue em 35%, em 2015. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) permanece em US$ 7,9 bilhões, este ano. Para 2015, a previsão passou de US$ 11,5 bilhões para US$ 10,5 bilhões.

A estimativa para o saldo negativo em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) foi ajustada de US$ 74,6 bilhões para US$ 75 bilhões, este ano, e de US$ 68 bilhões para US$ 67,8 bilhões, em 2015.

A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 2,48 para R$ 2,50, ao final de 2014, e segue em  R$ 2,55, no próximo ano. A expectativa das instituições financeiras para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) subiu de US$ 58 bilhões para US$ 58,8 bilhões, em 2014. Para o próximo ano, segue em US$ 57,3 bilhões. 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Corte de R$ 44 bi: Enxugando gelo

Cedendo ao mercado financeiro Dilma corta de R$ 44 bilhões do Orçamento para ampliar o superávit primário. Presidenta amplia aperto fiscal para gastança com juros. Medida será inócua para a dívida pública, porém terá forte impacto na demanda agregada numa economia já parada.

Dilma cede à banca e tira R$ 44 bi da economia
Monitor Mercantil | 20/02/2014 

Com economia parada, presidente amplia aperto fiscal para gastança com juros

Obedecendo à pressão do mercado financeiro, o governo anunciou que o corte no Orçamento da União de 2014 alcançará R$ 44 bilhões. Apesar do crescimento medíocre da economia, a medida visa a viabilizar um desvio de 1,9% do setor público consolidado para pagar juros (superávit primário), somente na esfera da União. Dos R$ 44 bilhões, R$ 13,5 bilhões são despesas obrigatórias e R$ 30,5 bilhões correspondem a despesas discricionárias.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Governo anuncia corte de R$44 bi no orçamento e põe servidores mais uma vez frente a cenário de arrocho

Sindsef-SP

Se quiserem ver sua pauta de reivindicações mais urgente atendida, os servidores federais vão precisar reforçar a mobilização e pressão em torno de suas demandas. Nesta quinta-feira o governo anunciou um corte de R$44 bilhões no orçamento. A maior parte em despesas obrigatórias. A categoria sabe que esta é a imposição de um cenário de arrocho que atinge investimentos e melhorias no setor público e que afeta diretamente o atendimento à população. Os obstáculos não são novos. As dificuldades no processo de negociação com o governo já são, por si só, indicadores fortes de que a busca por avanços no atendimento de demandas urgentes só devem ocorrer acompanhadas de forte pressão. Na próxima semana termina o prazo que o Ministério do Planejamento apontou para dar uma resposta formal à pauta da Campanha Salarial Unificada 2014.

Enquanto o governo segue dando prioridade a setores privilegiados, a administração pública sofre do mal do sucateamento. Esse cenário não só enfraquece o setor público como abre espaço para uma desastrosa política que entrega cada vez mais ao setor privado serviços essenciais à população que já paga uma das maiores cargas tributárias do mundo. Recordes sucessivos de arrecadação não são suficientes para que o governo priorize investimentos nos segmentos que mais interessam à população que segue refém de um atendimento precário onde falta mão de obra e sobram problemas funcionais. Servidores sobrecarregados, muitas vezes desviados de funções, além de mal remunerados são parte integrante dessa realidade.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Verão, inflação e 'isoporzinho'. Agora o brasileiro vai a rua protestar contra a cerveja cara

por Almir Cezar, da sucursal Brasília 
da Agência de Notícias Alternativas - ANotA

Banner convocando o 1º evento 'Isoporzinho' em Niterói.

Contra alta dos preços surge mais um protesto alternativo.
Falaremos aqui sobre o verão. Não do calor e da diversão das férias no campo ou na praia com a família e amigos, mas os preços. O quão alto se tornam nesse período produtos banais, como bebidas e alimentos, a chamada “inflação das férias”, ou de verão - que é acima da média, até para quem não viaja. E nesse ano esta foi ainda pior, idas aos bares e boates vêm ficando proibitivos. Porém, ao contrário do passado, que o consumidor só reclamava ou apenas deixava de comprar, o que por si só possivelmente não resolveria o problema, agora por várias cidades as pessoas vêm se juntando para realizar um tipo novo de protesto, o 'isoporzinho',  em que cada um leva o que vai tomar "fugindo" ou se manifestando contra o abusivo dos preços.

Com o começo do ano, além do pagamento dos impostos anuais, como IPTU, IPVA, e itens tradicionais dessa época, como matrículas e material escolar, etc, todos reajustados, os trabalhadores precisam se deparar com os custos das férias, que estão acima da inflação. Essa alta não é impressão dos consumidores no verão. Itens tradicionais do verão, como guloseimas, lazer e viagens, subiram mais que a inflação oficial, o IPCA, entre 2012 e 2013. Um outro índice de inflação, o INPC, que mede preços para famílias com renda até cinco salários mínimo, essa semana foi divulgado de que ficou em 0,63% em janeiro deste ano. A inflação dos produtos alimentícios ficou em 0,86%, enquanto os não alimentícios tiveram alta de preços de 0,53%. E com a proximidade do carnaval a situação provavelmente ficará ainda complicada para os veranistas e foliões. 

A causa da inflação dos itens de férias e do verão pode ser medida no preço do coco, um item típico do período, que "inflaciona" nessa época. Há poucos meses nos pontos mais baratos estava a R$3,00 agora não menos de R$3,50 ou mesmo a R$4,00. O problema não é no campo - para especialistas, o coco fica quase 15 vezes mais caro até chegar à praia. Os produtores, curiosamente não vêem boa parte desse lucro da cadeia e estão sofrendo com o preço baixo. Quem acaba ficando com a maior parte do lucro são as outras partes dessa cadeia, tanto o intermediário quanto o comerciante. Os intermediários, que levam o coco da fazenda até os centros de distribuição, ganham de três a quatro vezes em cima do produtor.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Indústria encolhe 40% no PIB com real forte

Indústria encolhe 40% no PIB com real forte
Monitor Mercantil | 14/02/2014

CÂMBIO VALORIZADO DESESTRUTUROU PRODUÇÃO NACIONAL

O regime de câmbio apreciado mudou, para pior, o perfil da estrutura produtiva brasileira. A afirmação é da economista Eliane Araujo, professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em entrevista exclusiva ao MM.

“No Brasil a apreciação cambial esteve associada a uma perda de 40% de participação da indústria na economia, entre 1980 e 2012. A apreciação do câmbio implica também o aumento do componente importado da produção industrial, tornando mais vantajoso para o país importar insumos em vez de produzi-los domesticamente.”

Defendendo mudanças estruturais para reindustrializar o país, a economista destaca que qualquer projeto tem de passar pela política cambial, “variável-chave”, segundo ela. Mas a fragilidade externa da economia brasileira enfraquece o Estado como planejador e indutor do desenvolvimento industrial, que pressupõe tecnologia e inovação.

“Para se ter noção da fragilidade financeira e vulnerabilidade externa do país, basta observar a evolução do passivo externo bruto, que saltou de US$ 371 bilhões, em 2001, para US$ 1,604 trilhão, no fim de 2013. No encerramento de 2012 esse débito estava em US$ 1,556 trilhão”, contabiliza a economista, acrescentando que o câmbio valorizado foi prejudicial aos setores e ramos tecnologicamente mais sofisticados, favorecendo os ramos mais tradicionais e os ligados às atividades primárias.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

'Altas temperaturas' na inflação do verão

Altas temperaturas esquentam a inflação
Monitor Mercantil | 14/02/2014

Nos últimos 12 meses, os produtos de alto consumo no verão subiram mais do que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que está em 5,59%. A chamada “inflação de verão”, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), ficou em 8,61%.

O economista responsável pelo levantamento, André Braz, destaca que o maior aumento foi no preço das bebidas, e diz que isso não é efeito apenas do forte calor que tem feito desde o início do ano. Ou seja, não é um aumento sazonal.

“Esses aumentos não aconteceram exclusivamente no verão de 2014, são aumentos que aconteceram do verão passado ao atual. Então, em relação a 2013, bebidas de vários tipos, como chope, cerveja, refrigerante, água, subiram mais do que a inflação média, até mais de 10% em alguns casos”.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Chegamos a mais de 200 mil visualizações!

Chegamos a mais de 200 mil visualizações! Agradecemos aos amigos leitores e os colaboradores por termos chegados a esse patamar nesse pequeno espaço. 

Seguimos tentando ser um observatório marxiano dos limites e mutações do capitalismo contemporâneo - contribuindo a um contrajornalismo econômico.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Economia encolhe 1,35% em dezembro, e cresce 2,57% em 2013, aponta BC

A economia brasileira  em dezembro encolheu 1,35% em relação a novembro e fecha 2013 com avanço de 2,57%, apontou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) oficial. Os dados do BC foram divulgados nesta sexta-feira (14).

Em relação a dezembro de 2012, houve crescimento de 0,17%, segundo o índice. No quarto trimestre de 2013 na comparação com o terceiro, o IBC-Br mostrou queda de 0,17%.

IBC-Br

O índice é elaborado mensalmente pelo BC e é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) --que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a cada trimestre e leva a um resultado anual. 

O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).

A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Alta nos juros ao invés de combater inflação, ameaça o equilíbrio dos preços

por Almir Cezar

A alta da Selic, a ser "usada" para baixar inflação, esta causada principalmente pelos preços dos alimentos, tem como efeito o desestímulo à produção e ameaça justamente o equilíbrio de preços. E ainda, o país já torrou desde abril para cá, quando a Selic estava em 7,25% ao ano, mais R$ 32 bilhões com juros da dívida pública. Esta ação do Banco Central é criticada por economistas não-ligados ao setor financeiro - grande beneficiário com a medida - porém pouco ouvidos pela grande imprensa. Segundo eles não haveria necessidade dessa iniciativa. Embora juros altos reduzem o consumo, também inibe os investimentos, necessários para a recomposição do parque industrial e geração de mais empregos, e que aumentam a produção, logo a oferta de bens e serviços, o que combateria justamente a alta de preços.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Governo amplia gastos com a dívida pública e diminui investimento com funcionalismo

CSP-Conlutas | 04/02/2014

A Auditoria Cidadã da Dívida divulgou, nesta segunda-feira (3), em suas notícias comentadas, a mensagem enviada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional de que o governo não medirá esforços para “manter seu compromisso com a responsabilidade fiscal”.

Outro trecho da mensagem presidencial abordado pela Auditoria Cidadã: “É importante destacar que a necessidade de financiamento da Previdência Social caiu de 1,3% do PIB em 2009 para 1% em 2013; as despesas com pessoal, de 4,7% para 4,2% do PIB, no mesmo período. Esse esforço não seria concretizado sem a parceria do Congresso Nacional.”

De acordo com a entidade, essas declarações mostram, cada vez mais, que o governo deixa de investir no funcionalismo público, ou seja, nas pessoas  responsáveis pelo atendimento à população, para pagar os juros da dívida, cujo dinheiro vai para os grandes investidores e  banqueiros.

Outro fato levantado pela Auditoria Cidadã é de que existe pressão do Poder Executivo para que o Legislativo não aprove nenhum projeto que implique no aumento de gastos sociais, tais como o piso salarial dos agentes de saúde, dos policiais estaduais, o fim do Fator Previdenciário, entre outros.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Crise chega aos emergentes. Vêm aí aumentos no juro, dólar e inflação e mais arrocho fiscal

por Almir Cezar

A principal notícia da semana passada foi a crise que se espalha pelos países emergentes, com desvalorização de suas moedas e fuga de suas bolsas de valores em meio à crescente desconfiança dos investidores internacionais, combinado ao anúncio do governo americano de reduzir seu programa de compra de títulos do tesouro nacional. As economias emergentes estão às voltas com o aumento do juro, do preço do dólar e da inflação e promessas de arrocho fiscal dos governos.

Os países emergentes, principalmente os BRICS (bloco de países formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), durante a primeira fase da crise econômica mundial sofreram pouco com o “furacão” e serviram de “porto seguro” para os capitais, enquanto EUA e Europa afundavam. Agora, os grandes bancos e investidores internacionais, em meio à crise fiscal, inflação e crescimento econômico baixo, têm dúvidas com relação a esses países, especialmente com a impressão que os EUA e a Europa já teriam passado pela sua pior fase e haveria outros países mais "interessantes".

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Mentiras propagadas pelo pensamento econômico dominante

por Vicenç Navarro

Permita-me, senhor leitor, que eu converse com você como se estivéssemos tomando um café, explicando-lhe algumas das maiores mentiras apresentadas diariamente no noticiário econômico. Você deveria ter consciência de que grande parte dos argumentos mostrados pelos maiores meios de informação e persuasão econômicos do país para justificar as políticas públicas ora implementadas são posturas claramente ideológicas, que não se sustentam com base na evidência científica existente. Vou citar algumas das mais importantes, mostrando que os dados contradizem aquilo que se diz. E também tentarei explicar por que continuam repetindo essas mentiras, apesar de a evidência científica questioná-los, e com que finalidade elas são apresentadas diariamente a você e ao público.

Comecemos por uma das mentiras mais importantes, que é a afirmação de que os cortes de gastos nos serviços públicos do Estado de bem-estar social – tais como saúde, educação, serviços domésticos, habitação social e outros (que estão prejudicando enormemente o bem-estar social e a qualidade de vida das classes populares) – são necessários para que o déficit público não aumente. E você se perguntará: “E por que é tão ruim que o déficit público cresça?”. E os reprodutores do senso comum lhe responderão que o motivo de se reduzir o déficit público é que o crescimento desse déficit determina o crescimento da dívida pública, que é o que o Estado tem que pagar (predominantemente aos bancos, que têm uma quantia em torno de mais da metade da dívida pública na Espanha) por ter pedido emprestado dinheiro dos bancos para cobrir o rombo criado pelo déficit público.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Senado vota projeto sobre as dívidas dos estados e municípios

Senado vota projeto sobre as dívidas dos estados e municípios
portal da CSP-Conlutas | 04/02/2014

A Agência Senado mostra que deve ser votado amanhã (quarta) o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 99/2013, que altera as taxas de juros das dívidas dos estados e municípios com a União. O PLC é totalmente insuficiente para resolver o problema dessas enormes e questionáveis dívidas, pois não propõe uma ampla auditoria sobre os diversos e graves indícios de ilegalidades já constatados em recentes CPIs e investigações da Auditoria Cidadã da Dívida (ver a Carta entregue aos Senadores em dezembro de 2013).

O projeto apenas propõe a alteração da taxa de juros a partir de agora, que incidirá sobre um estoque altamente majorado. O atual índice (IGP-DI + 6 a 9% ao ano) seria alterado para o IPCA + 4% ao ano. Porém, nos grandes estados (SP, RJ, MG e RS, por exemplo) e no município de São Paulo, tal alteração não reduziria o atual comprometimento dos orçamentos com essa dívida, dado que os montantes de juros ainda continuariam próximos ou superiores à capacidade de pagamento desses entes federados.

O PLC também propõe um recálculo das dívidas desde seu início, aplicando-se a Taxa Selic, que no período de 1998 a 2013 acumulou variação de 938%, valor até maior que o já absurdo índice IGP-DI + 6% ao ano (832%), aplicado a diversos estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. No caso de estados submetidos à taxa de 7,5% ao ano (mais o índice IGP-DI), como Alagoas, Bahia, Minas Gerais e Pará, a redução será muito pequena.

A Auditoria Cidadã da Dívida propôs emendas aos Senadores, sendo que duas delas foram apresentadas pelo Senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP). A Emenda de Plenário nº 6  e a Emenda de Plenário nº 7 propõem a auditoria dessas dívidas, e o recálculo com base no IPCA, sem a cobrança de juros.

Caso o PLC seja aprovado sem alterações, já deve ser encaminhado diretamente à sanção da Presidenta Dilma.

Representantes da Auditoria Cidadã da Dívida estiveram presentes no Senado na tarde de hoje e amanhã prosseguirão a distribuição de Nota aos Senadores (clique aqui para acessar).

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

EUA exportam crise à periferia. Desindustrialização deixou emergentes mais vulneráveis à retirada da ajuda do Fed

 31/01/2014 | Monitor Mercantil

Desindustrialização deixou emergentes mais vulneráveis à retirada da ajuda do Fed

Para o economista Carlos Lessa, ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente do BNDES, a depreciação cambial em países emergentes provocada pela fuga de capitais não deve surpreender aos que acompanham a história. “No sentido mais amplo, é um comportamento imperialista, pois a potência dominante sempre tenta jogar a conta de suas crises para a periferia. Mas a questão é saber se a periferia vai suportar e o que poderá fazer para se defender”, analisa.

Lessa ressalva que aumentou o grau de vulnerabilidade nos países que abriram mão de suas indústrias, sobretudo no período em que os produtos primários viveram um período de valorização, no início do século. E ressalva que a China hoje não é mais um país periférico e que, em determinadas situações, forma com os Estados Unidos uma espécie de G2.

O economista lembra que, durante a II Guerra, a Inglaterra acumulou dívidas, que, posteriormente, exportou para a periferia, usando a desvalorização de sua moeda, a libra.

“Sempre achei que, em algum momento, os Estados Unidos iriam transferir sua dívida da crise para a periferia. Impressionante como alguns países emergentes aceitaram desmantelar suas indústrias apostando no curto período de valorização dos produtos básicos, no início deste século. E o Brasil foi um dos que mais se incorporaram a esse processo”, criticou.

Quanto à Argentina, Lessa lembra que, desde a década de 30 do século passado, o país passou a ter renda per capita inferior à do Brasil devido ao acelerado processo de industrialização iniciado no governo de Getúlio Vargas:

“Quem depende de produtos primários fica à mercê dos preços formados fora do país”, adverte o economista, indicando como marco dessa nova fase do capitalismo hegemônico a queda do padrão ouro, que desvinculou, em 1971, o dólar das reservas daquele metal dos EUA.