Apesar das ameaças da Espanha e da UE nacionalização da petrolífica YPF não prejudica em nada o Brasil e o Mercosul. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, decidiu nacionalizar a petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol. Em projeto ao Congresso, ela decreta de "interesse público nacional" o setor petrolífero. E determina que, das ações da empresa, 51% serão retomadas pelo Estado argentino e 49% serão distribuídas pelas províncias. O projeto começará a ser debatido pelo Senado. A decisão foi anunciada no último dia 16 por Cristina Kirchner que assinou decreto pedindo urgência na tramitação do projeto de lei no Congresso. Ela disse ainda que por 30 dias a empresa YPF ficará sob intervenção do governo e responsabilidade do ministro do Planejamento da Argentina, Julio de Vido.
O governo argentino alega que a empresa Repsol, 
que administra a YPF, cometia uma série de irregularidades, como 
violações ao meio ambiente. As autoridades informaram que não pagarão o 
valor exigido pelos empresários espanhóis pela expropriação.
A iniciativa da Argentina gerou uma série de contestações na Espanha. As autoridades espanholas condenaram a medida e prometem reagir, inclusive levar o caso à Justiça internacional. Para as autoridades, a decisão ameaça a relação de cordialidade entre os dois países.O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, tentará o apoio político na América Latina para reverter a decisão.
A iniciativa da Argentina gerou uma série de contestações na Espanha. As autoridades espanholas condenaram a medida e prometem reagir, inclusive levar o caso à Justiça internacional. Para as autoridades, a decisão ameaça a relação de cordialidade entre os dois países.O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, tentará o apoio político na América Latina para reverter a decisão.
Informações das últimas semanas 
já sugeriam que o governo argentino está considerando algum tipo de 
intervenção estatal na YPF SA, ex-estatal argentina de petróleo e gás na
 qual a Repsol tem participação controladora. Informes haviam sugerido 
que a presidente argentina Cristina Kirchner anunciaria algum tipo de 
ação em relação à YPF. A Espanha começou a exercer pressão diplomática sobre a 
Argentina na sexta-feira, em meio à contínua incerteza sobre os planos 
do país latino-americano para a subsidiária local da Repsol YPF, a 
principal petrolífera da Espanha.
A incerteza afetou a ação da Repsol, que caiu 2,1% na sexta-feira. A Repsol detém 57,4% da YPF, mas a família argentina Eskenazi, que detém 25,5%, é responsável pela gestão da empresa no dia-a-dia. As demais ações da empresa são negociadas em bolsas em Nova York e Buenos Aires.
A incerteza afetou a ação da Repsol, que caiu 2,1% na sexta-feira. A Repsol detém 57,4% da YPF, mas a família argentina Eskenazi, que detém 25,5%, é responsável pela gestão da empresa no dia-a-dia. As demais ações da empresa são negociadas em bolsas em Nova York e Buenos Aires.
A Espanha vem endurecendo o tom das 
suas comunicações sobre a YPF nos últimos dias. Apesar da Repsol ser uma empresa privada e cuja parte considerável de seu capital ser estrangeiro, a chancelaria espanhola incorreu em declarar publicamente que seu governo está em
 contato diário com a Argentina sobre a situação, e que, "embora a 
Espanha deseje o diálogo, também está estudando possíveis medidas a 
serem adotadas caso haja qualquer intervenção", 
 que manifestou formalmente suas preocupações ao governo argentino e disse que está monitorando a situação. 
Se a Argentina 
prejudicar deliberadamente os interesses empresariais espanhóis, vai 
provocar algum tipo de resposta, indicou o ministro da Energia, José 
Manuel Soria. "Qualquer 
gesto hostil para com empresas espanholas também será considerado 
hostilidade em relação à Espanha e ao governo espanhol", disse, 
acrescentando que tais ações teriam conseqüências. 
procurou as instâncias da União EuropéiaJá a União Européia afirmou que o ato
 trará conseqüências à confiança dos investidores e ao clima econômico 
do país.
Nos últimos meses, o governo central e
 os governos provinciais da Argentina exortaram fortemente a empresa a 
investir mais em exploração e produção. Kirchner atribui a culpa por 
anos de declínio na produção de óleo e gás às empresas que, segundo ela,
 não investiram o suficiente. Mas os críticos dizem que limitações nos 
preços e intervenção estatal têm tirado o incentivo para investir.
Temendo, dias antes da intervenção argentina, a empresa se comprometeu a aumentar seus investimentos na província argentina de Santa Cruz para US$ 4,4 bilhões nos próximos cinco anos.
Temendo, dias antes da intervenção argentina, a empresa se comprometeu a aumentar seus investimentos na província argentina de Santa Cruz para US$ 4,4 bilhões nos próximos cinco anos.
A queda na produção de gás, combinada
 com uma demanda alta, obrigaram a Argentina a importar volumes 
crescentes de gás a preços maiores da Bolívia e de Trindade e Tobago. 
Essas importações já começaram a corroer o superávit comercial, uma das 
principais fontes de dólares que o governo usa para pagar seus credores.
 No ano passado a Argentina importou US$ 9,4 bilhões em combustíveis, 
gás natural e produtos refinados.
 O ministro das Relações Exteriores,  José Manuel
 Garcia Margallo, e da Indústria, José Manuel Soria, condenaram a medida
 e a consideraram arbitrária. Para eles, o clima de cordialidade 
existente entre os dois países está ameaçado. De acordo com Margallo, o governo 
argentino quebrou  um "acordo verbal" feito por autoridades em relação à
 exploração de petróleo por espanhóis no país. Segundo ele, inúmeros 
acionistas da Repsol, que é responsável pela YPF, serão prejudicados 
devido à decisão de expropriação definida pelo governo argentino.
Poucas horas após o anúncio de 
Cristina, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, criticou a 
decisão e informou que tomará medidas para defender os interesses 
espanhóis. "O governo condena absolutamente o poder arbitrário de 
decisão argentina", disse ele. A intervenção provocou reações até dos EUA. a secretária de
 Estado norte-americana, Hillary Clinton, Em visita a Brasília, disse que ainda não dispunha 
de detalhes sobre a proposta argentina, mas que a considerava arriscada.
 Para ela, o ideal é o modelo atual de concorrência e do mercado de 
commodities.
No entanto, entre os ecologistas 
espanhóis, a reação foi de apoio à Argentina. O grupo Ecologistas em 
Ação informou que não há "nenhum controle público" sobre as atividades 
da empresa YPF em território argentino. O assunto foi o tema principal 
dos principais jornais espanhóis, como El País, El Mundo, La Vanguardia,
 Cinco Dias e ABC.
Pela proposta em discussão na 
Argentina, 51% das ações da empresa petrolífera serão expropriadas - o 
governo federal ficará com 26,06% e as regiões produtoras com 24,99%-, 
enquanto os restantes 49% serão de responsabilidade das províncias 
(estados), nos quais a empresa atua..
Repsol reduziu a produção em 35%
Documento das províncias produtoras divulgado 
este ano mostra que a produção das empresas de gás e petróleo desabou 
11% e 18%, respectivamente. Na Repsol-YPF, o tombo ficou entre 30% e 35%
 da produção de petróleo nos últimos anos e de 40% da de gás. No documento do projeto lei, a presidenta Cristina, afirma que com a balança 
comercial petrolífera deficitária, a situação do país seria 
"insustentável", se a Repsol continuasse a reduzir a produção.
Como exemplo, a presidenta mencionou alguns dos países que têm o controle da maioria dos recursos de hidrocarbonetos, como a Arábia Saudita, o Irã, a China, Venezuela, o México, Chile, Uruguai, a Nigéria, os Emirados Árabes Unidos, o Iraque, Kuwait e a Noruega. De acordo com ela, o governo do Brasil mantém 51% do controle das explorações no território brasileiro.
O vice-presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras 
(Aepet), Fernando Siqueira, porém, ressalta que a Repsol foi beneficiada
 na privatização da YFP. "A empresa foi comprada por um preço 
absurdamente baixo pois, na época da privatização, no governo de Carlos 
Menen, a Repsol usou uma auditoria norte-americana e conseguiu reduzir 
as reservas da empresa em 30%, para 1,6 bilhão de barris. Um mês depois,
 voltaram para 2,3 bilhões. Uma manipulação grosseira", lembrou, 
acrescentando que a atitude da Argentina "deve ser um exemplo para o 
Brasil, que precisa interromper os leilões de petróleo".
O vice presidente da Aepet lembra 
que, além de reduzir a produção, a Repsol-YPF não investiu na exploração
 de novas áreas para produção. E as reservas ficaram praticamente 
inalteradas desde a privatização: "No Brasil, a Repsol comprou 
Manguinhos, sucateou e depois devolveu", compara
O processo de desgaste entre Espanha e Argentina foi acentuado 
hoje com a decisão da empresa de tecnologia em energia espanhola N2S de 
suspender os investimentos em território argentino. A medida foi tomada 
em reação à decisão do governo da presidente Cristina Kirchner de 
expropriar a petrolífera YPF, administrada pela companhia espanhola 
Repsol. O assunto é tema hoje de sessão no Parlamento Europeu, em 
Estrasburgo, na França.
O diretor-geral e sócio fundador da 
N2S, Francisco de la Peña, disse que a empresa tinha o propósito de 
montar até o final deste ano uma filial na Argentina com 20 pessoas. O 
objetivo, segundo ele, era comercializar os produtos e ampliar as 
parcerias. A ideia era transformar essa filial em um centro de contatos 
para o restante da América Latina.
A N2S é a primeira empresa espanhola a
 suspender os investimentos na Argentina, depois da decisão do governo 
de Cristina Kirchner de expropriar a YPF. A N2S é uma companhia de 
tecnologia em energia, criada em 2006, com participação de vários 
países, como Brasil e Portugal
Rajoy pretende se reunir com os três principais candidatos para debater o assunto. O impasse envolvendo os governos da Argentina e Espanha ganha 
novos elementos hoje. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, está 
no México para pedir o apoio dos líderes latino-americanos na ação que 
os espanhóis pretendem mover contra a decisão argentina de expropriar a 
petrolífera YPF, administrada pela Repsol. Rajoy participa do Fórum 
Econômico Mundial sobre América Latina, em Puerto Vallarta, na região de
 Jalisco.
Rajoy participa de mesa-redonda sobre
 medidas adotadas pelos governos para reagir à recessão econômica 
global. Há ainda uma reunião com o presidente do México, Felipe 
Calderón. O primeiro-ministro pretende ir também à Colômbia para 
conversar com o presidente Juan Manuel Santos.
O presidente da empresa espanhola 
Repsol, Antonio Brufau, que administra a 
petrolífera YPF, disse vai recorrer à arbitragem internacional e 
exigirá uma compensação pelas ações expropriadas - pelos cálculos de 
Brufau, algo em torno de US$ 46,55 por ação, representando um total de 
US$ 18,3 bilhões, que o governo argentino já adiantou que não concorda 
em pagar.
Antonio Brufau, disse, que o governo da Argentina fez campanha para pressionar a redução dos preços das ações da companhia.
Antonio Brufau, disse, que o governo da Argentina fez campanha para pressionar a redução dos preços das ações da companhia.
Brufau disse que a Repsol vai 
recorrer à arbitragem internacional e exigirá uma compensação pelas 
ações expropriadas. A indenização exigida, segundo ele, corresponderá 
aos valores investidos pelos acionistas. Pelos seus cálculos, algo em 
torno de US$ 46,55 por ação, representando um total de US$ 18,3 
bilhões.- A presidente argentina fez ontem um
 ato ilegítimo e injustificável, depois de uma campanha de acusações que
 pretendia derrubar as ações da YPF e permitir uma expropriação a preço 
baixo. Esses atos não ficarão impunes - disse Brufau. De acordo com ele,
 a expropriação viola os princípios da igualdade de tratamento.
Brufau disse ainda que tentou se 
reunir com a presidente da Argentina e ela evitou recebê-lo. De acordo 
com ele, durante sua gestão, a Repsol investiu mais de US$ 20 bilhões, 
dos quais US$ 15 bilhões na compra da YPF. Em defesa da expropriação, o 
governo da Argentina alegou que o espanhol já recuperou o que foi 
investido.   
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que não
 preocupa as autoridades do Brasil a decisão do governo argentino de 
expropriar a petrolífera espanhola YPF, administrada pela Repsol. 
Segundo ele, a decisão da presidente Cristina Kirchner não vai afetar as
 ações da Petrobras na Argentina. Para o ministro, cada país é 
"soberano" para decidir como "bem entendem".
- Não creio que haja qualquer 
problema fundamental em relação à Argentina. A Petrobras tem 79 postos 
lá e vai continuar operando dentro da normalidade. Não tenho temor algum
 - disse o ministro, durante audiência pública, na Comissão do Meio 
Ambiente e Defesa do Consumidor do Senado. Ainda segundo ele, "reconheço que os países tenham sua soberania e possam agir como bem entendem."
A ameaça do 
Parlamento Europeu, que está elaborando uma resolução que coloca em 
risco o acordo comercial em discussão entre os dois blocos por causa da 
nacionalização de 51% da companhia petrolífera YPF, do grupo espanhol 
Repsol, pelo governo argentino. A minuta da resolução diz que a 
decisão da Argentina não favorece o "clima de entendimento necessário 
para alcançar um acordo".
Ao comentar as ameaças economista Adriano Benayon, da Universidade de Brasília (UnB), afirma: "O Mercosul não perde nada se deixar de fazer acordo com a União Européia. Tais acordos são para restabelecer o status que vigorava antes de 1930, quando os países ricos importavam matérias primas e vendiam industrializados". Benayon sublinha que "nenhum país que abriu sua economia ao capital estrangeiro alcançou o desenvolvimento". Ele critica também a falta de solidariedade até dos governos ditos socialistas na Europa.
Ao comentar as ameaças economista Adriano Benayon, da Universidade de Brasília (UnB), afirma: "O Mercosul não perde nada se deixar de fazer acordo com a União Européia. Tais acordos são para restabelecer o status que vigorava antes de 1930, quando os países ricos importavam matérias primas e vendiam industrializados". Benayon sublinha que "nenhum país que abriu sua economia ao capital estrangeiro alcançou o desenvolvimento". Ele critica também a falta de solidariedade até dos governos ditos socialistas na Europa.
"Na crise das dívidas externas, ainda
 na década de 80 do século passado, a Argentina tentou articular um 
cartel dos devedores mas, além de não contar sequer com o apoio de 
Brasil ou México, tampouco obteve algum auxílio dos governos ditos 
socialistas da Europa", disse, acrescentando que tais governos deixaram a
 renegociação "por conta do FMI".
 Com informações da Agência Brasil, Jornal Monitor Mercantil e de Portugal, Lusa
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