Segundo BC, entre 81 países, Brasil é apenas o 54º na taxação das elites
Monitor Mercantil, 06/10/2010
Segundo estudo divulgado pelo Banco Central, a alíquota máxima do imposto de renda no Brasil é apenas a 54ª mais alta entre 81 países analisados. Ou seja, o país é 28º que menos cobra impostos dos ricos. Além disso, a alíquota máxima do imposto de renda no Brasil, de 27,5%, incide sobre um rendimento mensal de apenas R$ 3.743,19.
"E nada tem sido feito para mudar esse quadro", salienta o economista Paulo Passarinho, conselheiro do Corecon-RJ, acrescentando que, se a renda está aumentando no país, o governo deveria acionar o princípio da progressividade tributária.
"Quem ganhasse até R$ 2 mil, que é o salário mínimo constitucional, deveria estar totalmente isento de qualquer Imposto de Renda. Hoje, além de começar num piso baixo, a alíquota é alta", advoga, lembrando que, no topo da pirâmide, a alíquota é muito baixa em relação a Europa, por exemplo.
"O ideal seria começar a partir de um valor bem mais alto com alíquotas mais baixas, que, no entanto, poderiam ir até 50% de acordo com a renda de cada indivíduo".
O economista lembra que, até os anos 70, havia isso no Brasil. Para ele, através dos impostos se chega mais rapidamente a uma melhor distribuição de renda.
"Atribuir à Educação o papel de melhorar distribuição de renda é acreditar que através do mercado teremos melhor alocação da mão-de-obra qualificada, o que não é verdade, conforme diversos estudos sobre o tema, o mais recente feito pelo Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea)", observa.
A Suécia é o país com a maior alíquota (56,6%), seguido por Dinamarca (55,4%), Holanda (52%), Áustria, Bélgica e Grã-Bretanha (todos com alíquota máxima de 50%). Na América Latina, o Chile é o país com a alíquota máxima mais alta (40%).
Já no Bric, o Brasil tem a 3ª maior alíquota máxima, atrás dos 45% da China e dos 30% da Índia. A Rússia tem alíquota única de 13% para qualquer rendimento.
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