Só em agosto, desperdício ficou em R$ 15,7 bi, mas aperto fiscal foi flexibilizado
Monitor Mercantil online, 29/09/2010
A gastança com pagamento de juros em agosto (R$ 15,698 bilhões) foi a mais elevada para o mês desde o início da série, em 2001. Também foram recordes os valores acumulado do ano (R$ 123,796 bilhões) e em 12 meses (R$ 184,626 bilhões).
A informação é do Banco Central (BC), ao divulgar que o setor público consolidado (União, estados, municípios e empresas estatais) registrou, em agosto, superávit primário (economia para pagar juros) de R$ 5,222 bilhões. Em agosto de 2009, a sangria alcançara R$ 5,042 bilhões. Em julho passado, R$ 2,454 bilhões.
Nos 12 meses encerrados em agosto, o arrocho fiscal somou R$ 68,822 bilhões (2,01% do PIB), permanecendo abaixo da meta para 2010 (3,3% do PIB). Nos oito primeiros meses de 2009, o superávit ficou em R$ 43,477 bilhões (2,14% do PIB do período, também inferior à meta oficial).
No entanto, o economista Rodrigo Ávila, ligado à Auditoria Cidadã, espera, para setembro, novo recorde do superávit primário, devido ao impacto da entrada de dólares da capitalização da Petrobras.
"O superávit primário será formado por parte dos R$ 74,8 bilhões recebidos pela União pela cessão dos poços de petróleo do pré-sal à estatal. O próprio governo admite que isso não é novidade. O fenômeno ocorreu, na década de 90, no auge do ciclo de privatizações", criticou, ponderando que, apesar do desvio, a dívida não parou de crescer.
"Enquanto isso, os estados ficam sem R$ 7,2 bilhões para a reposição das perdas causadas pela Lei Kandir. Esse valor é 1/40 do que os recursos previstos para gastar com juros e amortizações da dívida pública em 2011", criticou o economista, lembrando que a proposta orçamentária para o ano que vem não prevê ressarcimento aos estados.
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