Devido ao 2o turno das eleições, as privatizações voltaram ao centro do debate econômico, justamente como tentativa de diferenciações entre os dois candidatos a presidente, uma contrária as privatizações e o outro como defender daquelas que supostamente "teriam dado certo" . Contudo, ao contrário do que é dito pelo PSDB e grande mídia, e que o PT tem vergonha em discordar com veemência, as privatizações não tiraram o Brasil do atraso nas telecomunicações.
Apontado pelo PSDB, como exemplo de privatização que deu certo, o serviço de telefonia celular no Brasil teve evolução semelhante à que ocorreu no resto do mundo no mesmo período, comprovando que o crescimento do setor se deveu à adesão da população à nova tecnologia, e não ao modelo escolhido no Governo Fernando Henrique Cardoso, que trouxe por sua vez, a venda escandalosa de patrimônio público e as tarifas entre as mais caras do mundo.
Privatização não tirou atraso de teles
Monitor Mercantil online, 21/10/2010
País ficou em 97º lugar entre 233 países na relação de celular por 100 habitantes
Apontado pelo PSDB como exemplo de privatização que deu certo, o serviço de telefonia celular no Brasil teve evolução semelhante à que ocorreu no resto do mundo, comprovando que o crescimento do setor se deveu à adesão da população à nova tecnologia, e não ao modelo escolhido no Governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), o Brasil figura num distante 97º lugar no ranking de 233 países com mais linhas móveis por 100 habitantes. À frente no ranking da agência de comunicações da ONU, vêm nações como Argentina, Guatemala e Albânia. Em 1999, ainda sem os efeitos da privatização, o Brasil era o 80º.
A evolução do número de celulares no país após a privatização das telecomunicações, em 1998, exibe desenvolvimento inferior ao de países que estavam no mesmo estágio. África do Sul, Argentina, Uruguai e até El Salvador tiveram desempenho melhor. Apenas no México a evolução foi inferior à brasileira.
Em 2009, havia 89,79 linhas de celular por 100 brasileiros. No mundo, a média dos países não-desenvolvidos é de 57,9 por 100 pessoas; nas nações desenvolvidas, é de 115,3.
Se em número de linhas o país não se destaca, o mesmo não se pode dizer em termo de tarifas. Ainda segundo a UIT, o Brasil tem a tarifa de celular mais cara do mundo entre 159 países, considerando a PPC (paridade do poder de compra). Um pacote com 25 chamadas e 30 torpedos custa, em média, US$ 42 por mês no Brasil. No México, são US$ 14,60; e em Hong Kong, apenas US$ 1 mensal.
Um dos motivos alegados pelas empresas de telecomunicações para os altos preços é a cobrança de elevados impostos. Mas outro ranking, da consultoria Dirsi somente com países da América, joga por terra essa tese. O Brasil aparece no topo da lista de tarifas elevadas e, mesmo que fossem excluídos todos os impostos sobre a tarifa brasileira, ela ainda seria mais alta do que a do segundo colocado (Honduras) com taxação.
O custo da cesta de serviços na modalidade pré-pago atinge US$ 45,01 por mês no Brasil. Vêm a seguir, Honduras (US$ 25,69) e Uruguai (US$ 21,70). Nesse estudo, as menores tarifas são cobradas em Costa Rica (US$ 3,50) e Jamaica (US$ 2,21). No regime pós-pago, Honduras e Venezuela quase igualam a tarifa brasileira.
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