É a queda da taxa de juros que precede o crescimento do PIB e/ou a queda da relação dívida pública/PIB, diferentemente como aponta a candidata do governo. Essa é a sugestão dos keynesianos para superar o binômio perverso expresso no juro real elevado e no câmbio apreciado, que está levando o país à desindustrialização e a transferência de renda dos trabalhadores para os rentistas
É a queda do juro que precede crescimento
Monitor Mercantil online, 27/09/2010
"É duvidoso condicionar a redução da dívida a uma baixa efetiva da taxa básica de juros (Selic). Além disso, já existe espaço para suavizar a política monetária e isto não é feito."
O comentário é do economista Luiz Fernando de Paula, presidente da Associação Keynesiana Brasileira (AKB), ao analisa a promessa da candidata Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, para quem a Selic, somente em 2014, cairá para padrões internacionais. Isso porque, naquele ano, a relação dívida líquida do setor público (DLSP)/PIB estaria em 30%.
"Mantidas as atuais condições, é razoável supor que a DLSP [Dívida Líquida do Setor Público] chegará a 30% do PIB em 2014, mas não se pode garantir que o cenário permanecerá. O melhor e mais curto caminho para baixar a Selic é mudar a estrutura da dívida, pois quase 40% estão indexados à Selic", prosseguiu De Paula, acrescentando que, ao elevar juros supostamente para conter a inflação, a política monetária estimula o consumo dos rentistas.
"É o efeito riqueza às avessas. Existe uma agenda para superar o binômio perverso expresso no juro real elevado e no câmbio apreciado, que está levando o país à desindustrialização", disse.
Para reduzir a Selic "agora, e não em 2014", a AKB defende, além da suavização da política monetária, controle sobre a entrada de capitais, uso do Fundo Soberano Brasil (FSB) para intervir no câmbio, entre outras mudanças na política macroeconômica.
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