Crise cambial global não é consequência de uma "guerra cambial", mas do arrocho fiscal implantado pelos governos que impede as economias de saírem da recessão mundial iniciada em 2008. O ponto crítico não está no câmbio, mas nas medidas restritivas adotadas por países, como Alemanha, para enfrentar o déficit público gerado pelo salvamento de bancos, enquanto Estados Unidos e China se esforçam para estimular suas economias, jogando suas taxas de juros a níveis próximos de zero. Não há saída a não ser, na base da cooperação, aumentar a demanda, diminuindo o desemprego e elevando as chances de importação de cada país. O câmbio é apenas uma conseqüência, já que, com o mercado doméstico em recessão, todos querem exportar mais e importar menos, levando a sucessivas desvalorizações e valorizações das moedas nacionais frente ao dólar.
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Monitor Mercantil online, 21/10/2010
A guerra cambial abala a confiança nas lideranças do G20 e limita a chance de um acordo de coordenação global para enfrentar o derretimento do dólar. Em meio às tensões, as autoridades financeiras do grupo se reúnem a partir desta quinta-feira, em Gyeongju, na Coréia do Sul, com a credibilidade em risco e sem perspectiva de consenso.
O clima de cooperação que marcou o esforço do G20 na superação da crise global, quando o mundo marchava para uma depressão mais grave que a de 1929, desapareceu.
Para o economista José Carlos de Assis, presidente do Instituto Desemprego Zero, o ponto crítico não está no câmbio, mas nas medidas restritivas adotadas por países, como Alemanha, para enfrentar o déficit gerado pelo salvamento de bancos, enquanto Estados Unidos e China se esforçam para estimular suas economias.
"Não há saída a não ser, na base da cooperação, aumentar a demanda, diminuindo o desemprego e elevando as chances de importação de cada país. O câmbio é apenas uma conseqüência, já que, com o mercado doméstico em recessão, todos querem exportar mais e importar menos."
Muitos culpam a política ultra-acomodatícia do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), reflexo da recuperação econômica cambaleante, pela onda de fluxo de recursos que corre aos emergentes, ameaçados pelo surgimento de bolhas.
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