Crise na Europa prossegue, obrigando aos países chamados PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha)a tomarem medidas extremas contra seus trabalhadores, em nome da suposta necessidade de austeridade fiscal, devido ao alto nível de endividamento público e déficit público crônico. Após a Grécia, parece que a 'bola da vez' é a Irlanda, que precisará de empréstimo externo para fechar as contas públicas para ter recursos para pagar os banqueiros. Esta situação parece ser seguida de perto por Portugal, que já ameaça abandonar o euro, a moeda única da UE.
Vale lembrar que, essa situação fiscal dos países europeus foi provocado não por excesso de gasto estatal para serviços públicos mas para socorrer bancos e o sistema financeiro durante a parte mais grave da crise econômica mundial ainda em curso iniciada em 2008. Agora os banqueiros fortalecidos exigem 'enquadrar' os governos nacionais. Enquanto a crise fiscal se agrava, os governos exigem medidas extremas contra os trabalhadores. Como sempre acontece no capitalismo, quem paga a conta da farra dos banqueiros e políticos é o povo trabalhador.
Irlanda mais perto da moratória
Monitor Mercantil, 12/11/2010
LONDRES - A Irlanda vai precisar de 23,5 bilhões de euros (US$ 32,1 bilhões) em 2011, para conseguir fechar suas contas externas. O valor supera em 1 bilhão os 20,5 bilhões de euros previstos para este ano. A informação é da Agência de Gerenciamento do Tesouro Nacional (NTMA, na sigla em inglês).
As necessidades de financiamento vão totalizar 20,7 bilhões de euros em 2012; 18,9 bilhões de euros em 2013; e 18,6 bilhões de euros em 2014. Com isso, o país fica mais perto da moratória.
A Irlanda suspendeu os leilões de bônus do governo até o fim do ano, em meio aos receios dos investidores sobre a capacidade do governo de aplicar uma política de desmonte do estado para continuar pagando a dívida do país.
Além disso, os especuladores aproveitarem para puar para cima os yields (retorno ao investidor) dos bônus irlandeses e a diferença entre o yield dos bônus irlandeses e o dos bunds alemães. Com isso, encarecem ainda mais a rolagem da dívida, dificultando a capacidade de o país a continuar a honrá-la.
Os investidores apostam que a Irlanda terá de recorrer a um empréstimo externo para pagá-los, apesar de o governo afirmar que sua política de colossais apertos fiscais para os próximos quatro anos liberaria dinheiro destino à produção e à população para pagar dívidas com os mesmos especuladores que levaram à quebra do sistema financeiro do país.
Portugal pode deixar o euro, diz ministro
Jornal do Brasil,13/11/2010
Por não conseguir realizar uma coalizão governista para enfrentar a crise financeira que assola Portugal, o governo local pode abandonar o uso do euro.
O ministro das Relações Exteriores de Portugal, Luís Amado disse em entrevista ao semanário Expresso que "O país precisa de uma grande coalizão que nos permita superar a situação atual'.
Recentemente o país ibérico vem perdendo a confiança dos investidores, que estão preocupados a situação orçamentária dos prêmios de risco de Portugal, já que estes chegaram aos patamares mais elevados desde que o país adotou o euro como moeda.
"Essa é uma situação (sair do euro) que poderíamos ser inevitavelmente obrigados pelo mercado a considerar", afirmou o chanceler.
Portugal sofre com problemas políticos já que a posição social-democrata tem objetivo de apoiar o plano de austeridade no orçamento do ano que vem no parlamento português, mas o atual governo (socialista) não tem maioria da casa para suportar os interesses políticos.
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