Mais um flagrante ataque dos governos dos PIGs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) aos seus trabalhadores. Se não bastasse quebrar as contas públicas com socorros aos bancos e os banqueiros na sequência exigirem arrocho fiscal para o Estado "honrar" seus compromissos (junto aos banqueiros detentores de dívida pública), esses exigem que empréstimos da UE e do FMI vão diretamente à tesouraria dos bancos. Lógico que quem paga os empréstimos da UE à Irlanda são os trabalhadores irlandeses e do restante da UE através do arrocho fiscal e do endividamento público, pela via do aumento dos impostos e queda na qualidade dos serviços públicos.
Da sociedade direto para a banca
Monitor Mercantil, 16/11/2010
Juncker: UE admite empréstimo direto a bancos
IRLANDA ABRE MÃO DE GERENCIAR EMPRÉSTIMO DA UE E DO FMI PARA SALVAR BANCOS QUE LEVARAM À QUEBRA DO PAÍS
A União Européia (UE) deve participar do empréstimo para evitar a quebra dos bancos da Irlanda, em vez de destinar o dinheiro ao governo do país. A informação é do líder dos ministros de Finanças da Zona do Euro, o Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
Em entrevista ao chegar ao encontro dos ministros dos 16 países que usam o euro, Juncker, também primeiro-ministro de Luxemburgo, foi indagado se era possível o grupo destinar o empréstimo diretamente aos bancos irlandeses: "Os acordos são realizados de tal forma que isso poderia ser feito", admitiu.
Com receio do forte desgaste interno, o primeiro-ministro da Irlanda, Brian Cowen, insiste em que, embora negocie com seus pares europeus "para normalizar as condições do mercado", a Irlanda nega ter pedido qualquer empréstimo.
Mas as autoridades da Zona do Euro alegam que os receios dos investidores sobre a situação do setor bancário irlandês são tão grandes que os mercados de bônus da região só voltarão a ter estabilidade quando ficar claro que a Irlanda tem acesso a financiamentos suficientes para bancar o novo aumento do rombo dos bancos locais.
Se for encontrada uma forma de fazer o empréstimo diretamente aos bancos, em vez de passar pelo governo, um acordo pode ser possível. Também em entrevista antes da reunião do Eurogrupo, o comissário para Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, disse estar preocupado com as divisões dentro da Zona do Euro sobre como lidar com a crise da dívida soberana.
Rehn afirmou ainda que trabalha com o Banco Central Europeu (BCE) e com o FMI para encontrar uma forma de lidar com os bancos da Irlanda. "Precisamos retomar o sentimento de unidade e determinação e trabalhar para restaurar a estabilidade financeira na área do euro. O problema mais urgente é na Irlanda. Junto com o BCE, o FMI e as autoridades irlandesas, estamos trabalhando para resolver os graves problemas do setor bancário do país", disse.
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