terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A crise revelará o uso de fraude pelas empresas

Durantes anos houve prejuízos e queda na taxa de lucro das grandes corporações empresariais nos países centrais do capitalismo. Contudo, isso foi sendo maquiado sofisticadas por fraudes contabéis tramadas pelos executivos das empresas (veja a matéria a baixo do Monitor Mercantil).

***

A crise mundial ameaça revelar bilhões em fraudes financeiras cometidas durante os anos de boom na economia internacional.
02/02/2009 - 20:02

Um relatório preparado pela consultoria KPMG constatou que, já em 2008, as fraudes identificadas somaram US$ 1,5 bilhão, enquanto os casos se proliferam nos tribunais. Cerca de um terço desse total se refere a fraudes cometidas por empresas e seus executivos. O restante foi gerado por organizações criminosas, de acordo com a consultoria. Segundo a consultoria, as fraudes atingem seu maior nível na economia européia em 13 anos.


***

Só que agora tudo está vindo à tona, até porque fica difícil tapar os rombos à medida que o fluxo de receitas diminuiu drasticamente e o crédito idem. Não dá para cobrir o negativo com os recursos que entrar no fluxo de caixa.

Mas o interessante está não na fraude mas na razão do uso da fraude. A necessidade de fraudes pelo grande capital revela em si uma das facetas autocolapsantes do próprio mercado capitalista, a tendência a queda da taxa de lucros.

A crise é o momento da "revelação", onde a verdade vem a tona, se manifesta. O capital, porém, tenta adiar esse "momento da verdade".

Procurando aumento da produtividade ou da intensidade do trabalho ou novos negócios onde há isso. Os anos 90 vimos os negócios de alta tecnologia, internet e biotecnologia, mas que também explodiram com a bolha da Nasdaq e dos negócios ".com" de 2000/2001.

Há também a forma, de recorrendo ao mercado financeiro, para um enriquecimento artificial ou acelerar o circuito de capital. Que por sua vez, viu problemas graves nos anos 90, com as sucessivas crises - mexicana de 95, asiática de 97, russa de 98, brasileira de 99 e argentina de 2000. A própria idéia de subprime e hipotecas nos EUA foi um artifício para dar alternativa a isso.

Restou as empresas a fraude, pura e simples.

Durante anos se viu empresas apresentando balancetes vistosos e puljantes. Anos de distribuição vultosa de dividendos aos acionistas, royalties as matrizes das empresas e bonus aos executivos. Enquanto, por outro lado, foi preciso ampliar a produtividade dos trabalhadores continuamente, sem compensações como redução da jornada, recorrendo para isso a transferência de plantas fabris para "zonas de baixo salário" e redução de direitos trabalhistas. Mas mesmo esse processo de ampliação da intensidade do trabalho não conseguiu compensar a queda da taxa de lucro e a sede por maior rentabilidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário