Com a crise econômica houve a queda de dois mitos do capitalismo contemporâneo, dentro da série de mitos que vêm caindo - vivemos em um momento iconoclasta.
Todos devem se lembrar de Donald Trump, aquele mesmo, magnata com penteado engraçado, que é o astro do programa de televisão dos EUA de estilo "reality show", equivalente ao brasileiro, O Aprendiz e O Sócio. Nesse programa, enquanto ele selecionava novos executivos para suas empresas, e doutrinava o público no neoliberalismo. Trump era o símbolo de sucesso almejado pelas pessoas. Contudo, com a crise, Trump foi obrigado, e pela terceira vez, a pedir concordata.
Outro mito, era do ajuste fiscal pelos Estados Nacionais. Os países centrais, a começar pela Europa estão diante do dilema, de manter esse "pilar" do neoliberalismo, ou ampliar o gasto público, tanto para resgatar bancos e grandes empresas como para proteção social, previdência, seguro-desemprego e programas de renda-mínima , ie, minimizar os efeitos da crise. Com isso, estão violando aquilo que pregaram na década de 1990 e 2000, que imporam essa mesma visão também aos países periféricos.
Trump: US$ 1,74 bilhão em dívidas
Monitor Mercantil online, 17/02/2009 - 15:02
A Trump Entertainment Resorts Inc. - do investidor Donald Trump (foto), que detém 28%de participação da empresa - entrou com pedido de proteção contra credores no Tribunal de Falências de Nova Jérsei. É a terceira vez que a empresa de cassinos recorre ao Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA.
- Estamos focados no objetivo de reestruturar a empresa a fim de reduzir o endividamento e fortalecer nosso balanço durante um período de economia difícil 0 alegou Mark Juliano, executivo-chefe da empresa. Para ele, o pedido de proteção contra credores não terá impacto nas operações diárias da empresa e não deve afetar nem a filosofia nem a estrutura operacional.
De acordo com o documento arquivado no tribunal de falência, a Trump Entertainment Resorts possui US$ 1,74 bilhão em dívidas e US$ 2,06 bilhões em ativos.
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Adeus, ajuste fiscal!
Monitor Mercantil online, 17/02/2009 - 21:02
http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=57826
Crise obriga a Europa a abandonar seus dogmas. Já Brasil corta R$ 37 bilhões
A Europa, que há muito já não cumpria, começa a rasgar, na prática, o Acordo de Maastricht, que criou o euro e limita a 3% do produto interno bruto (PIB) o déficit nominal dos países que compõem a União Européia (UE).
De acordo com o ministro do Orçamento da França, Eric Woerth, o déficit público no país vai superar os 4,4% do PIB, em 2009, e o da Seguridade Social ficará próximo de 15 bilhões de euros.
Woerth afirmou que "uma nova série de anúncios", para "ajudar as populações atingidas de forma mais dura pela crise", especialmente "em favor dos jovens", serão conhecidas amanhã (quinta-feira), após a reunião com o presidente da França, Nicolas Sarkozy,
Enquanto isso, o Brasil ainda resiste a baixar juros e ainda determinou o bloqueio de R$ 37,2 bilhões dos gastos livres do Executivo previstos no Orçamento da União. Deixarão de ser executados R$ 22,6 bilhões em custeio e R$ 14,6 bilhões em investimentos.
"O déficit francês, apesar de ser superior ao teto previsto no acordo, não é um déficit grande, em particular em momentos de crise econômica, quando os déficit naturalmente aumentam. EUA e Japão possuem déficits muito maiores, e não geram qualquer problema", comenta o economista Gustavo Santos, da Associação de Funcionários do BNDES (AfBNDES).
Ele classifica como "muito salutar" o aumento da proteção social, especialmente para jovens, nos momentos de crise: "O desemprego é um grande mal social, especialmente nas camadas mais jovens. A França não deve ser tímida nas políticas fiscais e sociais de proteção social e recuperação econômica, mesmo porque o déficit dela não é nada preocupante", ratificou.
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