sexta-feira, 18 de março de 2011

Para CNI, indústria não pressiona inflação, e ela em parte está com a razão

Para CNI (Confederação Nacional da Indústria), negando o Banco Central, o uso da capacidade produtiva do segmento está longe de ser "exaurida". Por sua vez, a pressão inflacionária é externa (vinda dos preços da commodities) e/ou advém do setor de serviços. A indústria quando muito transfere suas perdas aos seus preços, resultantes da elevação dos custos com suas matérias primas e serviços contratados e diminuição do mark up. Isso somente prova como a indústria brasileira é dependente.

Indústria não pressiona inflação
Monitor Mercantil, 14/03/2011

Segundo o economista chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, o crescimento da atividade industrial em janeiro não é preocupante e não gera pressões inflacionárias. Para ele, o problema só ocorreria caso a indústria demonstrasse incapacidade para aumentar a produção.

"Longe de dizer que (a indústria) está com o uso da capacidade exaurida. Os preços industriais têm tido comportamento favorável. A origem das pressões inflacionárias recentes está nos preços internacionais ou no setor de serviços e não no setor industrial", esclareceu Castelo Branco na primeira manifestação formal do setor em 2011, segundo a Agência Brasil.

De acordo com dados divulgados pela CNI, a atividade industrial começou 2011 crescendo. Mas o faturamento teve resultado negativo. Além disso, o nível de crescimento ainda não fez o setor voltar aos índices pré-crise, em 2008. "Esse ritmo de crescimento é bastante menor ao observado nos últimos meses de 2010", destacou o economista.

Para ele, a queda de 1,3% do faturamento em janeiro frente ao mês anterior foi considerada normal para o período: "Os resultados negativos em janeiro são usuais para o mês quando comparados a dezembro do ano anterior. A indústria sai de um mês de aquecimento de fim de ano e entra nos primeiros meses (do ano seguinte) que são mais moderados", explicou.

Para 2011, a CNI estima crescimento menor para a indústria sobre 2010. "O ambiente de crescimento apresentado em 2010 não deve dominar este ano. Os números a partir do segundo semestre devem ser menores", previu Castelo Branco.

Ainda segundo a CNI, o nível de uso da capacidade instalada (UCI) dessazonalizada, em janeiro, ficou em 82,6% contra 82,4% em dezembro do ano passado. Sobre janeiro de 2010, cresceu 1,4 ponto percentual.

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