Em relatório do próprio BNDES, os investimentos das empresas brasileira mostra cada vez mais um padrão industrial voltado à 'commoditização' da economia, um velho traço da dependência econômica. Isso prova que a economia nacional não passa por uma desindustrialização, mas, cada vez mais, apesar do progresso e desenvolvimento econômico, sua inserção no capitalismo mundial se dá de maneira subordinada e voltada a completementar a produção exterior e atender aos interesses do grande capital internacional. O Brasil portanto, é visto centralmente pelo capital internacional como estratégico fornecedor de commodities semiprocessadas, matérias primas industriais e energia barata, enquanto que para os bens de ponta e novas tecnologias apenas seria um gigante mercado consumidor. Assim, enquanto o Brasil não romper com o capitalismo esse padrão se repetirá, apenas com pequenos ajustes.
BNDES: concentração em commodities e petróleo
Monitor Mercantil, 28/02/2011
Segundo o BNDES, o investimento projetado para o mandato da presidente Dilma Rousseff (2011-2014), será de R$ 3,3 trilhões, mais 62%, em termos nominais, do entre 2006 e 2009. O maior salto deve se dar no setor petróleo e gás, cuja projeção saltou de R$ 295 bilhões, de 2010 a 2013, para R$ 378 bilhões.
Ao lado da energia, o segmento liderou a pesquisa do BNDES, junto a 15 setores industriais e de infra-estrutura, que representam metade do investimento total na economia.
O investimento da indústria extrativa mineral se manteve estagnado em relação a 2006-2009 (R$ 62 bilhões), mas o banco esclarece que o setor tem sido beneficiado pela disparada do preço das commodities, que elevou a base de comparação. No entanto, a siderurgia deve elevar seus investimento em 17%, somando R$ 33 bilhões.
Além de petróleo, energia e commodities, o BNDES espera que o mercado interno puxe outros segmentos. O o economista Marcos Coimbra, conselheiro do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Cebres), porém, alerta para as conseqüências dos cortes orçamentários e das restrições ao crédito na economia.
"O setor industrial é o motor do desenvolvimento, mas, excetuando alguns ramos do petróleo, os investimentos não são puxados pelo setor de ponta. Cada vez mais, o país é montador de veículos e outros produtos, até de celulares. E o investimento em pesquisa continua patinando perto de 1% do PIB", criticou.
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