terça-feira, 1 de março de 2011

Contingenciamento do Orçamento 2011: Para gastar com juros, Dilma retira verbas até de despesas obrigatórias

Enfim, para tristeza geral saiu o decreto da Programa Orçamentária (PO) do Orçamento 2011, com o já conhecido contingenciamento. Para gastar com juros, Dilma retira verbas até de despesas obrigatórias e em Saúde, Educação e Reforma Agrária. Ao todo o Governo Federal vai congelar/cortar R$36 bilhões do aprovado no Orçamento 2011 em despesas obrigatórias. Para verificar o impacto só, por exemplo, no MDA+INCRA o corte vai ser 28,4% .

Veja o tamanho do contingenciamento direito no Portal do Ministério do Planejamento
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/imprensa/pronunciamentos/apresentacoes/Nota_imprensa_Reprogramacao_Orcamentaria_2011.pdf

O que é Contingenciamento?

É o bloqueio de despesas previstas no Orçamento Geral da União. Procedimento empregado pela administração federal para assegurar o equilíbrio entre a execução das despesas e a disponibilidade efetiva de recursos. As despesas são bloqueadas a critério do governo, que as libera ou não dependendo da sua conveniência.

Cortes não poupam nem a Educação
Monitor Mercantil, 28/02/2011

Ao detalhar os setores a serem atingidos pelo corte de R$ 50 bilhões imposto ao Orçamento, o governo informou que até os gastos obrigatórios pela Constituição, como Previdência Social e Educação serão atingidos. Os maiores prejudicados serão os Ministérios das Cidades (R$ 8,58 bilhões), da Defesa (R$ 4,38 bilhões) e da Educação (R$ 3,1 bilhões).

Em seguida vêm Turismo (R$ 3,08 bilhões), Transportes (R$ 2,39 bilhões), Integração Nacional (R$ 1,82 bilhão), Justiça (R$ 1,53 bilhão), Esportes (R$ 1,52 bilhão), e Agricultura (R$ 1,47 bilhão). Já os gastos com juros, que consumiram R$ 195 bilhões no ano passado, não sofreram qualquer restrição.

No Ministério das Cidades, nem o programa "Minha Casa, Minha Vida" foi poupado: perderá R$ R$ 5,1 bilhões. Já na Educação, segundo Eliana Graça, assessora de Política Fiscal e Orçamentária do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), um dos mais atingidos será o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

"Tirar R$ 3 bilhões da Educação é frustrante. E as despesas obrigatórias perderão R$ 15 bilhões. Como cortar o que é obrigatório?", questiona Eliana, lembrando que o seguro desemprego também sofrerá perdas de "R$ 3,5 bilhões em detrimento de novas contratações, algo importante que vinha acontecendo nos últimos anos, pois diminuiu a terceirização".

Ela admite serem medidas de início de governo, "para dar satisfação ao mercado", mas observa que foi o maior corte da história. "Ano passado foram R$ 30 bilhões. Sinto que estão cortando em áreas essenciais, mas a sociedade e a imprensa não têm acesso como esses cortes serão feitos", disse, lembrando que eles caberão a cada ministério. "Infelizmente, nada foi cortado do pagamento da dívida. Pelo contrário: já se fala em novo aumento da taxa básica de juros (Selic)."

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