segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Brasil só destina 10% para a área social

Brasil só destina 10% para a área social
Monitor Mercantil, 25/08/2011


IPEA DIZ QUE PERCENTUAL É INSUFICIENTE, MAS ELOGIA AUSÊNCIA DE CORTES

O Brasil gasta apenas 10% com o social. A conclusão é do estudo Gasto Social Federal (GSF): Uma Análise da Execução Orçamentária de 2010, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa aponta ainda que 83% dos gastos sociais nos órgãos federais vão para despesas correntes.

Gastos com pessoal correspondem a 10,5% e 3,2% são relacionados a investimentos, isto é, "à ampliação dos equipamentos sociais de escolas, universidades, hospitais, saneamento, creches, asilos etc", destaca o documento.



"Todo o complexo social brasileiro custa apenas 10%. Todo o conjunto de distribuir bolsas, distribuir benefícios sociais, oferecer ensino e médicos é feito com apenas 10%", disse o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão, criticando a assimetria entre o percentual para a área social e as necessidades do país.

O levantamento mostra que, mesmo com o aumento de 7% no investimento, houve redução em algumas áreas ante a execução orçamentária de 2009. O GSF atingiu R$ 566 bilhões no ano passado, 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Do total de recursos executados na área social, 95,4% foram concentrados em cinco ministérios: Previdência Social (57,3%), Saúde (13,5%), Educação (10,9%), Trabalho e Emprego (9,4%) e Desenvolvimento Social e Combate à Fome (7,9%).

De acordo com o estudo, as duas primeiras pastas correspondem a transferências "quase automáticas, como é o caso de benefícios previdenciários e assistenciais, do abono salarial e seguro-desemprego e do programa Bolsa Família".

Segundo Abrahão, em 2009, pela primeira vez, os pagamentos dos gastos sociais não foram prejudicados por medidas tomadas diante de uma crise: "O gasto social nessa crise foi diferente das outras crises. Nas outras, o gasto social acompanhou o ciclo de queda e não funcionou a favor de segurar a demanda. Isso dá idéia de enfrentamento", concluiu o pesquisador.

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