domingo, 11 de setembro de 2011

(10 anos do 11 de Setembro) Paralelo entre 2001 e 2011

Hoje a toda a grande mídia será pauta por um tema: os 10 anos do 11 de Setembro. Estes serão lembrados por um EUA em situação econômica semelhante ou pior do que quando aconteceu: recessão, crescimento econômico e nível de emprego baixíssimo e um presidente fraco.

Em 2001, o presidente era o recém-empossado porém impopular George W. Bush, que após o mega-atentato terrorista se transformou em uma "super-herói". O país passava uma recessão grande, não tão grande como de agora, em seguida dos "esplendorosos anos 90", deflagrados após o estouro da bolha da nova economia e das empresas .com. Bush tinha sido eleito em cima de fortíssimas suspeitas de fraude eleitoral, de um nível que não se vê nem mesmo em "republiqueta de bananas".

Em 2011, o presidente é o impopular Barack Obama, que após o estouro da bolha imobiliária de 2008, que deflagrou a mais forte recessão desde a Depressão da década 1920, foi eleito com uma forte promessa e expectativa de grandes mudanças econômicas, políticas e sociais nos EUA. Era visto como um messias, um super-herói. Porém, as promessas não foram atendidas. E como numa "republiqueta de bananas" há uma seríssima crise do regime político, com impasses entre os poderes e os partidos políticos sobre o controle do Estado. E também como numa "republiqueta" esteve as margens da suspensão do pagamento da dívida pública e o rating do títulos rebaixadas. Fora o desemprego enorme.



A crise econômica iniciada em 2008 segue em 2011 sem sinal de se encerrar. Dados divulgados em agosto são piores que a previsão dos analistas. O Departamento de Trabalho dos EUA informou hoje que não foram gerados empregos em agosto e que a taxa de desemprego manteve-se em 9,1%. A partir desses dados, a recuperação econômica norte-americana voltou a ser motivo de preocupação. Foi a primeira vez desde 1945 que, em termos líquidos (diferença entre empregos criados e vagas fechadas), o número de vagas abertas foi zero. Os dados provocaram quedas mais intensas nas bolsas de valores da Europa.

Os dados divulgados hoje são piores que a previsão dos analistas. A expectativa era que 70 mil postos de trabalho fossem criados em agosto. Paralelamente, o governo norte-americano revisou para baixo o número de vagas criadas em julho: de 117 mil para 85 mil.

Para analistas, os empresários não estão confiantes no cenário político-econômico do país. Com isso, eles suspenderam as contratações. Mas há um clima de expectativa porque, no próximo dia 9, o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciará as propostas para um novo plano econômico. Obama sinalizou que o plano definirá novos incentivos ao crescimento econômico dos EUA e à criação de empregos. A recuperação econômica e a queda do desemprego são vistas como cruciais para que o presidente tenha sucesso na tentativa de reeleição, em 2012.

Um coisa curiosa, as semelhanças entre 2001 e 2011. Mostra que enquanto o capitalismo seguir vigorando como sistema econômico, a crise econômica será um espectro cronicamente e ciclicamente a rodar a vida das sociedades nacionais. Entra governo, saí governo, passa o tempo, grande eventos acontecem, mas as coisas se repetem. É preciso encerrar esse tipo de sistema econômico para por fim a isso. Como diria Marx, a história se repete, como farsa ou tragédia.

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