França já tem 8,2 milhões de pobres
Monitor Mercantil, 30/08/2011
Com crise e aumento do desemprego, pobreza quase dobrou no país em três anos
Desde o estouro da crise, em 2008, a taxa de pobreza na França saltou para 8,2 milhões de franceses, o equivalente a 13% da população do país. Os dados são do estudo Rendas Fiscais e Sociais, do Instituto Francês de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee, na sigla em francês).
Ainda segundo o estudo, o país também amarga uma piora no ritmo de crescimento do nível de vida. De acordo o Insee, a elevação da pobreza está diretamente ligada ao crescimento do desemprego no país.
Em 2008, o índice era de 7,4% da população e, no ano seguinte, saltou para 9,1%, com a opção do governo Sarkozy de salvar os bancos em vez de ajudar a gerar empregos e melhorar os salários, para fortalecer o mercado interno.
Na França, são considerados pobres quem ganha menos de 954 euros por mês - cerca de R$ 2,2 mil. Houve aumento de 0,5% do número de pobres sobre a pesquisa anterior (de 2009).
A crise econômica mundial provocou forte impacto social e no mercado de trabalho na França em 2009, de acordo com a pesquisa, baseada em dados do mesmo ano. Para o instituto, os efeitos da crise só não foram ainda mais graves porque o governo francês adotou medidas pontuais, como a elevação do valor de forma progressiva do salário mínimo pago à camada mais pobre da sociedade.
O estudo indica, porém, que há mais pobres até entre os que trabalham. Cerca de 10% das pessoas com mais de 18 anos, que estão empregadas, vivem abaixo da linha da pobreza, aumento de 0,6% sobre o ano anterior.
A pesquisa mostra ainda que a desigualdade cresce na França como já demonstrado em estudos anteriores. O levantamento mostrou também que, com a crise, a taxa de aposentados na linha pobreza ficou em 9,9% e tiveram aumento médio no nível de vida de 1,3% em 2009.
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