Banco Central dá "preju" de R$ 32 bilhões ao país
Monitor Mercantil, 25/08/2011
Para transformar rombo em lucro, instituição exclui reservas do balanço
No primeiro semestre, o Banco Central (BC) voltou a dar novo prejuízo ao Tesouro Nacional: R$ 32,3 bilhões. A perda foi puxada pelo custo do carregamento das reservas internacionais, de R$ 44,5 bilhões. Essa é a diferença entre o valor da aplicação das reservas no exterior a juros reais negativos e as taxas que o país paga aos bancos que administram essas reservas, de 12,5% ao ano.
O BC, porém, prefere retirar esse "detalhe" da sua contabilidade, para comemorar lucro de R$ 12,2 bilhões no primeiro semestre. No mesmo período, em 2010, também sem contar o rombo provocado pela administração das reservas, o lucro ficara em R$ 10,8 bilhões.
Diante das críticas ao "custo BC", em 2009, a instituição mudou a contabilidade para excluir os custos das reservas internacionais do seu resultado. Na época, o banco alegou que, como a dívida pública externa - usada para compensar as reservas no balanço da instituição - foram transferidas para o Tesouro Nacional, não faria sentido manter os custos das reservas na sua contabilidade.
Com a queda do dólar em relação ao real nos últimos anos, provocada, em grande medida, pela alta da taxa básica de juros (Selic) pelo BC, as reservas internacionais (ativos em moeda estrangeira no exterior) perdem valor se convertidas em reais.
A desvalorização eleva o "custo BC", o que fez a instituição retirá-lo da sua contabilidade para não ser detectado no seu balanço. A operação contábil, porém, não anula as fortes perdas pelo carregamento de reservas em dólar.
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