sábado, 10 de dezembro de 2011

Maior tragédia circense da história e pior incêndio com vítimas do Brasil completa 50 anos

Tristeza que não tem fim
História da maior tragédia circense da história e pior incêndio com vítimas do Brasil, que este mês completa 50 anos, foi reconstituída no livro “O espetáculo mais triste da terra”
REVISTA DE HISTÓRIA | 06/12/2011
  • Já se passaram 50 anos, mas a magnitude da tragédia deixou um trauma na sociedade fluminense que nunca foi esquecida. Nem poderia ser diferente: o incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, deixou, oficialmente, 503 mortos. A história da maior tragédia circense e pior incêndio com vítimas do Brasil foi agora reconstituída pelo jornalista Mauro Ventura no livro “O espetáculo mais triste da terra".
    Em 17 de dezembro de 1961, mais de 3 mil espectadores, a maioria crianças, lotavam a matinê do Gran Circo Norte-Americano – anunciado como o mais famoso da América Latina – quando a trapezista Antonietta Stevanovich deu o alerta de “fogo!”. Em menos de 10 minutos, as chamas tomaram a lona, justamente no momento em que o principal hospital da região estava fechado por falta de infraestrutura.

    A quantidade de mortos nunca seria conhecida, mas, oficialmente, o prefeito da cidade estabeleceu em 503 o número de vítimas fatais. Restava, então, encontrar um culpado. Em meio às dúvidas de curto-circuito ou incêndio criminoso, a polícia logo achou um suspeito. Afinal, a comoção era gigantesca: o Brasil ganhou as manchetes internacionais, e até o papa mandou celebrar uma missa pelas vítimas, além de ter enviado um cheque para ajudar no tratamento dos sobreviventes.
    Laboratório da cirurgia plástica
    Para recontar a história, Mauro Ventura mistura drama e heroísmo, oportunismo e solidariedade, dor e superação. A tragédia também fez emergir personalidades cariocas como o profeta Gentileza e o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, cuja importância de sua especialidade ficou, então, evidente à sociedade da época. A cirurgia plástica brasileira teve, naquele momento, o maior campo de pesquisa e experimentação de sua história, conta o historiador Paulo Knauss (que, em outubro, concedeu uma entrevista à RHBN). Numa pesquisa de campo, Knauss se surpreendeu com o nível de detalhes que os moradores ainda têm do episódio, mesmo sem qualquer marco ou data lembrando a tragédia.
    Ao todo, Ventura conversou com mais de 150 pessoas. Entre eles estão Santiago Grotto, um dos três trapezistas que tinham acabado de se exibir quando o fogo começou (e único ainda vivo). Há também o médico Fortunato Benaim, que veio ao Brasil especialmente para socorrer as vítimas. O livro será lançado hoje às 19h na Livraria da Travessa, em Ipanema, no Rio de Janeiro, e na próxima terça-feira (dia 13), às 17h30, na Biblioteca Pública de Niterói.  Aqui você confere um trecho do livro em pdf.

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