Segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) as previsões do Boletim Focus (publicação do Banco Central com projeções dos bancos) são exageradas para a inflação: "No que se refere à acurácia das previsões em termos absolutos, o erro absoluto médio em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA, medido pelo IBGE) equivaleu a cerca de 40% do valor realizado", diz a Fipe.
Para o Índice Geral de Preços (IGP-M, medido pela Fundação Getúlio Vargas - FGV) o erro das previsões foi "significativamente maior", chegando a 71% no mês e 90% em termos semestrais.
"O panorama é semelhante ao examinar o coeficiente de desigualdade Theil, que varia entre 0,41 e 0,53, no caso do IPCA, e entre 0,56 e 0,87 no do IGP-M", acrescenta o texto da fundação.
Em relação a IPCA e IGP-M, a Fipe destaca que o erro médio é menor nas previsões feitas com um mês de antecedência e maior nas de um semestre, período reconhecido como mínimo para os efeitos da alta do juros sobre a inflação.
Alex Agostini, economista da Austin Rating concorda com José Luiz Oreiro, da Universidade de Brasília (UnB), para quem as universidades também deveriam ser ouvidas pelo Focus: "Agências de rating não podem participar do Focus, segundo o Banco Central, mas o BC deveria abrir para outros setores. Além das agências, universidades e representantes de segmentos da economia, como indústria e comércio, além de trabalhadores, para ver o que cada um está sentindo. Abrir o debate", defende, frisando que "o pessoal da academia tem o aparato técnico investigativo necessário para esse tipo de projeção".
Procurado pelo MM, o Bradesco preferiu não se manifestar.
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