sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Zona do Euro: políticas e políticos empoados e falidos

Zona do Euro: políticas e políticos empoados e falidos
Petros Panayotídis, Sucursal dos Bálcãs - Monitor Mercantil, 01/08/2011

Nada se faz para responder à profunda crise da Europa

Atenas - Com as habituais "receitas" do euroneoliberalismo e generosa dose de longo prolongamento do super-endividamento da Grécia, tentam os poderosos da Zona do Euro responder à profunda crise da Europa.

Em embalagem especial de super-endividamento da Grécia e com fortes garantias (leia-se atendimento incessante) dos banqueiros delinquentes, recorreram os empoados eurolíderes ao guarda-chuva protetor do estranho casal "Frau" Merkel e "Monsieur" Sarkozy após o término da última reunião de emergência dos chefes de Estado e de governo da União Européia (UE).

Diante do temor dos mercados e do poder alemão, concordaram e prometeram um pacote para enfrentar - de qualquer maneira - a assustadoramente gigantesca dívida da Grécia, a fim de se evitar que o ameaçador dominó atinja os demais países integrantes da Zona do Euro. Aliás, determinados europarceiros da Grécia exigiram como garantia o Partenon!

É possível que o primeiro-ministro grego, Geórgios Papandreu, e os papagaios governamentais que o cercam tentem servir, por uma vez mais, o prato do quadro de "sucesso", mas estão em um beco sem saída com seus sucessivos desmentidos por causa dos resultados negativos e os dilemas de suas políticas sem solução.



União neoliberal

A situação configura-se tão extremamente problemática e perigosa (não só para a Grécia) a ponto de as decisões da Reunião de Cúpula estarem, simplesmente, oferecendo apenas uma prorrogação na galopante eurocrise.

Exorcizando a tributação das transações bancárias que gaguejou Sakozy, excluindo persistentemente os eurobônus que muitos têm proposto (até a esquerda), os empoados eurolíderes preferiram os remendos provisórios, o super-endividamento e o "Euro Marshall", ao invés de avançarem em reposição total contra os motivos sistêmicos da eurocrise.

Sem política econômica européia coordenada e acordada, a crise atual se aprofundará e continuará ameaçando o euro, a eurounião atual e, em sintonia com a crise dos EUA, poderá provocar o gigantesco tsunami que diante dele empalidecerá 1929.

Na atual eurounião predomina o euroneoliberalismo, os interesses da Alemanha e o atendimento dos megabanqueiros delinquentes. Não sobrevive mais uma eurounião assim e, por isso, multiplicam-se e crescem as resistências, as lutas, os esforços de cidadãos, de movimentos, de sindicatos e de forças que exigem uma Europa dos povos, e não dos euroneoliberais e dos megabanqueiros.

Mudança radical

Com "políticas submissas" e temerosas diante dos mercados e dos interesses, a eurounião atual não responde aos direitos e às necessidades dos cidadãos europeus, dos trabalhadores, dos jovens e dos desempregados.

A eurocrise não é passageira e não se combate com euroaspirinas made in Germany. São necessárias, agora, imediatas mudanças políticas estruturais, uma outra política que sirva ao bem comum dos povos europeus e que possa conduzir a uma Europa de justiça social, de essencial solidariedade, de democracia, de paz, de seu autônomo papel no incessantemente modificado e reevoluído mundo multipolar de hoje.

Nossas esperanças e nossos esforços por uma nova marcha da Europa serão bem sucedidos na medida em que todos nós conscientizarmo-nos do poder da nossa força, da importância de coordenação de nossas lutas e da importância de uma totalmente radical proposta política para a Europa dos cidadãos.

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