Zona do Euro: políticas e políticos empoados e falidos
Petros Panayotídis, Sucursal dos Bálcãs - Monitor Mercantil, 01/08/2011
Nada se faz para responder à profunda crise da Europa
Atenas - Com as habituais "receitas" do euroneoliberalismo e generosa dose de longo prolongamento do super-endividamento da Grécia, tentam os poderosos da Zona do Euro responder à profunda crise da Europa.
Em embalagem especial de super-endividamento da Grécia e com fortes garantias (leia-se atendimento incessante) dos banqueiros delinquentes, recorreram os empoados eurolíderes ao guarda-chuva protetor do estranho casal "Frau" Merkel e "Monsieur" Sarkozy após o término da última reunião de emergência dos chefes de Estado e de governo da União Européia (UE).
Diante do temor dos mercados e do poder alemão, concordaram e prometeram um pacote para enfrentar - de qualquer maneira - a assustadoramente gigantesca dívida da Grécia, a fim de se evitar que o ameaçador dominó atinja os demais países integrantes da Zona do Euro. Aliás, determinados europarceiros da Grécia exigiram como garantia o Partenon!
É possível que o primeiro-ministro grego, Geórgios Papandreu, e os papagaios governamentais que o cercam tentem servir, por uma vez mais, o prato do quadro de "sucesso", mas estão em um beco sem saída com seus sucessivos desmentidos por causa dos resultados negativos e os dilemas de suas políticas sem solução.
União neoliberal
A situação configura-se tão extremamente problemática e perigosa (não só para a Grécia) a ponto de as decisões da Reunião de Cúpula estarem, simplesmente, oferecendo apenas uma prorrogação na galopante eurocrise.
Exorcizando a tributação das transações bancárias que gaguejou Sakozy, excluindo persistentemente os eurobônus que muitos têm proposto (até a esquerda), os empoados eurolíderes preferiram os remendos provisórios, o super-endividamento e o "Euro Marshall", ao invés de avançarem em reposição total contra os motivos sistêmicos da eurocrise.
Sem política econômica européia coordenada e acordada, a crise atual se aprofundará e continuará ameaçando o euro, a eurounião atual e, em sintonia com a crise dos EUA, poderá provocar o gigantesco tsunami que diante dele empalidecerá 1929.
Na atual eurounião predomina o euroneoliberalismo, os interesses da Alemanha e o atendimento dos megabanqueiros delinquentes. Não sobrevive mais uma eurounião assim e, por isso, multiplicam-se e crescem as resistências, as lutas, os esforços de cidadãos, de movimentos, de sindicatos e de forças que exigem uma Europa dos povos, e não dos euroneoliberais e dos megabanqueiros.
Mudança radical
Com "políticas submissas" e temerosas diante dos mercados e dos interesses, a eurounião atual não responde aos direitos e às necessidades dos cidadãos europeus, dos trabalhadores, dos jovens e dos desempregados.
A eurocrise não é passageira e não se combate com euroaspirinas made in Germany. São necessárias, agora, imediatas mudanças políticas estruturais, uma outra política que sirva ao bem comum dos povos europeus e que possa conduzir a uma Europa de justiça social, de essencial solidariedade, de democracia, de paz, de seu autônomo papel no incessantemente modificado e reevoluído mundo multipolar de hoje.
Nossas esperanças e nossos esforços por uma nova marcha da Europa serão bem sucedidos na medida em que todos nós conscientizarmo-nos do poder da nossa força, da importância de coordenação de nossas lutas e da importância de uma totalmente radical proposta política para a Europa dos cidadãos.
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