Economia para remunerar rentistas no 1º semestre salta de R$ 42 bi para R$ 78 bi
Só a Grécia paga mais juro da dívida que Brasil
Monitor Mercantil, 29/07/2011
Segundo informação da BBC Brasil, o serviço da dívida pública brasileira consumiu 5,1% do PIB do país no ano passado, proporção inferior apenas aos 5,47% do PIB gastos pela Grécia. A partir de dados da Economist Intelligence Unit (EIU) coletados em 25 países mais a União Européia, verifica-se que outros países europeus afetados pela crise das dívidas têm uma proporção bem menor de gastos com juros. Portugal (3,04%), Espanha (1,6%), Irlanda (3,2%) e a Itália (4,53%) são exemplos de países que, apesar de enfrentarem crises de suas dívidas, pagam menos juros que o Brasil.
E a economia para pagar juros (superávit primário) não pára de crescer no Brasil, em termos absolutos. No primeiro semestre, ela alcançou R$ 78,190 bilhões, contra R$ 42,056 bilhões registrados em igual período de 2010. Em 12 meses encerrados em junho, o superávit primário ficou em R$ 137,830 bilhões, o que corresponde a 3,54% do PIB. A meta de superávit primário deste ano é R$ 117,9 bilhões.
"Toda essa economia para pagar juros de uma dívida que continua crescendo, em termos absolutos, se dá em detrimento dos gastos sociais. Os gastos com pessoal caíram de 4,76% do PIB em 2009 para 4,55% do PIB em 2010. Já os gastos com benefícios previdenciários caíram de 7,06% do PIB em 2009 para 6,97% em 2010", contabiliza o economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, ligada à rede Jubileu Sul.
Já Dércio Munhoz, da Universidade de Brasília (UnB), vê a política de juros atrelada à especulação internacional. "O capital volátil (investimento de portfólio) totaliza US$ 600 bilhões no Brasil. Esses recursos giram constantemente, sendo mantidos apenas US$ 100 bilhões no país. Isso permite que os especuladores mantenham o governo brasileiro como refém de suas exigências", resume.
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