sábado, 27 de agosto de 2011

Brasil: dois sinais do fim do ciclo positivo

Dois indicadores que o ciclo econômico positivo da economia brasileira pode estar por um fim: a queda da produtividade da indústria e uma forte alta do custo de vida.

Produtividade da indústria ficou zerada até junho
Monitor Mercantil, 19/08/2011


O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) alertou que a produtividade do trabalho na indústria no primeiro semestre de 2011 ficou estagnada no primeiro, em relação ao mesmo período do ano passado.

O avanço de apenas 0,1% deveu-se ao incremento de 1,7% na produção física e de 1,6% nas horas pagas: "Esses percentuais apontam para a desaceleração do ritmo de atividade do setor, contrastando com o desempenho observado ao longo de 2010, de franca recuperação da produção (10,5%) e da produtividade (6,1%) em relação ao ano de 2009. O comportamento do emprego ainda foi positivo no primeiro semestre de 2011, com expansão de 1,9%, porém as variações mês a mês, com apenas duas taxas positivas, apontam também para um desaquecimento no ritmo do mercado de trabalho da indústria", analisa o Iedi em nota.

E acrescenta que o aumento do custo da mão-de-obra, fator obtido pela comparação das taxas de crescimento da folha de pagamento média real (3,5%) com a produtividade (0,1%) cresce 3,5% no semestre.

No ano anterior, o indicador fechara no vermelho (2,6%), assim como no primeiro semestre (-8,9%). Na comparação mensal, o custo da mão- de-obra avançou 1,9%: "Assim, o primeiro semestre da indústria configura um cenário de desaceleração da produção e da produtividade e de aumento dos custos da mão de obra no setor", avalia o Iedi.

A outra face do populismo cambial
Monitor Mercantil, 17/08/2011


Com real valorizado, custo de vida de Rio e São Paulo já se aproxima de NY

Brasília e São Paulo - A mesma valorização do real que permite aos brasileiros aumentarem o número de viagens ao exterior, configurando o fenômeno do Bolsa Juros, vem corroendo o poder de compra dos habitantes de Rio e São Paulo

Segundo relatório Preços e Salários do banco suíço UBS sobre o custo de vida em 73 cidades do mundo divulgado pela BBC Brasil, o poder aquisitivo nas duas cidades tem caído nos últimos cinco anos, apesar do avanço dos salários..

Há cinco anos, o custo de vida nas duas mega cidades brasileiras equivalia a pouco mais da metade do de Nova York. Agora, saltou para 74% (São Paulo) e 69% (Rio). Excluindo-se os valores de aluguel, o custo de vida em São Paulo já é quase equivalente (97%) ao nova-iorquino.

Entre 2006 e 2011, o nível de salários de São Paulo passou de 24% para 39% do nível nova-iorquino. Já o do Rio aumentou de 19% para 34% na mesma comparação.

Mas esse avanço foi insuficiente para evitar que as duas metrópoles brasileiras caíssem no ranking do banco do poder de compra doméstico.

Em 2006, São Paulo e Rio ocupavam, respectivamente, as posições número 42 e 52 do ranking de poder de compra nos países analisados pelo UBS. Em 2011, as duas cidades caíram para os lugares número 54 e 58.

O relatório considera uma cesta de 122 produtos e serviços variados, como moradia, alimentação, transporte (público e privado, incluindo manutenção de veículos), roupas, artigos domésticos e até corte de cabelo.

Os cálculos para 2011 foram baseados nos preços de 2009, ajustados por inflação, crescimento do PIB e câmbio.

As cidades mais caras para se viver, por ordem no ranking, são Oslo, Zurique, Genebra, Copenhague, Estocolmo, Tóquio, Sydney e Helsinque. São Paulo e Rio ficaram, respectivamente, nas posições 19 e 26.

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