domingo, 22 de maio de 2011

PIB travado, inflação não. Emprego é afetado

Planejamento prevê crescimento menor do PIB e inflação mais alta. Mantega festeja trava no crescimento. Crescimento menor já afeta emprego. Arrecadação e emprego acompanham o ritmo da economia. Alta do desemprego atingirá mais os pobres.

Governo já admite PIB menor
Monitor Mercantil, 20/05/2011
Brasília - Com a economia desacelerando, o governo já reduziu, de 5% para 4,5%, a previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. A informação foi divulgada pelo Ministério do Planejamento. Em março, a estimativa do Banco Central (BC) para já fora reduzida para 4%.

Já a previsão do governo para a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 5% para 5,7%.

O ministério lembrou que o número está dentro da meta de inflação, de 2,5% a 6,5%. O governo também reviu a previsão para a taxa básica de juros (Selic),. de 11,58% para 11,74% ao ano.

O ministério também alterou a projeção para a taxa de câmbio para este ano. O relatório informou que ele, passou de R$ 1,70 para R$ 1,61.

Em relação ao preço médio do petróleo, o governo espera, agora, aumento de US$ 98,34 para R$ 103,31. Já a expectativa para a massa salarial é de que passe de 10,96% para 11,71%.

Mantega festeja trava no crescimento
Monitor Mercantil, 20/05/2011
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira que a expansão da economia brasileira está lenta e que novas ações para esfriá-la não devem ser necessárias. "As medidas surtiram efeito e acredito que não sejam necessárias outras medidas", afirmou.

Segundo o ministro, a economia "caminha para um patamar mais moderado de crescimento e de crédito". O que, na sua avaliação, é resultado das ações iniciadas em dezembro para conter o consumo.

Durante reunião com empresários do comércio, Mantega ouviu que as vendas já desaceleraram em abril e maio. O Índice Antecedente de Vendas está 1,5% mais baixo do que o do mesmo período do ano passado. "Os varejistas estão comprando um pouco menos porque estão vendendo um pouco menos", diz Fernando de Castro, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo.

O ministro afirmou também que o real só deverá se desvalorizar quando houver uma mudança na política monetária internacional. "Enquanto não houver uma mudança da política monetária dos Estados Unidos e da União Européia, que ainda estão emitindo muito dinheiro, expandindo muito o crédito, nós teremos alguma pressão (cambial), que governo brasileiro vai procurar controlar", disse Mantega.

Planejamento prevê crescimento menor do PIB e inflação mais alta
Agência Brasil, 20/05/2011
O governo reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 5% para 4,5% e elevou a estimativa de inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5% para 5,7%. As novas projeções constam do segundo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do governo, divulgado Ministério do Planejamento.

O relatório também mostra que o governo estimou a elevação do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), de 6,28% para 7,01%.O IGP-DI é o balisador dos reajustes de aluguéis e preços públicos controlados, como energia elétrica e telefonia.Foi mantido o esforço fiscal, divulgado nas avaliações de fevereiro e março, de R$ 50,1 bilhões em relação ao volume total de gastos aprovado pelo Congresso Nacional para 2011.

Os técnicos também reduziram a estimativa para a taxa de câmbio média, que passou de R$ 1,70 para R$ 1,61. A projeção para a evolução da massa salarial passou de 10,96% para 11,71%. O salário mínimo utilizado no cálculo é o vigente, de R$ 545.

O ministério também passou a trabalhar com a hipótese de petróleo mais caro. A estimativa para o preço médio do barril subiu de US$ 98,34 para US$ 103,31.

Para a taxa básica de juros (Selic) média, a projeção passou de 11,58% ao ano para 11,74%.

Crescimento menor já afeta emprego
Monitor Mercantil, 19/05/2011
Barreto: arrecadação acompanha o ritmo da economia
ALTA DO DESEMPREGO VAI ATINGIR MAIS OS POBRES. ARRECADAÇAO CRESCE MENOS
O desemprego no Brasil vai crescer lentamente por causa do desaquecimento da economia. A advertência é do Boletim Macro, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas apresentado no Rio.

Segundo o Ibre, os trabalhadores menos qualificados vão ser os mais atingidos pelo menor crescimento.

Apesar da queda do desemprego, de 7,6% em março de 2010 para 6,5% em março passado, o economista Rodrigo Leandro de Moura prevê que essa trajetória se inverta, baseado em dados que mostram aumento do desemprego em setores, como a indústria.

"Boa parte dessa taxa de desemprego mais baixa está sendo movida pela geração de empregos no setor de serviços, como construção civil e comércio. Na indústria, a gente vê que o fluxo está contrário, demitindo mais. Ainda gera emprego, mas cada vez menos. Existe previsão de investimento menor no setor industrial, que deve fazer a taxa subir", destacou.

Para ele, a geração de vagas no setor de serviços ainda vai se manter, principalmente, em função da renda média do trabalhador, que continuaria crescendo."

O Ibre corrobora a análise de que a maior parte das novas vagas está destinada aos trabalhadores com pelo menos ensino secundário e, principalmente, superior. Os abaixo disso quase não conseguem emprego.

Além de afetar o emprego, a trava no crescimento já faz a arrecadação crescer menos. O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, disse que o desempenho da arrecadação de impostos e contribuições federais tem refletido o nível da atividade.

Em janeiro, a alta ficou em 15,34%; em fevereiro, em 13,01% e, em março, em 11,96%, em relação aos mesmos períodos de 2010. E, em janeiro, o índice teve forte influência do pagamento antecipado do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).

Em abril, a arrecadação ficou em R$ 85,155 bilhões, em novo recorde para o mês e 10,34% mais sobre o mesmo período de 2010. No ano, o crescimento soma 11,51%.

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