Moendo o peão para obter o lucro máximo
Monitor Mercantil,12/05/2011
Construção demite em massa para contratar com salário 7,5% menor
A rotatividade da mão-de- obra na construção civil reduziu em 7,5% o salário dos empregados do setor em 2010. Ano passado, o salário médio dos demitidos pelas construtoras era de R$ 968,33. Já o valor pago aos admitidos ficou em R$ 894,78. Os dados são de estudo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o setor, segundo a Agência Brasil.
Em 2010, cerca de 2,4 milhões de pessoas foram contratadas pelo setor. Entretanto, no mesmo período, 2,2 milhões foram demitidas.
Segundo o estudo do Dieese, a principal causa da rotatividade no setor é a diminuição dos gastos da empreiteira: "A rotatividade rebaixa o salário dos trabalhadores do setor", salienta o Dieese.
A busca das construtoras pelo lucro máximo agrava ainda mais a situação porque, como destaca o estudo, o processo produtivo do setor é baseado no contrato temporário ou na empreitada. Quando determinada fase da obra termina, o trabalho fica desempregado.
Apesar da alta rotatividade e da consequente redução nos salários, o levantamento mostra que cerca de um quarto das negociações salariais no setor resultou em aumentos reais, acima de 4%, em 2010.
Em 2008, apenas 4% dos acordos coletivos alcançaram esse resultado e, em 2009, nenhuma negociação atingira esse patamar.
O valor médio dos pisos salariais acordados em 2010, no entanto, é pouco superior ao salário mínimo: R$ 634. O maior piso salarial, de R$ 886, foi registrado apenas no Estado de São Paulo. O menor, de R$ 510, foi pago em Sergipe.
O estudo mostra ainda que como são precárias as relações de trabalho no setor. A principal reivindicação dos cerca de 160 mil operários que fizeram greve em 2010 foi o fim das condições degradantes de trabalho.
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