quarta-feira, 11 de maio de 2011

Privilégios e juros retiram 20 pontos do coletado pelo Estado

Apesar do tão falado supercarga fiscal sobre o contribuinte (35,2% do PIB), a renúncia fiscal para setores privilegiados e a gastança com juro retiram 20 pontos do total coletado pelo Estado, Sobram apenas 15% da arrecadação para os gastos públicos.

Descontadas as transferências (renúncia fiscal), assistência social e Previdência, ela cai de 35,2% do PIB, arrecadados em 2009, para 20,8%. E deste percentual deve-se deduzir ainda a despesa com os juros da dívida pública, atualmente cerca de 5,5%, restando apenas cerca de 15% do PIB para que o Estado preste serviços à população. No entanto, 56% da despesa com a previdência e assistência sociais voltam para os cofres públicos via arrecadação sobre o consumo. Pagando à Previdência estamos contribuindo para mais equidade social. Já os juros são um gasto improdutivo. E o Bolsa Família e demais programas sociais estimulam o consumo e a economia, o que não ocorre com os juros. Apesar disso, secretário Nelson Barbosa é contra taxar as grandes fortunas.

E apesar dessa carga tributária sobre a renda das famílias, somente a alta recente da taxa de juros "levará" ¼ valor do Bolsa Família da renda. Somente o gasto das famílias em quatro meses de 2011 já soma R$ 54 bilhões. Se não houver mais aumento da Selic até o fim do ano, as famílias vão torrar com juros o equivalente a todo o valor do Bolsa Família deste ano. E somente em 2010, o brasileiro gastou R$ 129,2 bilhões em juros, equivalente a 52 dias de consumo das famílias do país. Por sua vez, as empresas, as que mais reclamam da "grande carga tributária", também elevaram o desperdício com juros. Segundo a Fecomercio, as empresas torraram cerca de R$ 42,4 bilhões com juros de janeiro a abril.

Isso prova que a tão defendida reforma tributária é muito mais um "remédio" a procura de uma doença, do que um remédio necessário.


Sobram apenas 15% da arrecadação
Monitor Mercantil, 10/05/2011

RENÚNCIA FISCAL PARA SETORES PRIVILEGIADOS E GASTANÇA COM JURO RETIRAM 20 PONTOS DO TOTAL COLETADO PELO ESTADO

Independentemente do caminho a ser seguido pelo governo na questão, o economista Mauro Bruno, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), considera que, antes de ser pesada, a carga tributária no Brasil é injusta. Descontadas as transferências (renúncia fiscal), assistência social e Previdência, ela cai de 35,2% do PIB, arrecadados em 2009, para 20,8%.

E deste percentual deve-se deduzir ainda a despesa com os juros da dívida pública, atualmente cerca de 5,5%, restando apenas cerca de 15% do PIB para que o Estado preste serviços à população. No entanto, 56% da despesa com a previdência e assistência sociais voltam para os cofres públicos via arrecadação sobre o consumo.

"Pagando à Previdência estamos contribuindo para mais equidade social. Já os juros são um gasto improdutivo. E o Bolsa Família e demais programas sociais estimulam o consumo e a economia, o que não ocorre com os juros", compara.

As afirmações foram feitas por ele ao avaliar a participação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, em debate na Câmara dos Deputados. Segundo Barbosa, o governo cogitou zerar a alíquota do ICMS interestadual, mas, de acordo com ele, proposta de 2%, apresentada pelo secretário, seria importante para não prejudicar a fiscalização da entrada de mercadorias importadas no país.

Barbosa disse também que a redução do ICMS interestadual para todas as operações "diminuiria o espaço para a guerra fiscal". Ele, porém, descartou a criação do Imposto sobre Grandes Fortunas, alegando que a capacidade de arrecadação desse tipo tributo seria pequena.

Para ele, a melhor solução para induzir a transferência de recursos das pessoas mais ricas para o Estado consistiria em tributar as heranças e as transferências de bens.


Alta de juro "leva" ¼ do Bolsa Família
Monitor Mercantil,09/05/2011

Somente o gasto das famílias em quatro meses já soma R$ 54 bilhões

Os aumentos da taxa básica de juros (Selic) perpetrados pelo Banco Central, apenas este ano elevaram os gastos das famílias brasileiras com juros para R$ 54,4 bilhões, em abril. O dado é de levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio).

Caso o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, não tivesse elevado a Selic, aquele valor seria de R$ 50,4 bilhões. Ou seja, a alta dos juros retirou R$ 4 bilhões do consumo das famílias, direcionando-os ao pagamento de empréstimos no Brasil. Esse valor corresponde a um quarto do total previsto no programa Bolsa Família para todo o ano de 2011 pelo Governo Federal.

Se não houver mais aumento da Selic até o fim do ano, as famílias vão torrar com juros o equivalente a todo o valor do Bolsa Família deste ano.

Somente em 2010, o brasileiro gastou R$ 129,2 bilhões em juros, equivalente a 52 dias de consumo das famílias do país.

As empresas também elevaram o desperdício com juros. Segundo a Fecomercio, as empresas torraram cerca de R$ 42,4 bilhões com juros de janeiro a abril. O valor só não foi ainda maior porque o empréstimo à pessoa jurídica costuma ser um pouco menos salgado do que o da pessoa física. Em 2010, as empresas gastaram R$ 105 bilhões com juros.

A soma dos gastos de pessoas físicas e jurídicas com juros atingiu R$ 234,3 bilhões, em 2010. Em quatro meses de 2011 chega R$ 96,8 bilhões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário