segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Enquanto o dólar derrete, a dívida externa brasileira persiste, feliz os banqueiros dos EUA

Enquanto o dólar derrete à medida que os EUA é obrigado a "monetizar" a seu déficit sob o risco de tornar os títulos do tesouro americano em papel sem valor. Curiosamente, esse déficit foi gerada pelas próprias ações governamentais de socorro aos bancos.

Por sua vez, a dívida externa brasileira, apesar de muitos afirmarem que acabou, persiste, chegou a 300 bi e custa muito caro ao país, à medida que, é resultado da arbitragem entre a diferença entre o valor do dólar e o real e a taxa de juros  americana e a brasileira. Para piorar a dívida externa ajuda a sustentar os banqueiros americanos detentores de títulos do tesouro dos EUA, evitando que seu valor de face "evapore", e com os pagamentos, garantindo a manutenção dos rendimentos.

Cabe lembrar que, por meio da dívida pública, o governo pega empréstimos dos investidores para honrar os "compromissos", que não poderia "honrar" com recursos de impostos ou com emissão de moeda. Em troca, o Tesouro compromete-se a devolver o dinheiro com correção, que pode ser prefixada, ou seja, definida com antecedência, ou seguir a taxa básica de juros (no Brasil a Selic), índices de preços ou o câmbio.
*** 

Papel verde

Cresce a discussão internacional sobre o que pode fazer o Fed (espécie de banco central terceirizado dos EUA) para continuar financiando o déficit norte-americano. A ameaça de "monetizar" a dívida paira no ar desde a reunião de banqueiros centrais em Jackson Hole (27 de agosto), relata o boletim eletrônico semanal Resenha Estratégica.

O presidente do Fed, Bem Bernanke, teria dito nas entrelinhas que o resto do mundo não tem outra opção que a de continuar financiando os déficits estadunidenses; caso contrário, os EUA transformarão em papel pintado os trilhões de títulos do Tesouro espalhados pelo mundo.
Hora de sair?
O Brasil é o quarto país no ranking dos detentores de títulos dos Estados Unidos.

Matemágica
A previsão do Banco Central de que o Brasil deve torrar US$ 9,068 bilhões, este ano, com o pagamento de juros da dívida externa surpreendeu os incautos que acreditaram na tese de que "o Brasil acabou com a dívida externa". Afinal, se a dívida acabou, por que o país continua a pagar juros sobre um montante inexistente?

É porque existe diferença abissal entre o fato de as reservas internacionais brasileiras, na faixa de US$ 270 bilhões, superarem o débito externo, US$ 228,594 bilhões - dados de agosto.

Este número, porém, não inclui os empréstimos intercompanhias; com essa rubrica, o montante da dívida externa já chega a US$ 300 bilhões.

22/09/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário