Emprego cresce mas com baixa qualidade
Taxa de desemprego é a menor desde 2002 (6,7%), mas vagas são de até 2 mínimos
Monitor Mercantil, 23/09/201
Monitor Mercantil, 23/09/201
Em agosto, o desemprego caiu para 6,7%, menor índice mensal da série iniciada em março de 2002, segundo o IBGE. No mesmo período do ano passado, a taxa estava em 8,5%. A média de janeiro a agosto é de 7,2%, também a menor para o período da série histórica e inferior à média dos primeiros oito meses de 2009 (8,5%).
Reinaldo Gonçalves, professor da Universidade Federak do Rio de Janeiro (UFRJ), lembra que, acima de dois salários mínimos, o saldo de empregos formais ainda é negativo no país. E observa que o aumento do nível de escolaridade do trabalhador não aumenta a empregabilidade. "No Brasil, é o contrário (não gera empregos acima de dois salários mínimos), o que demonstra que a produção está sendo deslocada para setores de menor valor agregado. É um grande problema sob a ótica do desenvolvimento."
Ele acrescenta que a queda no desemprego expressa recuperação da renda em relação ao ano passado, mas o horizonte para 2011 não é tão positivo. "O desemprego é uma questão cuja resolução está bem distante. Este ano foi favorecido pelo elemento pró-cíclico da recuperação da renda."
Já o Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), divulgou pesquisa mostrando que, apesar de ainda não gerar empregos de qualidade, o nível de capacitação dos trabalhadores tem melhorado no país.
Entre 2001 e 2009, aumentou em 15 pontos percentuais a participação de pessoas com 11 anos ou mais de escolaridade na composição da força de trabalho. Para a faixa de até três anos de escolaridade, foi registrada queda de nove pontos percentuais e para a de quatro a dez anos, redução de seis pontos percentuais.
Adhemar Mineiro, do Dieese, porém, pondera que apenas em setores como a construção civil e a metalurgia existem carência de mão-de-obra qualificada, "até porque é uma herança maldita do auge do período neoliberal".
Mineiro considera, ainda, que a demanda por empregos de maior capacitação vai depender do uso que o país dará ao pré-sal e do desempenho das políticas de inovação.***
23/09/2010
Dois anos após o agravamento da crise financeira internacional, 59% das indústrias brasileiras atingidas ainda sentem os efeitos do abalo mundial, de acordo com sondagem especial divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Entre as pequenas empresas, esse percentual chega a 63%, enquanto entre as grandes é de 46%. A CNI revelou também que 21% das empresas que cancelaram investimentos por causa da crise ainda não conseguiram retomá-los. Além disso, outros 27% voltaram a investir, mas em escala menor do que o planejado antes da turbulência global. Foram entrevistadas 1.353 empresas entre os dias 30 de junho e 20 de julho deste ano.
Segundo o do gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, apesar de os principais indicadores de atividade da indústria brasileira já estarem melhores do que os registrados em setembro de 2009, a crise financeira internacional ainda não foi superada por todas as empresas do setor, sobretudo por aquelas que mais exportam.
"Olhando os indicadores, pode parecer que a crise é uma coisa do passado, mas ela ainda afeta um conjunto de empresas", afirmou Castelo Branco.
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