terça-feira, 21 de setembro de 2010

Desigualdade faz que os EUA não consiga se recuperar

Forte desigualde social explica porque os EUA não conseguem recuperar sua economia

A notícia de que o número de pobres nos Estados Unidos chegou a 43,6 milhões, ano passado, deve ser lida combinada com o fato de que os executivos dos grandes bancos socorridos com dinheiro do contribuinte estadunidense voltaram a embolsar bônus astronômicos.

A combinação dos dois extremos ajuda a explicar por que, isoladamente, o aumento dos gastos públicos é insuficiente para reativar a economia do país, travada, principalmente, pela persistência de desemprego perto de dois dígitos.

É que, sem medidas para desconcentrar a renda, o crédito, que, aliás continua escasso, apesar das operações bilionária desalvamento aos bancos, tem efeito apenas marginal para relançar o crescimento.

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EUA já têm 43 milhões de pobres
 Monitor Mercantil online, 16/09/2010


Um em cada sete norte-americanos é pobre. O número é o maior desde 1959

O número de pobres nos Estados Unidos cresceu pelo terceiro ano consecutivo, em 2009, chegando a 43,6 milhões, contra 39,8 milhões, em 2008. Os dados foram, divulgados pelo órgão responsável pelo censo do país. O número é o maior dos últimos 51 anos, refletindo os efeitos da crise.
A taxa de pobreza pulou de 13,2%, em 2008, para 14,3%, em 2009, a maior desde 1994. Ou seja, em 2009, um em cada sete norte-americanos vivia na pobreza.
O censo considera pobre quem ganha até US$ 11,2 mil (cerca de R$ 19,2 mil) por ano. Nas famílias com dois adultos e duas crianças, são consideradas pobres as com renda anual de até US$ 21,8 mil (cerca de R$ 37,5 mil).
Os dados referem-se ao primeiro ano do governo Barack Obama, na fase mais aguda da recessão que, nos EUA, começou em 2008.
A frágil recuperação da economia é um dos principais problemas enfrentados pelo presidente, que tem apresentado propostas tímidas para mudar a situação que herdou da desastrosa administração George Bush.
O desemprego, que chegou a 10%, está em 9,6%, sem perspectivas de baixa no curto prazo. O presidente disse que os dados do censo ilustram "o quanto 2009 foi um ano difícil", de acordo com a BBC.
"Mesmo antes da recessão, a renda da classe média estava estagnada e o número de pessoas vivendo na pobreza nos Estados Unidos era inaceitavelmente alto. Os números de hoje deixam claro que nosso trabalho está apenas começando", disse Obama.
Entre quem tem menos de 18 anos, a taxa de pobreza é ainda maior: 20,7%, contra 19%, em 2008.
"Os custos da pobreza infantil permanecerão por muitos anos na forma de baixo desempenho escolar, trabalhadores menos produtivos e maiores gastos com saúde.", disse o economista Harry Holzer, da Universidade de Georgetown.

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