Fim de grupos reduziu oligopólio a Civita, Frias, Mesquita e Marinho
Monitor Mercantil online, 29/09/2010
Até a última década do século XX, cerca de nove grupos de empresas familiares controlavam a grande mídia nacional no Brasil. As famílias eram Abravanel (SBT), Bloch (Manchete), Civita (Editora Abril), Frias (Folha de S. Paulo), Levy (Gazeta Mercantil), Marinho (Organizações Globo), Mesquita (O Estado de São Paulo), Nascimento Brito (Jornal do Brasil) e Saad (Rede Bandeirantes).
Hoje, sem as famílias Bloch, Levy e Nascimento Brito, esse número está reduzido a seis, sendo que apenas quatro são formadoras da agenda nacional.
Segundo a jornalista Berenice Mendes, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), a redução do número de famílias não diminuiu o poder desse restrito grupo, muito pelo contrário.
"Através do Conselho de Comunicação Social do Congresso, instituído por determinação constitucional, aconselhamos os parlamentares a tomar medidas contra esse processo de concentração, mas a bancada ligada à comunicação é tão grande e influente que o Conselho foi sendo gradativamente esvaziado e, na prática, foi extinto, já que está paralisado há quatro anos", criticou.
Ao mesmo tempo, Berenice lembra que não foi difícil aos barões da mídia, endividados na época, aprovar a entrada do capital estrangeiro no setor, mesmo havendo exigência constitucional de fórum qualificado para qualquer alteração legal na área.
"A participação aprovada, de 30%, é a maior do planeta. Agora estão reclamando da entrada de grupos portugueses", disse, ponderando que, no mundo inteiro, inclusive nos Estados Unidos e na Europa, a legislação está sendo modernizada em prol da ética.
"O Brasil precisa de um grande pacto civilizatório nesse sentido. Caso contrário entraremos num cenário obscurantista, pois a legislação antiga não dá conta nem do que havia antes da convergência das mídias", salientou.
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