terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Governador da BA reprime PMs grevistas, mas deu R$1,2 bi a banqueiros

PMs grevistas e familiares são reprimidos por tropas federais
O Estado da Bahia, que vive desde dia 31 com a greve da sua PM, em luta entre outras coisas, pelo cumprimento da ampliação legal do piso salarial, destinou, em 2011, R$ 1,2 bilhão ao serviço da dívida do Estado com a União (remunerada pelo IGP-DI mais 6% ao ano).

Embora o piso da PM baiana, de cerca de R$ 2,3 mil, não é um dos piores das polícias militares (por exemplo, a polícia fluminense ganha a metade disso) o valor pago pelo governador da Bahia Jaques Wagner (PT) com a dívida seria suficiente para mais do que dobrar os salários de 31 mil servidores da categoria.

Jaques Wagner alega não poder atender as reivindicações dos grevista por motivos orçamentários e pelo cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Pelo jeito o governador escolheu seu lado: é truculento com os servidores grevistas, não com os banqueiros.

Leia a nota oficial da CSP Conlutas e a moção de solidariedade:

Greve dos policiais de Salvador (BA) enfrenta truculência do governador Jaques Wagner (PT)
Portal da CSP Conlutas - 06/02/2012

A greve dos policiais militares de Salvador (BA) enfrenta a truculência do governador da Bahia Jaques Wagner (PT). Nesta segunda-feira (6) o Exército, a Força Nacional, a Polícia Federal e as Companhias Independentes de Policiamento Especializado da Polícia Militar, acionados pelo governador, fizeram um cerco na Assembleia Legislativa, ocupada por grevistas desde o início da greve.

Esse batalhão foi convocado para desocupar o local e para cumprir a ordem de prisão contra os grevistas. Os soldados formaram um cordão de isolamento na  assembleia lançaram balas de borracha contra  familiares, crianças e mulheres que encontram-se em frente ao local em solidariedade à greve.

Pela manhã, alguns familiares tentaram entrar na assembleia para levar apoio aos policiais grevistas, como água, comida e medicamentos, mas foram reprimidos.

Os soldados da força nacional foram acionados pelo governador Wagner para conter a onda de assaltos e mortes na região. O governador tenta jogar nas costas dos trabalhadores grevistas a culpa do aumento da violência no estado, entretanto, à responsabilidade é do governador que não atende as reivindicações da categoria.  A resposta que o movimento grevista têm obtido para a solução do problema é a repressão e ordem de prisões contra  companheiros que estão somente fazendo valer seu direito de greve.

A paralisação dos policiais teve início na última terça-feira (31) após meses de tentativas de negociações. A categoria luta pela melhoria nas suas condições de trabalho e exigem a reintegração dos demitidos políticos que foram expulsos da PM depois da histórica greve de 2001, a incorporação de gratificações, o pagamento de um adicional de periculosidade, reajuste linear de 17,28% retroativo a abril de 2007 e a revisão no valor do auxílio alimentação.

Com a chegada do exército e da Força Nacional, o governo continua a pressão sob os grevistas e seguem as ameaças de repressão. O governador não demonstra o mínimo de disposição para resolver a greve.

A CSP-Conlutas convoca a todas as entidades e organizações a prestar sua solidariedade os PMs em greve, fazendo o governo recuar em sua intransigência e repressão.

Desta forma, com o apoio dos trabalhadores de diversas categorias será possível dobrar o governo Wagner e obrigá-lo a negociar uma solução que favoreça os trabalhadores.

Defendemos a abertura imediata das negociações e que toda ameaça de repressão ao movimento seja combatida.

Envie moção de solidariedade


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