Diante da mudança no concerto mundial do sistema interestatal imperialista, com o advento do peso central dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) e a criação do G20, os países ricos pensam em mudar o G7, ou mesmo em extingui-lo por um G3, entre EUA, Europa e Japão, ou G4 com a China.
G7 analisa seu futuro e pode se transformar em grupo menor
Por Andrew Torchia - ISTANBUL (Reuters) - O G7, grupo das sete nações mais ricas do mundo, espera decidir neste sábado sobre seu futuro como instituição. Os Estados Unidos estão pressionando pela criação de um grupo menor, que incluiria a China, disse uma autoridade do bloco.
A fonte, que falou em condição de anonimato, afirmou que Washington queria ver o G7 substituído na política econômica internacional por um Grupo dos Quatro, que teria Estados Unidos, Europa, Japão e China.
A autoridade falou antes de um encontro de ministros das Finanças e líderes de bancos centrais do G7, em Istambul, neste sábado.
Uma porta-voz do Tesouro norte-americano se negou a comentar o assunto. O ministro das Finanças britânico, Alistair Darling, disse: "Essas propostas estão aí há muito tempo. Você não deveria ler muito sobre essas propostas." Ele acrescentou: "Não é nossa posição de que o G7 será ferido."
Outras autoridades também sugeriram que o G7 continuaria a existir, mas com um papel menor.
"Conversaremos sobre como que o G7 trabalhará, como será seu papel no futuro. Por exemplo, a frequência dos encontros do G7," afirmou o vice-ministro das Finanças da Alemanha, Joerg Asmussen.
"No ponto de vista alemão, o G7 deve ser algo como um órgão preparatório" para encontros para o G20, que inclui economias em desenvolvimento como China e Índia, acrescentou.
Por mais de uma década, o G7 dominou a política internacional. Mas a crise financeira minou seu poder, com economias como a China tornando-se fundamentais para a recuperação mundial.
Qualquer medida formal para substituir o G7, que tem Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, deve ser diplomaticamente complexa e polêmica.
As principais autoridades financeiras do grupo tradicionalmente se encontram várias vezes por ano, procurando controlar taxas comerciais internacionais e outros mercados através de comunicados divulgados após as reuniões.
Mas o papel do grupo ficou mais duvidoso desde o começo deste ano, quando o G20 tornou-se o principal fórum de debate sobre a crise financeira. O G20 acertou um princípio de endurecimento dos reguladores financeiras e tentou reduzir os desequilíbrios comerciais que desestabilizaram a economia global.
"O G7 não está morto, mas está perdendo a sua relevância," disse neste sábado o diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, à revista Emerging Markets. "Está a caminho da extinção."
Tensões sobre as tarifas comerciais internacionais estão realçando a dificuldade do G7 em manter-se no centro do debate político global.
Persuadir a China a valorizar o iuan é visto como crucial para corrigir esequilíbrios comerciais, mas o país asiático não é membro do G7.
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