sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Inchaço do setor financeiro retarda recuperação do país
Santander embolsa 1,4 bilhão de euros
INCHAÇO DO SETOR FINANCEIRO RETARDA RECUPERAÇÃO DO PAÍS, ALERTA GONÇALVES
Monitor Mercantil (quinta-feira, 08 de outubro de 2009) - A oferta de ações da unidade brasileira do Banco Santander vai resultar em um ganho de capital de 1,43 bilhão de euros (R$ 3,7 bilhões) para a matriz, na Espanha. Os recursos serão reservados como uma provisão genérica, resultando em aumento do índice de capital do grupo de 0,6 ponto percentual.
A multibilionária operação do Santander Brasil ajuda a inflar o mercado brasileiro de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), apenas um ano depois do estouro da crise global desencadeada no final de 2008.
No entanto, os juros futuros para janeiro de 2011 subiram 0,9% e as ações do Santander recuaram 2%, enquanto alguns papéis do setor bancário caíram acima de 3%.
Para o economista Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, a globalização financeira e o livre fluxo de capitais estão atrasando a recuperação das economias em crise.
"Toda vez que a economia real vai mal, a tendência é o inchaço do setor financeiro, mas atualmente há tantas vias para canalizar o capital financeiro que a chamada "fuga para a frente" está prolongando cada vez mais as recessões, com a recuperação se dando em forma de L", destacou, frisando que a financeirização alimenta apenas o circuito de remuneração do capital.
Gonçalves descarta até o efeito renda, ou seja, a possibilidade de a remuneração das aplicações financeiras ajudar a economia real, devido ao impacto no consumo.
"O vagão não empurra a locomotiva. A fuga para mercados de alto risco e alta remuneração, como é o caso da bolsa brasileira, se dá apenas sobre uma pequena parcela do capital, o que não permite impacto na economia real dos países desenvolvidos", resumiu.
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