terça-feira, 25 de agosto de 2015

Preobrazhenski, um economista trotskista. Seus aportes e contribuições ao trotskismo para o Brasil de hoje

por Almir Cezar Filho [1]

Introdução

Este texto não consiste em discorrerei uma biografia do economista e revolucionário Eugeni Preobrazhenski. Nem sua participação na Revolução Russa, ou outros importantes aspectos, como sua contribuição teórica ao marxismo, ou seu papel na gestão da economia soviética durante a década de 1920 (a primeira experiência socialista da História), ou sua participação no partido bolchevique. Nem mesmo sua participação ao lado de Trótski em evitar a burocratização pelo stalinismo do partido, do sovietes, do Estado e das empresas.

Cabe exclusivamente em um breve artigo reabilita aos olhos dos trotskistas contemporâneos, especialmente aos morenistas (até porque revolucionário trotskista Nahuel Moreno o utilizou para atualizar o trotskismo nos anos 1980 [i]), esse brilhante intelectual marxista, dirigente partidário e administrador socialista, e, por sua vez, apontar os necessários aportes que seu pensamento permite para encararmos a luta socialista no século XXI.

Um dos problemas brasileiros atuais que vem dando "dor de cabeça" é recorrência da inflação alta e pressão desta nos ciclos de crescimento econômico: o Teorema de Preobrazhenski. O Teorema de Prebrazhenski não é uma criação de Preobrazhenski, mas uma interpretação dada por Joseph Stiglitz (prêmio Nobel de Economia e ex-economista-chefe do Banco Mundial) ao estudar os problemas macroeconômicos das economias em desenvolvimento (em transição de agroexportadores para industrializados), em que é endêmico recorrentes crises no câmbio e no balanço de pagamentos e uma crônica inflação alta, que se intensificam quanto mais cresce a economia, gerando um fortíssimo dilema.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Brasil tem quase 100 mil imóveis encalhados

Com lançamento e venda de imóveis em queda, estoque chega a 99 mil unidades
Setor levaria 13 meses para comercializar toda essa oferta imobiliária, indica pesquisa inédita

Portal R7 | 19/8/2015 

O mercado imobiliário brasileiro acompanha o desaquecimento econômico do País e apresenta uma redução nos lançamentos e nas vendas de imóveis.

O Brasil tem um estoque de 99 mil imóveis, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (19) pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

O levantamento mostra que, neste ano, foram lançados em todo o País 26,5 mil unidades, uma queda de 20% na comparação com o mesmo período de 2014.

Já as vendas, neste mesmo período, alcançaram 51,7 mil unidades, o que representa uma queda de 14% em relação ao ano passado.


Segundo o economista da Fipe Eduardo Zylberstajn, responsável pelo estudo, esses dados já mostram que as incorporadoras estão lançando menos do que estão vendendo, o que demonstra que o setor está fazendo um ajuste não somente no preço dos imóveis.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Sobre a inflação na teoria marxista

por Almir Cezar

Posto aqui novamente uma pequena lista com artigos acadêmicos brasileiros em Economia com um tratamento da fenômeno da inflação em uma abordagem marxista, 'encontráveis' na internet. 

Os artigos traçam vários rumos para entender a questão, mas ao meu ver, o melhor seria analisar em termos do chamada “revolução do valor e gravitação dos preços”, e enquadrá-la na crítica marxista à Microeconomia e superação do problema de transformação pela aplicação do princípio da regulação pela lei do valor e do entendimento da dialética entre preços e valores. Em breve posto um artigo próprio em que desenvolverei o tratamento da questão por este meio.

Segue os títulos com os links:

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Crise? Crise sim, mas para quem? Grandes empresas apertam custos e elevam lucro em ano de crise

Apesar de queda nas receitas, grandes empresas apertam custos e elevam lucro em ano de crise. Inflação bate receita, mas lucro operacional sobe em 8 firmas.

Empresas repassam para os preços finais a elevação nos preços dos insumos, enquanto consumidores pagam mais caro pelos produtos e empregados amargam queda nos salários e desemprego.

Empresas apertam custos e elevam lucro em ano de crise

TATIANA FREITAS e TONI SCIARRETTA - DE SÃO PAULO | Folha Online | 14/08/2015

As grandes empresas brasileiras se prepararam para a crise econômica, ganharam eficiência e conseguiram elevar os ganhos nos seus negócios no primeiro semestre de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014.

A melhora ocorreu mesmo com a queda nas receitas com as vendas. Isso mostra que as companhias conseguiram repassar aumentos nos preços, além de cortar custos e despesas administrativas.

Levantamento do Insper, feito a pedido da Folha com base em dados da consultoria Economatica, mostra que as companhias que fazem parte do Ibovespa tiveram um crescimento de 9,3% no chamado lucro operacional (o Ebit, ou lucro antes de juros e impostos) nos primeiros seis meses deste ano na comparação com o primeiro semestre de 2014.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Grandes empresas seguem lucrando muito, mesmo com queda na economia

Economia brasileira caminha para a recessão, mas os lucros das grandes empresas e bancos seguem exorbitantes

Por André Freire, de Salvador (BA)

Em algumas semanas, será anunciado o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2015. E é muito provável que economia brasileira entre oficialmente em recessão - nome que os economistas escolheram para analisar a economia, de um determinado país, que tem um desempenho negativo em seu crescimento, durante dois trimestres seguidos.

Depois da estagnação econômica durante o ano de 2014 (apenas 0,1% de crescimento), já houve uma pequena queda de 0,2%no PIB do primeiro trimestre desse ano. Agora, novamente todas as estimativas para o segundo trimestre apontam outra queda, inclusive podendo ser mais profunda. As avaliações do FMI e do próprio Banco Central brasileiro já indicam que o PIB brasileiro pode recuar em até 1,5%durante o ano de 2015.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Tragédia Grega esconde segredo de bancos privados.

 por Maria Lucia Fattorelli | 01/07/2015

A Grécia está enfrentando um tremendo problema de dívida pública e uma crise humanitária. A situação atual é muitas vezes pior do que a de 2010, quando a Troika – FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu – impôs seu “plano de resgate” ao país, justificado pela necessidade de apoiar a Grécia. Na realidade, tal plano tem sido um completo desastre para a Grécia, pois o país não tem obtido absolutamente nenhum benefício com os peculiares acordos de dívida implementados desde então.

O que quase ninguém comenta é que um outro exitoso plano de resgate foi efetivamente implementado naquela mesma época em 2010, não para a Grécia, mas para os bancos privados. Por trás da crise grega há um enorme e ilegal plano de resgate de bancos privados. E a forma pela qual tal plano está se dando representa um imenso risco para toda a Europa.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Mercado financeiro prevê retração na economia de 1,7% este ano, diz BC

Presidente do Banco Central continua usando alta dos juros
para combater a inflação, apesar do pouco efeito. Mercado
financeiro ouvido pelo próprio BC prevê retração da economia
em consequência da política monetária.
A economia deve ter retração de 1,7%, este ano, de acordo com projeção de instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central. Na semana passada, a projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, estava em 1,5%. Essa projeção é do Boletim Focus, publicação semanal, feita pelo Banco Central, com base em pesquisa a instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.

No próximo ano, a expectativa é crescimento da economia, mas apenas 0,33%. Na semana passada, a estimativa de crescimento era 0,50%. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter queda de 5%, este ano. Em 2016, o setor deve se recuperar, com crescimento de 1,50%, contra 1,40% previsto anteriormente.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Estoura a bolha financeira da China

Mais da metade das empresas listadas em Bolsa na China suspendem ações. A Bolsa de Shenzhen caiu 2,5% nesta quarta-feira, após queda de 5,3% na véspera. Estourou a bolha: o "crash" da bolsa chinesa está apenas começando.

Mais da metade das empresas listadas no mercado de capitais da China suspenderam suas ações em meio à contínua desvalorização das bolsas chinesas e ameaças de uma bolha acionária, segundo dados divulgados pela mídia local nesta quarta-feira (8). Um total de 1.430 empresas anunciaram a suspensão de suas de ações até agora. O número de companhias com capital aberto no país é de 2.808.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Barbeiragem da política econômica empurra o país para recessão e não abaixa inflação

Banco Central admite previsão de retração de 1,1% no PIB e inflação de 9% em 2015

Fortes e sucessivos aumentos da taxa básica de juros pela autoridade monetária, acompanhada de ajuste fiscal, com cortes orçamentários e aumento de impostos e tarifas públicas pelo Ministério da Fazenda e Planejamento, visando o combate a inflação, empurra colateralmente a economia para uma recessão, cuja retratação do Produto Interno Bruto (PIB) pode chegar a -1,1%, porém os resultados não são sentidos sobre os preços ao consumidor. A inflação esperada para esse ano pode ficar em mais que o dobro da meta oficial de 4,5%. Enquanto isso, o índice de desemprego em certas capitais já chega a 10% da PEA (população economicamente ativa), batendo a taxa do auge da crise em 2009.

O Banco Central (BC) espera uma retração de 1,1% da economia brasileira em 2015. Há três meses, a instituição projetava queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,5%. A estimativa de retração divulgada no Orçamento do ano é de 1,2%. A projeção do mercado pela pesquisa Focus é de queda de 1,45%.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Com Levy, desemprego na indústria pode superar até a taxa do auge da crise em 2009

COM JURO ALTO E AJUSTE FISCAL SETOR JÁ FECHOU 15O MIL VAGAS

Vítima da política econômica recessiva do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a indústria de São Paulo deve fechar 2015 com cerca de 150 mil empregos a menos, queda de 6% sobre o ano anterior. Com isso, este será o pior ano da série histórica da pesquisa da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), iniciada em 2005, com possibilidade de atingir novo recorde na eliminação de vagas na indústria. 

A avaliação é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp), Paulo Francini: “É a maior perda de empregos absolutos, superando até a queda no ano da crise”, destaca Francini, se referindo ao saldo negativo de empregos de 110 mil, em 2009.

A pesquisa do Depecon apurou o fechamento de 17 mil postos de trabalho em maio, queda de 0,86% na comparação com o mês anterior, na leitura com ajuste sazonal. No acumulado do ano, a indústria paulista já demitiu 35 mil trabalhadores.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Com Levy inflação já sobe 5,34% em apenas cinco meses de 2015

Equipe econômica do governo Dilma também insiste equivocadamente na subida dos juros (ao consumidor já atingem mais de 300% ).
Endividamento, inadimplência, desemprego e recessão já são o resultado.


As medidas do Ministro da Fazenda Joaquim Levy, à frente 
da equipe econômica da presidenta Dilma, ao contrário do 
prometido, vem acelerando a inflação.
A política macroeconômica da equipe da presidenta Dilma Roussef, sob o ministro da Fazenda Joaquim Levy à frente, ao contrário do prometido, vem acelerando a inflação. O IPCA de maio ficou em 0,74%, após subir 0,71%, em abril, subindo para 5,34%, nos cinco primeiros meses do ano, acima da meta  de 4,5% e se aproximando do teto da meta, de 6,5%. E ainda, como efeito colateral, endivida o consumidor e o empurra a inadimplência (crescimento de 7,27% em 5 meses), aumenta o desemprego (atingiu 8%, maior patamar desde 2006) e empurra a economia para recessão (a expectativa é que haja recuo do PIB de 1,2% em 2015).

O tarifaço de energia, determinado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com a drástica redução de subsídios, e a alta dos alimentos foram os principais responsáveis pela alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 0,74%, em maio, após subir 0,71%, em abril. Com o índice de maio, o IPCA já sobe a de 5,34%, nos cinco primeiros meses do ano. Nos 12 meses até maio, o IPCA sobe 8,47%, a maior taxa desde dezembro de 2003 (9,3%).

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Governo federal corta mais de 50% dos recursos da Reforma Agrária

Dilma Mãos de Tesoura
Os cortes anunciados pela equipe econômica do governo federal no último dia 22/05, um contingenciamento de quase R$ 70 bilhões no orçamento da união para 2015, tendem a estagnar ainda mais o processo da Reforma Agrária no país.

Cerca de 53.3% dos recursos discricionários, ou seja, aqueles que são priorizados pela própria pasta, foram contingenciados. Esse montante resultou na redução de 49.4% nas dotações do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para este ano.

Do montante autorizado em Lei, de pouco mais de R$ 3,5 bilhões, restaram apenas R$ 1,8 bilhão.

Esse valor será responsável pela manutenção dos programas já existentes, além do pagamento de dívidas adquiridas pelo próprio ministério. Isso significa que pouca ou nenhuma verba será destinada a novos projetos de interesse da Reforma Agrária.

Entre todas as pastas afetadas pelo contingenciamento, o MDA foi o 6º colocado em termos de corte proporcional.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Apesar da crise, lucros dos bancos crescem no Brasil

Lucro das empresas da Bolsa cai R$ 18,2 bi, mas bancos crescem 42% 
Alta da Selic, spread e concentração do mercado explicam rentabilidade na crise

De acordo com levantamento de uma consultoria, as 317 empresas com ações negociadas na BM&F Bovespa lucraram um total de R$ 25,7 bilhões no primeiro trimestre de 2015. O montante representa uma queda de R$ 18,2 bilhões, ou 41,4%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Os resultados do setor bancário se apresentaram na direção contrária - os ganhos das 25 empresas do setor somaram R$ 17,7 bilhões de janeiro a março, um crescimento de 42,8% frente ao ganho de R$ 12,4 bilhões nos mesmos meses do ano passado o maior lucro entre os 24 setores presentes na Bolsa.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Do Ensaio Desenvolvimentista à austeridade: uma leitura Kaleckiana

por Almir Cezar

Segue um artigo analítico da virada da política econômica do governo Dilma sob uma abordagem kaleckiana. Não sou kaleckiano, mas sempre tive uma simpatia pelas contribuições do economista polonês Michael Kalecki enquanto marxista para compreensão macroeconômica do capitalismo.

Do Ensaio Desenvolvimentista à austeridade: uma leitura Kaleckiana

A austeridade bloqueia o avanço das demandas por redução das desigualdades e restabelece o mecanismo de controle dos capitalistas sobre o governo

 por Fernando Rugitskyda Carta Maior

Michael Kalecki
A virada da política econômica sob o mote da austeridade, iniciada nos últimos meses no Brasil, tem sido impressionante. A polêmica em torno da política de desonerações da folha de pagamentos é ilustrativa. Iniciada em 2012 e expandida nos dois anos seguintes, tal política foi classificada pelo atual ministro da Fazenda como “grosseira”, uma “brincadeira que nos custa R$ 25 bilhões por ano”. Um estrangeiro que não acompanha os embates políticos e econômicos do Brasil poderia ficar incrédulo se fosse informado que, na eleição ocorrida no ano passado, a presidenta foi reeleita e que o atual governo é de continuidade.


No entanto, apesar de aparentemente abrupta, tal virada é apenas o desfecho de um conflito subjacente que ganhou força no início do primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando se iniciou o que André Singer chama de “ensaio desenvolvimentista”. Dessa maneira, compreender a opção atual pela austeridade requer examinar, ainda que brevemente, a política econômica do primeiro mandato, suas tensões e seus limites. E entender como seus resultados abriram espaço para que certos grupos adotassem uma estratégia surpreendentemente bem sucedida de pautar o debate público com a necessidade de um ajuste fiscal e de rejeição das opções de política realizadas entre 2011 e 2014.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

13 de Maio: vamos falar sobre Manuel Querino, um intelectual negro brasileiro

Rememorando o dia de hoje, 13 de maio, que se celebra mais um aniversário da Abolição da Escravatura no Brasil, republicamos o artigo sobre Manuel Raimundo Querino, importante intelectual negro. Contudo, como tantos outros, pouco conhecido na AcademiaA data não é comemorada pelo movimento negro, não é por menos, após a Lei Áurea faltou ao Estado e às elites criarem as condições para que a população negra pudesse ter um tipo de inserção mais digna na sociedade.

Depois do fim da escravidão, de acordo com o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), em sua obra A integração do negro na sociedade de classes, de 1964, "as classes dominantes não contribuíram para a inserção dos ex-escravos no novo formato de trabalho". Pelo contrário, no período subsequente o pensamento hegemônico, mesmo na Academia, tentou "esconder", ou mesmo demonizar, de todas as formas, e por todos os argumentos, os negros e sua contribuição ao Brasil - aproveitando-se de um ambiente em que se manteve o racismo cultural e o latifúndio agroexportador e se difundiu a imigração de europeus e esteve ausente qualquer reparação aos ex-escravos e seus descentes.

Manuel Querino foi uma daquelas figuras espalhadas pelo país no final do século XIX e começo do século XX, anos que se seguiram ao fim da escravidão, na luta contra o racismo a partir da desenvolvimento de uma análise sociológica e antropológica da contribuição dos negros e africanos à cultura e sociedade brasileira em geral, elaborada a partir dos próprios negros.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Promessa de Levy que ajuste traria volta do crescimento se revela ilusão

Dados de inflação, emprego, confiança da indústria e déficit público mostram deterioração do cenário econômico provocada pelo pacote de medidas de ajuste, que prometia evitá-la

por Almir Cezar

Revelou-se ilusão a previsão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que a união de uma política de ajuste fiscal com a nova escalada da taxa básica de juros (Selic), agora para 13,25% ao ano, ajudaria na retomada dos investimentos, por restabelecer a confiança do empresariado, não se sustenta. Os dados de inflação (medida e a esperada pelo mercado), nível de emprego, déficit público dos estados e, especialmente, confiança da indústria mostram deterioração do cenário econômico provocada pelo pacote de medidas de ajuste, que prometia evitá-la.

O cenário contracionista, no conjunto das políticas macroeconômicas fiscal, cambial, monetária e creditícia faz com que a confiança do empresário se reduza, diante da expectativa de nova queda no Produto Interno Bruto (PIB) e na demanda, ao contrário do prometido. Mercado estima inflação em 8,26% e Selic em 13,5% no final do ano. Já os Estados têm déficit recorde para março. O resultado é que a confiança da indústria volta a cair e atinge o menor nível dos últimos nove anos e ainda mais grave para o trabalhador, à medida que o arrocho fiscal coloca 1,5 milhão na rua no primeiro trimestre, aumento do desemprego em 23%, passando para 7,9% da população economicamente ativa.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Economia cresce 0,1% em 2014, pior resultado em 5 anos


Em final de março foi divulgado o dado oficial do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB em 2014 somou R$ 5,521 trilhões, fechando o ano em leve alta de 0,1%. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.

Foi o pior resultado para a economia desde a queda de 0,2% em 2009, auge da crise crise econômica mundial. Entre os setores produtivos do PIB, a indústria teve o pior desempenho, caindo 1,2% no ano. O setor agropecuário teve avanço de 0,4%, e os serviços subiram 0,7%.


O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país, e foi divulgado em 27 de março pelo IBGE. Essa soma foi de R$ 5,521 trilhões no ano passado. O PIB per capita ficou em R$ 27.229, uma queda de 0,7% (em volume) em relação a 2013.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Professores brasileiros recebem piores salários

Ranking internacional mostra descaso com que a educação é tratada no país

Tropa de choque da PM do Paraná, governada por Beto
Richa (PSDB), ataca professores e servidores públicos 
em frente a Assembleia Legislativa. Mais de 170 feridos.
Alvos de agressão da polícia do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e da intransigência em São Paulo do governador Geraldo Alckmin, também tucano – estado em que estão em greve desde 13 março – os professores brasileiros estão na lanterna de um ranking internacional sobre salários de educadores.

O país amarga um dos últimos lugares em um ranking que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, considerando itens como salários dos professores, condições de trabalho na escola e desempenho dos alunos.

Segundo estudo da consultoria Gems Education Solutinos, os professores brasileiros recebem o equivalente a US$ 14,8 mil por ano (cerca de R$ 44,4 mil). O valor é calculado por uma média de 15 anos e usa o critério de paridade de poder de compra.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Governo Dilma já admite política econômica de Levy levará país à recessão este ano

Governo se curva a previsões dos bancos e estima queda de 0,9% no PIB deste ano
Faturamento caí e desemprego aumenta


por Almir Cezar

Ao longo dos últimos meses o ministro da Fazenda Joaquim Levy vinha dizendo que as medidas de corte de gastos e de aumento de tributos adotadas seriam apenas o primeiro passo para reequilibrar a economia. Sempre minimizava o impacto das medidas de ajuste fiscal anunciadas na produção e no consumo em 2015. Contudo, a equipe econômica, agora, estima que a atividade econômica deve encolher 0,9% este ano. É o que consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviado esta semana ao Congresso Nacional, que revê para baixo a previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. 

Com um ministro da Fazenda oriundo do sistema financeiro, o governo Dilma alinhou sua previsão com as estimativas dos bancos. Embora os números sejam divulgados pelo Ministério do Planejamento, as estimativas são de autoria da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Para 2016, a proposta da LDO prevê crescimento de 1,3%. Na véspera, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmara que as projeções da equipe econômica haviam incorporado as estimativas do mercado financeiro. Na última edição do Boletim Focus, pesquisa semanal com economistas de mercado divulgada pelo Banco Central, as instituições previam queda de 1,01% do PIB em 2015 e crescimento de 1% em 2016. A última edição do Focus prevê inflação de 8,13% para este ano e de 5,6% para 2016.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Morre Eduardo Galeano, importante pensador da esquerda da América Latina

A seguir a excelente nota a CSP-Conlutas Central Sindical e Popular homenageando o escritor Eduardo Galeano, falecido anteontem. O pensador era uma das principais referências da esquerda latino-americanas nas últimas décadas.

Morre Eduardo Galeano, importante pensador da esquerda da América Latina

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

Quem da esquerda em algum momento ou em muitos não se emocionou com estas frases de Fernando Birri tão citadas por Galeano? Eduardo Galeano, um dos grandes maestros da esquerda latino-americana, tombou nesta manhã de segunda-feira, aos 74 anos, em Montevidéu, Uruguai, devido a complicações de um câncer no pulmão. Havia sido internado na última sexta-feira.

Ícone da literatura com inúmeras publicações, perseguido pelos regimes ditatoriais que varreram a América Latina, também era jornalista e ensaísta. Eduardo Galeano pode ser citado não como especialista em alguma das áreas pelas quais passou, mas como um humanista que construiu uma identidade de nossos povos pela ousadia em se opor às imposições da Europa e dos Estados Unidos. Tanto na política quanto no jornalismo e na literatura.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Inflação, PIB e emprego: Dados e previsão da economia pioram em março

Em meio e apesar de ajuste econômico, dados  e previsão para a economia brasileira para 2015 pioram em março. Analistas do mercado financeiro espera inflação de 8,2% e retração no PIB de 1,01% em 2015. Taxa de desemprego cresceu para 6,2% em março, o pior dado desde 2006.

Mercado espera inflação de 8,2% e retração no PIB de 1,01% em 2015

Investidores e analistas dos mercado financeiro já estimam para 2015 inflação de 8,2%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O IPCA é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o objetivo de oferecer a variação dos preços no comércio para o público final.

terça-feira, 31 de março de 2015

20º Encontro Nacional de Economia Política

Entre 26 a 29 de maio acontecerá em Foz do Iguaçu (PR) mais um Encontro Nacional de Economia Política. As atividades do maior evento de Economia Política do país são promovidas pela Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) e acontecerão no campus da UNILA.

Haverá debates e apresentação de trabalhos nas seguintes áreas:
  • METODOLOGIA E HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
  • HISTÓRIA ECONÔMICA E ECONOMIA BRASILEIRA
  • ECONOMIA POLÍTICA, CAPITALISMO E SOCIALISMO
  • ESTADOS E NAÇÕES DIANTE DO CAPITALISMO ATUAL
  • DINHEIRO, FINANÇAS INTERNACIONAIS E CRESCIMENTO
  • CAPITALISMO E ESPAÇO
  • TRABALHO, INDÚSTRIA E TECNOLOGIA
  • INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA
  • ECONOMIA AGRÁRIA E DO MEIO AMBIENTE
Segue a programação:

quinta-feira, 26 de março de 2015

Banco Central estima que Brasil passará dois anos em recessão

por Almir Cezar

E inflação deste ano deverá estourar o teto da meta, de acordo com estimativa da autoridade monetária que acaba de ser divulgada. O endividamento das famílias sobe levemente em janeiro, revela Banco Central

O Brasil vai ter dois anos de recessão, de acordo com a estimativa que acaba de ser apresentada pelo Banco Central (BC) em seu Relatório de Inflação, publicado trimestralmente. Neste ano, a autoridade monetária espera queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5%. Em 2014, a redução será de 0,1% de acordo com essa nova previsão - a anterior era de leve alta, de 0,2%. O PIB do ano passado medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) será conhecido amanhã.

A inflação será de 7,9% em 2015, estourando o teto da meta, de 6,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A previsão anterior era de 6,1%. Para 2016, houve ligeira queda na estimativa, de 5% na versão anterior para 4,9% na atual. Isso significa que o BC espera que o choque de preços se concentre neste ano.

terça-feira, 17 de março de 2015

IBGE revisa PIB de 2011

Em 2011, PIB da nova série cresceu 3,9% e chegou a R$ 4,375 trilhões
 Nova série apresenta uma classificação mais detalhada e incorpora dados 

Série do PIB antes da revisão metodológica pelo IBGE
Nova série do Sistema de Contas Nacionais do IBGE adota 2010 como ano de referência e incorpora recomendações da mais recente revisão do manual de Contas Nacionais organizado por ONU, FMI, OCDE e Banco Mundial. Além de atualizações metodológicas, a nova série apresenta uma classificação mais detalhada de produtos e atividades, integrada à CNAE 2.0, e incorpora dados do Censo Agropecuário de 2006 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/09.

O Sistema de Contas Nacionais (SCN 2010) permanece fundamentado nas Tabelas de Recursos e Usos (TRU) e nas Contas Econômicas Integradas (CEI). Também foi feita uma retropolação dos dados até 2000, estimando-se nova série de TRU. A nova série das Contas Nacionais Trimestrais (até 2014) será divulgada em 27/03 e os resultados anuais definitivos de 2012 e 2013 serão conhecidos em novembro. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

População rural brasileira pode ser superior ao apontado oficialmente

Pesquisa usa abordagem sociológica para definir políticas públicas para o campo

Pesquisa apoiada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) calcula que 36% da população brasileira é rural. O percentual é 20 pontos superior aos cerca de 16% apontados pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença deve-se à aplicação de um tipo de conceito de rural defendido pelos pesquisadores do MDA. Segundo o levantamento, como só existe o conceito de urbano na legislação, a ruralidade acaba definida por exclusão.

O novo conceito foi apresentada na primeira edição do evento ‘Diálogos sobre o Brasil Rural’, nesta segunda-feira (9), em Brasília.  O evento, promovido pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead/MDA), apresentou a pesquisadores, estudantes, servidores do MDA e de outros ministérios o estudo ‘Repensando o conceito de ruralidade no Brasil: implicações para as políticas públicas’.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Atos programados contra aumento do juros pelo BC


Movimentos sociais realizaram por várias cidades do Brasil atos contra o aumento dos juros que ocorrerá amanhã,  03 de março, pelo Banco Central.


Dias 3 e 4 de março, o COPOM (Comitê de Política Monetária) irá se reunir mais uma vez para - ao que tudo indica - subir os juros (SELIC) de novo. Cada aumento de 0,5 ponto percentual significa um enorme prejuízo ao Orçamento Federal e aos investimentos sociais.

Atualmente, 45,1% do Orçamento Geral da União é destinado ao pagamento de juros, amortizações e refinanciamento da Dívida Pública Federal. Apesar disso, a dívida cresce ano a ano.

Várias movimentos e entidades sindicais e populares, entre elas a Auditoria Cidadã da Dívida,  convidadam todos a participarem desse ATO para mostrar aos nossos governantes e aos tecnocratas do Banco Central que nós estamos de olho e não aceitamos mais ser pilhados pelo Sistema Financeiro Nacional e Internacional.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Dívida Pública e os Direitos das Mulheres no Brasil

Maria Lucia Fattorelli
Coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida
www.auditoriacidada.org.br

A dívida pública tem consumido a parcela mais relevante dos gastos do orçamento federal, impedindo o respeito aos direitos humanos no Brasil. Os direitos da mulheres são igualmente afetados pela equivocada política econômica praticada no País, que privilegia os gastos financeiros em detrimento dos direitos sociais. Nem mesmo as determinações da Lei Maria da Penha têm sido efetivadas: dos pífios recursos destinados ao seu cumprimento, apenas uma ínfima parcela tem sido executada de fato. Por outro lado, a cada ano, o lucro dos bancos se avoluma, atingindo dezenas de bilhões a cada ano, denunciando a evidente transferência de recursos públicos em benefício do setor financeiro privado. O “Sistema da Dívida” é um dos principais responsáveis por essa distorção, razão pela qual é fundamental a realização de auditoria da dívida, com ampla participação cidadã. O Equador realizou auditoria oficial de sua dívida em 2007/2008, obtendo anulação de 70% da dívida externa em títulos, o que tem possibilitado avanço nos investimentos sociais, priorizando-se inclusive as questões de gênero. A auditoria da dívida está prevista na Constituição Federal, mas nunca foirealizada. A CPI da Dívida Pública realizada na Câmara dos Deputados em 2009/2010 foi um grande passo nesse caminho. Especialmente diante da conjuntura internacional de crise financeira e sua iminente transferência para o Brasil e demais países em desenvolvimento, é fundamental o envolvimento dos movimentos feministas nessa questão. É urgente realizarmos completa auditoria da dívida pública para alcançarmos a necessária transparência acerca da realidade financeira do País e, de posse dos resultados, exigirmos a aplicação dos recursos prioritariamente ao atendimento aos direitos humanos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Tiro pela culatra: Apesar do arrocho da dupla Dilma-Levy a inflação dispara. Novo salário mínimo não dá conta

por Almir Cezar

Inflação oficial inicia o ano em alta de 1,24%. Isso apesar do arrocho da dupla Dilma-Levy, com a edição das MPs 664 e 665, com cortes no seguro-desemprego, auxílio-doença, PIS e pensões e a decisão de engrossar a carga de impostos que afeta a população. Já a cesta básica ficou mais cara em quase todo o país, subindo quase 10 vezes mais que a inflação e já consome metade do valor do salário mínimo de 2015.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país e que serve de parâmetro para as metas inflacionária fixada pelo Banco Central, iniciou o ano em alta, fechando janeiro com variação de 1,24%, resultado 0,46 ponto percentual superior ao 0,78% registrado pelo indicador em dezembro do ano passado.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

É a queda das commodities! Ações da Petrobras caem mas não é pelos escândalos

por Almir Cezar

Diferente do que afirma a grande mídia o valor da Petrobras na bolsa de valores caí não apenas por causa do escândalo de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato, mas por conta da deflação mundial das commodities, como o petróleo. É o mesmo caso da Vale,  de minérios e siderúrgicos, mas empresa privada. Sem o mesmo rebuliço da mídia, pois esta não se presta a atacar o governo Dilma.

Apesar da alta inflação interna, com o prosseguimento da crise econômica internacional, o cenário que se desenha lá fora para 2015 é claramente deflacionário e desinflacionário. A deflação de preços ao produtor na China segue há 3 anos - ainda com enorme capacidade ociosa. Japão e Europa também estão em território deflacionário. A previsão de boas safras nos EUA também coloca pressão baixista nos preços de grãos. Os preços de ferro e cobre seguem em queda com a perspectiva de mais desaceleração na China.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dívida pública sobe 8,15% em 2014, para R$ 2,29 trilhões

Principal fator que elevou dívida em 2014 foram os juros: R$ 243 bilhões. Ao mesmo tempo, governo também emitiu mais R$ 60 bilhões para BNDES.

A dívida pública federal, que inclui tudo o que o governo deve a credores dentro e fora do país, subiu 8,15% em 2014, para R$ 2,29 trilhões, novo recorde. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda.

O crescimento da dívida pública no ano passado foi de R$ 173 bilhões. Em 2013, a dívida pública havia registrado crescimento menor, de 5,7%, ou R$ 115 bilhões, para R$ 2,12 trilhões.

A dívida pública é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.

Fatores para o crescimento

O crescimento da dívida pública no ano passado está relacionado, principalmente, com as despesas com juros, no valor de R$ 243 bilhões. Dados de alguns pesquisadores constatam que a cada elevação em meio ponto percentual (0,5) na taxa Selic (taxa básica juros) pelo Banco Central, com a justificativa de combater a inflação, eleva o gasto com a dívida em R$ 10 bilhões, que vão diretamente para as receitas de bancos e rentistas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

'Nem que a vaca tussa': contra 'mexidas' de Dilma-Levy nos direitos sociais centrais sindicais protestam

Cartaz conjunto das centrais sindicais que anuncia
 a campanha e ironiza a frase de Dilma durante
a eleição de que não mexeria em direitos sociais.
Hoje, 28 de janeiro, quarta-feira, vão ocorrer manifestações em diversas partes do país exigindo a revogação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, baixadas pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado. O “Dia Nacional de Lutas por emprego e direitos” foi uma iniciativa proposta pelas centrais sindicais brasileiras CUT, FS, CTB, NCST, UGT, CSB e CSP-Conlutas e está tendo a adesão de entidades sindicais e movimentos populares participando das manifestações e somam ao esforço de unidade para barrar essas medidas adotadas pelo governo e que prejudicam os trabalhadores.

As MPs são, na verdade, uma minirreforma trabalhista e da previdência. Atacam e reduzem direitos, com a desculpa de aumentar o controle e a fiscalização do governo, tais como o seguro-desemprego, o auxílio-doença, a pensão por morte e o abono salarial do PIS-Pasep. 

Ao mesmo tempo, o governo Dilma vem impondo um forte arrocho fiscal e monetário, cortando o orçamento de áreas sociais, aumentando ou reeditando impostos como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) da gasolina e o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) dos empréstimos bancários, ao mesmo tempo em que aumenta a defasagem da tabela do imposto de renda, trazendo mais perdas para os assalariados.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

População sufocada: Dupla Dilma-Levy agora ataca com aumento de impostos

Depois de editar  as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, com cortes no seguro-desemprego, auxílio-doença, PIS e pensões, anunciadas em dezembro, o governo Dilma Rousseff (PT) decidiu engrossar a carga de impostos que afeta a população. É mais uma péssima notícia para os trabalhadores e aposentados brasileiros.

Na segunda-feira passada (19), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a elevação do PIS e da Cofins sobre os combustíveis e o retorno da Cide da gasolina (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). O aumento conjunto dos tributos corresponderá a R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel, valores que a Petrobras já anunciou que repassará integralmente aos consumidores.

O ministro de Dilma anunciou também os aumentos do IPI sobre os atacadistas de cosméticos, do PIS e da Cofins sobre os produtos importados e do IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) no crédito para pessoas físicas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O economista do 'Charlie'

O ataque terrorista contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo privou o mundo não apenas de brilhantes jornalistas e chargistas, mas também do economista Bernard Maris. Irônico, irreverente, Bernard Maris avançava contra as cidadelas da economia dita científica, controlada pelos apologistas do capital e do rentismo.

por Luiz Gonzaga Belluzzo — Carta Capital, 20/01/2015

Irônico, irreverente, Bernard Maris avançava contra as
cidadelas da economia dita científica
Bernard Maris estava na reunião do Charlie Hebdo quando os assassinos subjugaram e mataram os participantes. Maris participava intensamente do debate público na França. Em suas intervenções pela Rádio France Inter ou em seus livros e opúsculos, lançava irreverências e gargalhadas contra as cidadelas da economia dita científica. Assinava seus textos no Hebdo como Oncle Bernard.

Entre seus escritos mais deliciosamente venenosos estão o Manual de Antieconomia em 2 volumes e a Carta Aberta aos Gurus da Economia Que nos Tomam por Imbecis. Economista do Charlie Hebdo, Maris apoiava suas irreverências e gargalhadas nos “fundamentos” do projeto Iluminista da liberdade e da igualdade. O leitor de CartaCapital, tenho certeza, leria com prazer o livro de Oncle Bernard, Keynes, O Economista Cidadão. (Clique AQUI para ler a íntegra)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Salário mínimo de 2015 é 4 vezes menor do que o necessário. E só a cesta básica consome metade disso

por Almir Cezar

O reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 724 para R$ 788 para 2015. Um aumento de R$ 64 (ou 8,8%). Também aumenta o valor de benefícios e serviços que usam o piso como referência. Foi publicado nesta terça-feira (30) no "Diário Oficial da União" decreto presidencial que reajusta o salário mínimo a partir do dia 1º de janeiro de 2015. Tomando apenas como referência a pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de maio de 2014, esse salário mínimo é mais de 3,9 vezes menor do que a determinação constitucional, e a cesta básica dependendo da cidade pode consumir 46% do seu valor.

Salário mínimo em 2014 deveria ter sido de R$ 3.079,31, afirma Dieese

O salário mínimo para a família brasileira em 2014 deveria ter sido de R$ 3.079,31, ou seja, 4,25 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724, de acordo com o Dieese. O cálculo é feito com base no custo apurado para a cesta básica da cidade de São Paulo e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.  Em abril, o mínimo necessário era menor, equivalendo a R$ 3.019,07, ou 4,17 vezes o piso vigente. Em maio de 2013, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 2.873,56, o que representava 4,24 vezes o mínimo de então (R$ 678).

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Opção preferencial do governo Dilma ou a "vaca tossiu". Sobre as novas medidas de restrição de benefícios previdenciários e trabalhistas

por Almir Cezar

Diferente do que Dilma disse na campanha
eleitoral,  a 'vaca tossiu' . E está sendo ordenhada.
Durante a campanha eleitoral a então candidata à reeleição Dilma Roussef afirmara que não mudaria direitos sociais "nem que a vaca tussa", acusando seus dois principais rivais, Marina Silva e Aécio Neves, que caso eleitos viriam a adotar medidas neoliberais.  Mas não foi isso que aconteceu tão logo se passou a eleição: o governo federal anunciou na semana passada, a última do ano, uma série de medidas de restrição ao acesso aos benefícios previdenciários e trabalhistas (veja a lista de mudanças ao final do artigo). A economia prevista por ano com os cortes é de R$ 18 bilhões (0,3% do PIB), valor equivale apenas 25% da meta de superavit primário de 2015.

As medidas, embora também fechem algumas brechas para abusos, sinalizam que, em seu segundo mandato, a presidente Dilma vai insistir, na melhor das hipóteses, em medidas cosméticas, deixando intocáveis as verdadeiras causas do não crescimento do país e do rombo aos cofres públicos: a salgada conta de juros que engordam um pequeno grupo de poucos votos, mas grande financiador de campanhas e com alta influência na mídia.  A gastança financeira, entre janeiro e novembro, custou ao Erário R$ 283,8 bilhões (o  equivalente a 6,06% do PIB do país).

Diferente do que Dilma disse na campanha eleitoral, a 'vaca tossiu' . E está sendo ordenhada em detrimento dos trabalhadores em benefício dos banqueiros e rentistas. Esperemos que em 2015, com a expectativa de mais ajuste fiscal pela nova equipe econômica do governo apesar da previsão de crescimento zero do PIB para o ano, a "vaca não vá pro brejo".

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Desigualdade e diminuição do crescimento

Dados de desigualdade por país dentro do grupo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a organização que reúne alguns países ricos e poucos emergentes, revelam que alguns países "vendidos" como exemplo econômico neoliberais são campeões de desigualdade social e que a concentração de renda afeta negativamente o crescimento.

Leia a nota abaixo que comenta os dados:

Concentração

Apontados como alunos exemplares na escolinha neoliberal, México e Chile mostram porque merecem tanta deferência: são campeões de desigualdade dentro do grupo da OCDE, a organização que reúne alguns países ricos e poucos emergentes. A relação do rendimento médio entre os 10% mexicanos mais ricos e os 10% mais pobres é de 27 para 1; no Chile é pior: 30 para 1.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Sobre a Comissão Nacional da Verdade e a suposta necessidade de julgar os "dois lados"

por Almir Cezar

Evento de entrega do relatório final da CNV à presidenta Dilma.
A grande imprensa reverbera a equivocada lógica da necessidade 
de julgar também os 'crimes' dos lutadores antiditadura.
O relatório da CNV (Comissão Nacional da Verdade) divulgado em 10/12 é um avanço, mas o país deve ainda julgar e punir os responsáveis por crimes da Ditadura Militar. Mas, erra grosseiramente quem considerara que "os dois lados devem ser julgados", a suposta necessidade de julgar também os "crimes" dos lutadores antiditadura, até porque esse lado foi sim na época "julgado", o que não foi foram os criminosos contra a Humanidade à frente do comando militar e político do regime.

O Brasil está atrasado, em comparação aos nossos vizinhos sul-americanos, e precisa de coragem para julgar os crimes cometidos por agentes do Estado durante a Ditadura Militar (1964-1985). O atraso demonstra a debilidade da causa dos direitos humanos no país. Não à toa, ainda hoje, vemos pipocar pelo país à fora casos como do Amarildo, e mesmo de juízes e outros agentes públicos se achando "Deus". Mas o mesmo não é válido defender para os supostos crimes praticados pelos guerrilheiros e ex-membros dos grupos armados que lutaram contra Ditadura, como apregoa alguns, e que, deprimentemente, a imprensa corporativa fez eco nos últimos dias.

Pelo simples fato de que, esse lado, ainda naquele tempo, foi julgado e condenado em tribunais de Estado, quando não foi alvo de julgamento sumário, por meio de assassinatos e desaparecimentos. Alguns "sortudos" tiveram no mínimo de amargar anos de clandestinidade ou de exílio. Muitos outros, depois de sofrerem as inúmeras violências descritas com detalhes no relatório de 4 mil páginas da Comissão Nacional da Verdade, ficaram mais de dez anos presos, como foi o caso da própria presidenta Dilma Roussef.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Dicas importantes para não se endividar além da conta

  • Pense muito bem antes de comprar a prazo ou tomar um empréstimo. Essa dívida realmente é importante? O bem que se está pensando em comprar é indispensável?
  • Caso você possa adiar a comprar a prazo ou fazer o empréstimo, faça uma poupança e deposite, todos os meses, o valor que pagaria em prestação. Ao fim de um determinado período, terá o dinheiro para pagar à vista e, quem sabe, com desconto.
  • Se a dívida for inevitável, nunca comprometa mais do que 30% de sua renda com as prestações. Esse de negócio de achar que tudo o que é parcelado é bom pode se tornar um problemão. Mensalidades demais são sinônimo de descontrole.
  • Procure sempre recorrer a empréstimos mais baratos, como o consignado, cujas prestações são descontadas no contracheque. Negocie taxas, os bancos têm interesse me emprestar para bons pagadores.
  • Cheque especial e rotativo do cartão de crédito só deve ser usado em caso de calamidade. Essas operações cobram juros absurdos. Entrar nesse tipo de linha de crédito é muito fácil, mas sair é quase impossível

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Quem ganhou com a mudança da meta fiscal? O que é superávit primário?

Apesar do Brasil ser um país tão rico,  tanta pobreza e desigualdade social. Apesar de ser um país que mais arrecada impostos de seus cidadãos, tem serviços sociais tão precários. Eis o motivos: afora o desviado pela corrupção, que representa uma pequena parcela, os sucessivos governos repassam a maior parte do orçamento para os banqueiros, na forma de Dívida Pública, o maior roubo da riqueza que produzimos. Outra parte eles destinam para empresários na forma de subsídios ou isenção fiscal. Para fazer justiça social no Brasil é preciso um governo dos trabalhadores que tenha coragem de romper com banqueiros e capitalistas.

A Dívida consome orçamento
Para quem vai o dinheiro arrecadado em impostos? Como é possível um país tão rico ter serviços sociais tão precários, tanta pobreza e desigualdade social? Os sucessivos governos repassam a maior parte do orçamento para os banqueiros, na forma de Dívida Pública, o maior roubo da riqueza que produzimos. Outra parte eles destinam para empresários na forma de subsídios ou isenção fiscal. Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, o governo repassou, em 2013, para os banqueiros R$ 718 bilhões para pagar os juros da Dívida Pública. O pagamento dos juros da dívida consome mais de 40% de tudo que é arrecadado. Mesmo assim, a dívida não para de crescer.

Só nos governos FHC, Lula e Dilma foram pagos R$ 14 trilhões, mas a dívida aumentou de R$ 300 bilhões, em 1994, para mais de R$ 4 trilhões, em 2013. O Brasil poderia ter construído 8 milhões de moradias a um custo de R$ 100 mil cada unidade, acabando com o déficit habitacional e ainda sobrariam 13 trilhões e 200 bilhões de reais!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Obras completas de Evgeni Preobrazhenski

Os historiadores geralmente reconhecem Evgenii Alexeyevich Preobrazhensky como o mais famoso economista soviético da década de 1920. Leitores de língua inglesa conhecê-lo melhor como autor de The New Economics ("A Nova Econômica") e co-autor (com N. Bukharin) de O ABC do comunismo. Acabou de ser lançado o Volume I das Obras Completas de Preobrazhensky em inglês com o título, The Preobrazhensky Papers: Archival Documents and Materials, Volume I 1886-1920, editado por Richard B. Day, da Universidade de Toronto, e Mikhail M. Gorinov. Traduzido por Richard B. Day.

E. A. Preobrazhensky (1886-1937) foi um líder bolchevique, o economista soviético mais proeminente da década de 1920, autor ainda de Anarquismo e Comunismo (1921), recém-publicado pela primeira vez no Brasil pela Editora Sundermann, e dos ainda inéditos em português, Da NEP ao Socialismo: uma visão do futuro da Rússia e Europa (1922) e O Declínio do Comunismo (1931). Um membro proeminente da Oposição de Esquerda de Leon Trotsky em seus estágios iniciais. Preobrazhensky foi executado por Stálin em 1937.

E. A. Preobrazhensky (1886-1937)
Os documentos apresentados neste volume, muitos recém-descoberto e quase todos traduzidos para o Inglês pela primeira vez, revelam uma Preobrazhenski previamente desconhecido, cujos interesses variou muito além da economia de modo a incluir não só os debates do partido e as questões que afetam a vida dos trabalhadores e camponeses, mas também filosofia, eventos mundiais, e história da Rússia, cultura e política. Incluindo momentos de triunfo e tragédia, eles contam uma história íntima de despertar político e de compromisso com a revolução socialista como o caminho para a dignidade humana.

Um livro a todos os interessados ​​na história do partido bolchevique, nos anos anteriores à Revolução Russa. Para conhecer mais sobre a vida e obra de E. A. Preobrazhenski leia outros artigos e mesmo textos deles aqui no blog (clique aqui).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Valeu, Zumbi! Apesar da negligencia de não ser feriado nacional, data à Consciência Negra é lembrada pelos movimentos sociais

por Almir Cezar, da Sucursal Brasília (DF)
Editor da ANotA e um brasileiro negro

No mês de novembro as brasileiras e os brasileiros, sejam negros ou não, celebram a memória do líder Zumbi e dos mártires do Quilombo dos Palmares, através da comemoração do 20 de novembro e do mês da Consciência Negra.

Diante da importância da questão, em muitas cidades e vários estados esta data chega a ser feriado. Infelizmente, esta data ainda não é feriado nacional, e em Brasília, capital da República, também não. Para piorar, seguindo essa prática, a administração pública pouco faz menção à data, não a aproveitando, nem que seja internalmente, para celebrar a data e/ou debater os temas que ela inspira.

Apesar disso, os movimentos sindicais e populares não deixam passar a data em "branco" e o relembram com festa e/ou protestos.

O triste legado que é preciso ser enfrentado

Essa data, dia de morte de Zumbi, morto em 1696, em uma tocaia por tropas portuguesas e de bandeirantes mercenários às ordens da Coroa, é o momento para lembrar de debater a questão do racismo e da desigualdade no Brasil, especialmente a racial, à medida que por séculos, negros, índios e seus descendentes foram vítimas da escravidão e do racismo legal. Motivo pelo que Zumbi e sua comunidade, ainda no tempo do Brasil colonial, lutaram e morreram, e até hoje inspiram vários ativistas.

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sábado, 6 de dezembro de 2014

'O Estado no centro da mundialização', de Jaime Osorio

A Dica é o lançamento do livro O Estado no centro da mundialização, de Jaime Osorio.

Já com várias edições mexicanas pela Fondo de Cultura Económica, a obra foi agora lançada pela Outras Expressões, ligada à Expressão Popular.

Trata-se de uma obra fundamental para o entendimento do Estado, das relações de classe, do poder, pensados desde o marxismo e com vistas às especificidades do capitalismo dependente. 

Certamente cumprirá um papel de suma importância para a formação intelectual e militante. 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

BC eleva juro e já compromete 2015

Com mais juros e menos gasto a economia quebra de vez. A indústria que tá agonizando vai pro espaço, os empregos com salário acima de 3 SM vão minguar. E o pior que a inflação de custos vai continuar além dos choques nos preços de alimentos e energia por causa da seca. Sei não, a vaca vai pro brejo, se ele não estiver seco!

Com PIB perto de 0%, Copom prefere inflar ganho dos rentistas em vez do crescimento
Monitor Mercantil | 03/12/2014

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, alertou que, ao recorrer apenas à alta dos juros, “o governo erra e derrubará ainda mais a atividade econômica, que já se encontra anêmica”.

A advertência foi feita após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, voltar a aumentar a taxa básica de juros (Selic), apesar de o crescimento da economia do país este ano ficar em 0,19%.

Com a alta de 0,5 ponto percentual, a Selic saltou para 11,75% ao ano. Na reunião anterior, no fim de outubro, poucos dias após o segundo turno das eleições, o BC, ignorando o clamor das urnas contra a política de juros altos, elevara a taxa em 0,25 ponto.