Cartaz conjunto das centrais sindicais que anuncia
a campanha e ironiza a frase de Dilma durante
a eleição de que não mexeria em direitos sociais.
|
Hoje, 28 de janeiro, quarta-feira, vão ocorrer manifestações em diversas partes do país exigindo a revogação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, baixadas pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado. O “Dia Nacional de Lutas por emprego e direitos” foi uma iniciativa proposta pelas centrais sindicais brasileiras CUT, FS, CTB, NCST, UGT, CSB e CSP-Conlutas e está tendo a adesão de entidades sindicais e movimentos populares participando das manifestações e somam ao esforço de unidade para barrar essas medidas adotadas pelo governo e que prejudicam os trabalhadores.
As MPs são, na verdade, uma minirreforma trabalhista e da previdência. Atacam e reduzem direitos, com a desculpa de aumentar o controle e a fiscalização do governo, tais como o seguro-desemprego, o auxílio-doença, a pensão por morte e o abono salarial do PIS-Pasep.
Ao mesmo tempo, o governo Dilma vem impondo um forte arrocho fiscal e monetário, cortando o orçamento de áreas sociais, aumentando ou reeditando impostos como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) da gasolina e o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) dos empréstimos bancários, ao mesmo tempo em que aumenta a defasagem da tabela do imposto de renda, trazendo mais perdas para os assalariados.
A crise da economia que atinge nosso país está tendo como resposta dos patrões mais ataques ao emprego e aos direitos trabalhistas. A Volks, no ABC, ameaçou demitir 800 trabalhadores, mas teve que recuar diante de uma poderosa greve dos operários daquela fábrica. Nas mais diversas regiões do país pairam as ameaças do desemprego ou mesmo de fechamento de fábricas, em particular em setores da indústria metalúrgica e nas empreiteiras da Petrobras.
No entanto, apesar desse quadro de crise, o governo não editou nenhuma medida de proteção ao emprego, pelo contrário, anunciou medidas que atacam direitos trabalhistas. As centrais sindicais e as entidades do movimento sindical e popular que participam das mobilizações convocam o Dia Nacional de Luta com bom humor, estampando com ironia a frase da presidenta Dilma durante campanha que não mexeria nos direitos trabalhistas e previdenciários "nem que vaca tussa".
'Mexidas' em direitos que são um verdadeiro ataque do governo aos trabalhadores
MEXEU NO SEGURO DESEMPREGO - Bom motivo pra você ir à luta. Se com medidas que causarão desemprego, o que o trabalhador mais precisará é do seguro desemprego. Portanto precisamos lutar para manter as regras atuais.
Infográfico do Sindmetal SJC com os ataques do governo,
explicando as "mexidas" nos direitos trabalhistas
e previdenciários contidos nas MPs 664 e 665.
|
MEXEU NO ABONO DO PIS - O trabalhador que ganha até três salários mínimos, sempre contou com esse dinheiro para completar sua renda, ou para uma despesa extra. Tem que continuar as regras atuais, o que o governo quer, é dificultar o acesso do trabalhador de baixa renda a esse direito.
MEXEU NO SEGURO DEFESO - É um dinheiro que socorre o pescador artesanal na época da piracema, quando é proibido pescar. Defendemos esse direito, pois no momento em que o pescador fica sem renda, o dinheiro do defeso é sua única fonte de renda.
Veja como será o Dia Nacional de Lutas em alguns estados:
- Distrito Federal: haverá manifestação a partir das 11h em frente o Ministério da Fazenda, na Esplanada dos Ministérios. Depois os manifestantes se dirigiram para a Rodoviária.
- São Paulo: haverá manifestações e assembleias nas fábricas durante a madrugada e uma manifestação no vão do Masp às 10 horas.
- Minas Gerais: vão ocorrer manifestações e várias regiões denunciando as ameaças de fechamento de fábricas e demissões. Além de um ato público em Belo Horizonte, estão previstas manifestações no sul, norte, centro-oeste e região dos inconfidentes.
- Ceará: vai ocorrer uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa, junto aos estudantes e movimentos populares.
Atualizado às 10h30
Com informações: site das centrais sindicais
Nenhum comentário:
Postar um comentário