por Almir Cezar
O reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 724 para R$ 788 para 2015. Um aumento de R$ 64 (ou 8,8%). Também aumenta o valor de benefícios e serviços que usam o piso como referência. Foi publicado nesta terça-feira (30) no "Diário Oficial da União" decreto presidencial que reajusta o salário mínimo a partir do dia 1º de janeiro de 2015. Tomando apenas como referência a pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de maio de 2014, esse salário mínimo é mais de 3,9 vezes menor do que a determinação constitucional, e a cesta básica dependendo da cidade pode consumir 46% do seu valor.
Salário mínimo em 2014 deveria ter sido de R$ 3.079,31, afirma Dieese
O salário mínimo para a família brasileira em 2014 deveria ter sido de R$ 3.079,31, ou seja, 4,25 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724, de acordo com o Dieese. O cálculo é feito com base no custo apurado para a cesta básica da cidade de São Paulo e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em abril, o mínimo necessário era menor, equivalendo a R$ 3.019,07, ou 4,17 vezes o piso vigente. Em maio de 2013, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 2.873,56, o que representava 4,24 vezes o mínimo de então (R$ 678).
O preço dos alimentos que compõem a cesta básica subiu em 15 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. Segundo a pesquisa, divulgada, as maiores altas foram registradas em Fortaleza, com 5,42%, e Recife, de 4,9%. A cidade de São Paulo tem a cesta básica mais cara do país, com preço médio de R$ 366,54. Tomando como referência o novo salário mínimo para 2015, a cesta básica, dependendo da cidade, pode consumir 46% desse valor.
Reajuste no salário mínimo injeta mais R$ 49 bilhões na economia do país
O incremento de renda decorrente do aumento do salário mínimo injetará R$ 49 bilhões na economia brasileira, melhorando poder aquisitivo de 60,3 milhões de trabalhadores. É o que indica o Dieese. A maior parte dos favorecidos pelo reajuste é de beneficiários do INSS — um contingente formado por 18,3 milhões de pessoas para quem os gastos extras do governo somarão R$ 22,4 bilhões.
Para o comércio, o aumento de 8,84% do salário mínimo, que inclui incremento real de 2,49%, é positivo. O ano de 2014 foi particularmente ruim para o comércio porque registramos 2,2% de aumento no volume de vendas até outubro e devemos ter encerrado o ano com alta de 3%. Essa variação ficou abaixo da média de 4% registrada nos últimos dez anos.
Para a indústria, o aumento do salário mínimo não terá impacto direto no setor. O salário médio da indústria é superior ao mínimo e os reajustes salariais são realizados a partir de negociação com sindicatos das categorias. Agora, o salário mínimo tem uma importância indireta porque ele baliza os demais salários.
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