Dados de desigualdade por país dentro do grupo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a organização que reúne alguns países ricos e poucos emergentes, revelam que alguns países "vendidos" como exemplo econômico neoliberais são campeões de desigualdade social e que a concentração de renda afeta negativamente o crescimento.
Leia a nota abaixo que comenta os dados:
Concentração
Apontados como alunos exemplares na escolinha neoliberal, México e Chile mostram porque merecem tanta deferência: são campeões de desigualdade dentro do grupo da OCDE, a organização que reúne alguns países ricos e poucos emergentes. A relação do rendimento médio entre os 10% mexicanos mais ricos e os 10% mais pobres é de 27 para 1; no Chile é pior: 30 para 1.
A média da OCDE, em 2011, era de 9,5 para 1, o maior nível de desigualdade em 30 anos – em 1980 a relação era de 7 para 1. Acima da média estão também Itália, Japão, Coréia do Sul, Portugal e Reino Unido (10 para 1); e Grécia, Israel, Turquia e Estados Unidos (de 13 a 16 para 1).
Na Alemanha, a situação não é tão crítica, com proporção de 7 para 1; mas em 1980 os 10% mais ricos do país ganhavam cinco vezes mais do que os 10% mais pobres. O maior aumento da desigualdade foi observado nos EUA, Finlândia, Israel, Nova Zelândia e Suécia. Já a Turquia é citada como exemplos de país que reduziu nos últimos anos a diferença entre ricos e pobres. A Grécia também é elogiada, porém os esforços foram por terra após a crise de 2008.
Arrocho
Entre 2007 e 2012, o rendimento real dos gregos encolheu, em média, 8,3% por ano; o dos islandeses, 6,6%; dos irlandeses, 4,2%; dos espanhóis, 3,6%, e o dos portugueses, 2,3%. Na média dos países membros da OCDE, a queda foi de 0,5% por ano.
Em Portugal, os 10% mais ricos perderam mais (3,7% ao ano), ao passo que os 10% mais pobres perderam 1,9%. Mas foi exceção. Na Irlanda, os 10% mais pobres perderam 10,2% de rendimento, ao passo que os 10% mais ricos perderam 4,1%. Na Grécia, 12,7% e 9%, respectivamente; na Espanha, 12,9% e 1,4%. Na média da OCDE, os mais pobres perderam 1,8%, enquanto os 10% mais ricos tiveram queda nos rendimentos de 0,7%.
Arrocho
Entre 2007 e 2012, o rendimento real dos gregos encolheu, em média, 8,3% por ano; o dos islandeses, 6,6%; dos irlandeses, 4,2%; dos espanhóis, 3,6%, e o dos portugueses, 2,3%. Na média dos países membros da OCDE, a queda foi de 0,5% por ano.
Em Portugal, os 10% mais ricos perderam mais (3,7% ao ano), ao passo que os 10% mais pobres perderam 1,9%. Mas foi exceção. Na Irlanda, os 10% mais pobres perderam 10,2% de rendimento, ao passo que os 10% mais ricos perderam 4,1%. Na Grécia, 12,7% e 9%, respectivamente; na Espanha, 12,9% e 1,4%. Na média da OCDE, os mais pobres perderam 1,8%, enquanto os 10% mais ricos tiveram queda nos rendimentos de 0,7%.
Crescimento diminui
O aumento na concentração de renda é um tiro no pé a longo prazo: o relatório da OCDE mostra que a desigualdade afeta negativamente as economias, tendo custado mais de dez pontos percentuais do crescimento econômico no México e na Nova Zelândia em 30 anos. Nos países desenvolvidos o problema também é grave: nos Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Finlândia e Noruega, a taxa de crescimento teria sido mais de um quinto maior, se as disparidades de renda não tivessem sido ampliadas.
“A nossa análise mostra que só podemos esperar crescimento forte e duradouro se fizemos algo para combater a grande e crescente desigualdade”, argumentou o secretário-geral da OCDE, Anjo Gurria.
Fatos & Comentários | Jornal Monitor Mercantil, 11/12/2014 e 17/12/2014
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