por Almir Cezar
Inflação oficial inicia o ano em alta de 1,24%. Isso apesar do arrocho da dupla Dilma-Levy, com a edição das MPs 664 e 665, com cortes no seguro-desemprego, auxílio-doença, PIS e pensões e a decisão de engrossar a carga de impostos que afeta a população. Já a cesta básica ficou mais cara em quase todo o país, subindo quase 10 vezes mais que a inflação e já consome metade do valor do salário mínimo de 2015.
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país e que serve de parâmetro para as metas inflacionária fixada pelo Banco Central, iniciou o ano em alta, fechando janeiro com variação de 1,24%, resultado 0,46 ponto percentual superior ao 0,78% registrado pelo indicador em dezembro do ano passado.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, com o resultado de janeiro, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 7,14%, acima do teto da meta do governo para o IPCA, que é 6,5%. Em janeiro de 2014 a taxa subiu 0,55%. O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as 10 principais Regiões Metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
O salto no IPCA se deu apesar da duras medidas adotadas pelo novo ministro da Fazenda Joaquim Levy justamente com a promessa de combater a inflação e retomar o crescimento. Poucas semanas após a reeleição o governo Dilma anunciou mudanças nas concessões de seguro-desemprego, auxílio-doença, PIS e pensões, convertidos em janeiro nas Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, na tentativa de economizar dos cofres quase R$ 22 bilhões ao ano. Na semana seguinte, houve a elevação do PIS e da Cofins sobre os combustíveis e o retorno da Cide na gasolina, aumentos do IPI sobre os atacadistas de cosméticos, do PIS e da Cofins sobre os produtos importados e do IOF no crédito para pessoas físicas.
Cesta básica fica mais cara em 17 das 18 capitais pesquisadas
Os produtos da cesta básica ficaram mais caros em janeiro, na grande maioria das capitais, segundo Pesquisa Nacional da Cesta Básica pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Houve elevação em 17 das 18 capitais pesquisadas e as principais altas ocorreram em Salvador (11,71%), Aracaju (7,79%), Goiânia (7,48%) e Brasília (7,26%).
A cesta mais cara foi encontrada em São Paulo, onde o consumidor paga R$ 371,22, valor que corresponde quase a metade (47%) do salário mínimo oficial de 2015 (R$ 788,00), 4,81% acima do registrado em dezembro último e 14,76% maior do que em janeiro do ano passado.
Com base na variação de preços apurada em São Paulo, que tem a cesta mais cara do país, o Dieese calculou que o salário mínimo ideal para suprir as necessidades básicas de uma família é R$ 3.118,62 ou 3,96 vezes maior do que o mínimo atualmente em vigor no país, Em dezembro último o valor tinha sido de R$ 2,975,55 ou 4,11 vezes mais do que o piso naquele período, que era R$ 724,00.
Muito além da sazonalidade do mês de janeiro, quando uma série de preços são anualmente reajustado, e há as férias de verão e os efeitos do forte calor sobre a agricultura, o próprio arrocho deve explicar o fenômeno. Provavelmente os agentes de mercado estão repassando para seus preços os custos do "ajuste econômico" aplicado pela nova equipe econômica do governo Dilma, comandada pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy, especialmente as elevações na taxa de juros, na tarifas de serviços públicos concessionários e nos tributos federais, em curso desde o fim do ano e prometidas mais para os próximos meses.
Muito além da sazonalidade do mês de janeiro, quando uma série de preços são anualmente reajustado, e há as férias de verão e os efeitos do forte calor sobre a agricultura, o próprio arrocho deve explicar o fenômeno. Provavelmente os agentes de mercado estão repassando para seus preços os custos do "ajuste econômico" aplicado pela nova equipe econômica do governo Dilma, comandada pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy, especialmente as elevações na taxa de juros, na tarifas de serviços públicos concessionários e nos tributos federais, em curso desde o fim do ano e prometidas mais para os próximos meses.
Com informações Agência Brasil, IBGE e DIEESE.
Última atualização às 19h50
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