É a ganância! Enquanto a Selic cai, bancos elevam lucros e pressionam juros impostos aos clientes
Monitor Mercantil, 03/11/2011
Apesar da redução dos custos administrativos e do número de pagamentos em atrasos, a margem de lucro dos bancos continua a ter o maior peso entre os itens que compõem o spread bancário (diferença entre o custo de captação de recursos e a taxa cobrada dos clientes nos empréstimos).
Ou seja, a principal causa de o Brasil amargar os mais elevados juros do mundo não é a inadimplência nem os impostos, mas os exagerados lucros dos bancos, sem paralelo em nenhum outro país.
Segundo dados do Banco Central, o spread passou de 29,81 pontos percentuais, em 2009, para 27,87 pontos percentuais em 2010, mantendo os juros nas nuvens, mesmo com o gradual recuo na taxa básica (Selic).
Já os bancos públicos tiveram spread de 21,11 pontos, em 2010, contra 34,22 pontos em 2009. Nos privados, houve alta de 27,97 para 30,51.
Segundo o Relatório de Economia Bancária, do BC, a chamada margem bruta, erros e omissões correspondeu a 54,62% do spread prefixado em 2010.
Os dados mostram que houve crescimento da participação do lucro no spread. Em 2009, esse percentual chegou a 49,91%. Ao serem descontados os impostos diretos, a margem líquida ficou em 32,73%, em 2010, contra 29,94% em 2009.
A participação da inadimplência na composição do spread caiu de 2009 (30,59%) para 2010 (28,74%). O custo administrativo passou de 14,25%, em 2009, para 12,56%.
Os depósitos compulsórios (recursos que os bancos são obrigados a depositar no BC) mais os subsídios cruzados (gerados pelo direcionamento obrigatório de parte dos depósitos à vista e de poupança para crédito rural e crédito habitacional), os custos com o Fundo Garantidor de Crédito e encargos fiscais recuaram a 4,08%, ano passado, contra 5,26% em 2009.
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