quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Esquerda intelectual perde a grande Vânia Bambirra

por Almir Cezar

Recebi ontem (09/12) com profundo pesar do falecimento de nossa mestre Vânia Bambirra, co-fundadora da Teoria Marxista da Dependência. Autora dos consagrados El capitalismo dependiente latinoamericano (1972)Teoria de la dependencia: una anticritica (1977). Momento de pesar e também de reivindicação do seu legado, de homenagem, antes, agora e sempre. Sua luta, obra, exemplo e influência intelectual, comprometida com o saber científico e o engajamento social, continuam conosco.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Crise, regulação e eficiência no Capitalismo pelo valor, segundo o Marxismo

por Almir Cezar

A questão do desenvolvimento econômico e vários aspectos da dinâmica econômica, especialmente quanto ao longo prazo e a sua dimensão mundial, não puderam se desenvolvidas por Marx e Engels - embora constasse no escopo do plano de redação dO Capital - abrindo uma lacuna para um longo e agudo debate sobre a concepção marxista sobre o fenômeno do desenvolvimento do Capitalismo, tanto em sua dimensão nacional, quanto mundial.  Assim, partindo de Marx e Engels, décadas mais tarde, Lênin, Trótski e outros sempre procuraram mostraram a interrelação causa-efeito-causa entre os fenômenos econômicos e políticos. Assim, os fenômenos da crise, regulação e eficiência no Capitalismo estão vinculados à lei do valor-trabalho.

A crise capitalista que vivemos no momento - enquanto crise econômica que o mundo parece recém imerso, apesar de parecer termos superado o auge do projeto político neoliberal, e como crise da humanidade (manifesta em desemprego, miséria, injustiça social, opressão política, cataclismo ecológico, guerra, estresse, alienação, etc) - é, portanto uma crise no padrão de desenvolvimento.  Mas esse padrão é definido pela direção que lhe dado.

Tal qual o desenvolvimento do capitalismo não é exclusivamente econômico, a dinâmica capitalista também não o é. Ela também é constituída pela dinâmica política e pela dinâmica das relações internacionais ou entre Estados. O desenvolvimento do capitalismo é definido pela dinâmica de longo prazo, isto é, na adição gradual dos sucessivos momentos econômicos e sociais que se desenrolam no tempo e no espaço.

Nesse sentido as determinações do Capitalismo - sistema histórico e mundial – advêm da acumulação de capitais, enquanto que, por outro lado, sua dinâmica de longo prazo está também condicionada pelas determinações extra-econômicas. À medida que as causas das crises econômicas são endógenas a esfera econômica, mas a superação dessas (e não reversão, à medida que a reversão do ciclo sim pode e/ou se dá autonomamente) é exógena ao processo de acumulação, muito embora, resida ainda sim na necessidade econômica.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Instituições e confiança: a emergência de um bonapartismo fundamentalista cristão no Brasil

Por Almir Cezar

As últimas pesquisas de opinião reafirmam o cenário de dificuldade para o governo Dilma Rousseff junto à população, mas também a credibilidade anda baixa da maioria das instituições brasileiras, a exceção das igrejas. Foi o que mediu a pesquisa realizada pela MDA-Pesquisas sob encomenda da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) (veja um quadro-resumo abaixo). Este ambiente de extremo descrédito com o conjunto das instituições políticas, amplia o poder da Igreja (cristãs). E, por sua vez, torna fértil ao fundamentalismo religioso de matiz cristã, que pode explicar a primazia da pauta conservadora/reacionária que vem dominando o cenário político e legislativo do Brasil no momento. Pode-se dizer que vem emergindo em nossa sociedade uma bonapartismo em base ao fundamentalismo cristão.

No ranking da credibilidade, a maioria do conjunto de instituições brasileiras encontram-se tão mal avaliadas quanto o governo (que tem a confiança de 1,1%), o Congresso (0,8%) e partidos políticos (0,1%), ocupando o quinto lugar como instituição mais confiável, com a preferência de 4,8% - a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos para mais ou para menos. Nas primeiras posições da lista estão a polícia (5%), justiça (10,1%), forças armadas (15,5%) e igreja (53,5%). Mas também traz outro dado, este alarmante para a imprensa: apenas 13,2% das pessoas que responderam ao estudo afirmaram que sempre acreditam no que a mídia publica. Quase o dobro disso, 21,2%, disseram que nunca confiam no que é dito pelos jornais.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Teoria das Ondas Longas - uma retrospectiva crítica

por Almir Cezar

Nos últimos anos, com a conjuntura mundial imersa na maior e prolongada crise desde a grande crise 1929, ressurgiu toda um vasto interesse por algumas teorias econômicas marxistas, entre elas as "ondas longas" ou ciclos de Kondratiev. O fenômeno já foi por mim bem explorado em vários artigos, em que se manifesta o meu desenvolvimento teórico contrário à esta teoria, e dando minha própria abordagem alternativa à questão dos ciclos econômicos de longo prazo no Capitalismo. Em várias também apresento a divergência à teoria de Kondratiev por parte de León Trotsky e de outros marxistas clássicas contemporâneos ou subsequentes.

Uma abordagem marxista sobre crise capitalista sempre encontrou tratamento no fenômeno dos ciclos econômicos. Explicava-se assim que as flutuações da dinâmica do sistema se dão de maneira cíclica, numa sucessão de crise e boom, que ocorrem periodicamente. Dentro dessa perspectiva cíclica, a raiz encontra-se nas próprias obras de Marx e Engels. Mas como tudo desses dois autores, abre-se a interpretações, complementações, revisões, atualizações, e esse tema não seria diferente, muito pelo contrário.

Um aporte sobre ciclos econômico muito importante é a chamada "ondas longas", onde compreende os ciclos como um processo recorrente mas de longo prazo. Seriam ondas históricas de 40-50 anos, repartidas em duas fases de 20-25 anos cada, uma fase de ascenso econômico, chamada de fase A, onde o capitalismo operaria em boom, e uma fase de descenso, chamada de fase B, onde operaria em crise.

O economista russo N. D. Kondratiev (1892-1938) que foi um dos primeiros teóricos que tentou provar estatisticamente o fenômeno das “ondas longas”, movimentos cíclicos de aproximadamente 50 anos de duração, conhecidos posteriormente na Economia, como “ciclos de Kondratiev”, ou 'ciclos K'. A primeira referência de Kondratiev aos ciclos prolongados ocorreu em seu livro de 1922 “A economia mundial e sua conjuntura durante e depois da guerra”

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Contas públicas tem rombo. E a culpa é do ajuste fiscal

Contas do setor público têm déficit de R$ 11,5 bilhões em outubro. Queda da atividade econômica impacta resultado fiscal. O próprio ajuste fiscal está provocando o rombo.

Contas do setor público têm déficit de R$ 11,5 bilhões em outubro
Agência Brasil | 30/11/2015 

O setor público consolidado - governos federal, estaduais e municipais e empresas estatais - registrou déficit primário de R$ 11,530 bilhões em outubro, de acordo com dados do Banco Central, divulgados hoje. No mesmo mês de 2014, houve superávit primário de R$ 3,729 bilhões. O resultado do mês passado foi o pior para um outubro desde o começo da série histórica do BC,  em dezembro de 2001.

Nos 10 primeiros meses deste ano, o setor público registrou déficit primário de R$ 19,953 bilhões. No acumulado de 12 meses até outubro, o setor público apresentou déficit primário de R$ 40,932 bilhões, o que corresponde a 0,71% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

O governo não conseguiu fazer a economia para o pagamento dos juros da dívida, o superávit primário, que ajuda a conter o endividamento do governo, no médio e no longo prazos.

Hoje, o governo publicou no Diário Oficial da União decreto com a nova programação orçamentária de 2015, com o cronograma mensal de desembolso e um corte de 10 bilhões nas despesas orçamentárias deste ano.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Banco Central mantém juro alto na recessão


Copom mantém juro alto na recessão
Monitor Mercantil | 25/11/2015

Pela terceira vez seguida, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros básicos da economia. Por 6 votos a 2, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve nesta quarta-feira a taxa Selic em 14,25% ao ano. Os juros básicos estão neste nível desde o fim de julho.

Com a decisão do Copom, a taxa se mantém no nível de outubro de 2006. 

Embora ajude no controle dos preços, manutenção da taxa Selic em patamar alto prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - Dia de debater as políticas públicas pela igualdade racial

por Almir Cezar

No mês de novembro as brasileiras e os brasileiros, sejam negros ou não, celebram a memória do líder Zumbi e dos mártires do Quilombo dos Palmares, através da comemoração do 20 de novembro, como Dia da  Consciência Negra, e por extensão, todo o mês. Uma data inclusive para debater as políticas públicas pela igualdade racial

Uma referência direta à memória de Zumbi dos Palmares e outras lideranças negras e afrodescendentes, como Dandara, outra heroína do Quilombo dos Palmares. Também é o momento de celebrar tantos outros heróis e heroínas da liberdade e igualdade, de tantos outros episódios nacionais, negligenciados pela História oficial e pelo racismo. 

Essa data, no exato dia de morte de Zumbi, morto a 320 anos atrás em uma tocaia por tropas coloniais portuguesas e de mercenários bandeirantes. É o momento para lembrar de debater a questão do racismo e da desigualdade no Brasil, especialmente a racial, à medida que por séculos, negros, índios e seus descendentes foram vítimas da escravidão e do racismo legal, motivo pelo que Zumbi e sua comunidade ainda no tempo do Brasil colonial lutaram e morreram, e até hoje inspiram vários ativistas do movimento sindical e popular.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

'Estado Islâmico': Por que não a economia?

Por que não a economia, estúpidos?
Marcos de Oliveira | Monitor Mercantil | 16/11/2015

Ninguém esperaria que o presidente francês, François Hollande, se tornasse, na crise, o estadista que nunca foi. Mas podia-se desejar, pelo menos, um discurso menos maniqueísta e raso do que o feito por ele nesta segunda-feira, no Parlamento. Ao insistir na mesma receita que visa obter imagens midiáticas e foge do ataque aos problemas centrais, Hollande segue apagando fogo com gasolina. Não deve ter sido pequena a fila de candidatos a terrorista nas portas do Estado Islâmico.

Enquanto bombardeava o que alega ser campo de treinamento e posto de comando do EI, pouco o Ocidente faz para reduzir os vastos recursos financeiros à disposição do grupo. O MONITOR MERCANTIL já mostrou, há pouco mais de um ano, que grande parte do financiamento ao Estado Islâmico vem do contrabando de milhões de barris de petróleo. A origem do óleo são os poços e as refinarias situadas no Norte do Iraque e no Norte da Síria já sob o poder do Estado Islâmico, que vende clandestinamente petróleo barato na Turquia. Os Estados Unidos tomaram tímidas medidas contra este “comércio”. O respeitado jornalista turco Alptekin Dursunoglu expressou surpresa sobre a relutância da coalizão liderada pelos EUA em bombardear depósitos de petróleo controlados pelo EI na Síria, que, segundo ele, são uma das principais fontes de renda do grupo jihadista.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Para Encontro da Indústria a culpa da crise são contas públicas. E o vilão disso é tudo, menos os juros

por Almir Cezar

Ministro do Desenvolvimento fala na abertura do 10º ENAI,
que reuniu a nata da economia nacional. De novo, governo e
empresários erram o "vilão" das contas públicas. (Foto: EBC)
Não é a Previdência, nem os programas sociais, muito menos o gasto com folha de pessoal. O que não para de crescer é com os juros da dívida interna, que já ultrapassarão os R$ 520 bilhões este ano. Na contramão dessa obviedade foi o discurso dominante no 10º Encontro Nacional da Indústria (Enai), que aconteceu dias 11 e 12, em Brasília, que reuniu as lideranças empresariais, comentaristas da grande mídia e até autoridades governamentais.

Esse evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi o mesmo que a mídia deu repercussão ao painel que estava o ministro da Fazenda Joaquim Levy e o virtual possível novo ministro, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (leia AQUI). O discurso geral que ser preciso para retomar a trajetória de crescimento no país "arrumar as contas públicas (ajuste fiscal), privatizar e mais reformas neoliberais, como da Previdência (de novo?)".

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

BC reconhece que problema da alta inflação não é combatível com juros altos

Mas insiste em desculpa da incerteza da meta fiscal, que a alta dos juros ajuda a complicar.
Governo muda novamente meta fiscal apesar do arrocho. Recessão só aumenta.

por Almir Cezar

Em reunião fechada com deputados federais hoje (29/10), presidente do Banco Central (BC) Alexandre Tombini reconhece que, mesmo com a alta da taxa básica de juros, a Selic, a inflação sobe devido ao forte impacto do aumento de preços administrados, como energia elétrica, e à alta do dólar. Para tentar levar a inflação ao centro da meta em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes. Porém, na ata do seu Copom também divulgada hoje, pôs a culpa na não convergência da taxa de inflação ao centro da meta de inflação (4,5% ao ano) nas indefinições e alterações significativas na meta fiscal, que estariam impactando as "expectativas para a inflação e criam uma percepção negativa sobre o ambiente econômico".

O curioso é que a meta fiscal não é cumprida justamente por grande contribuição da alta da taxa básica de juros Selic, que deprime a atividade econômica, reduzindo a arrecadação de impostos, enquanto simultaneamente, eleva as despesas, com a elevação no pagamento de juros da dívida pública, reajustada pela taxa Selic.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Coalizão da Rússia na Síria, um prólogo de algo pior por vir

por Almir Cezar

Três semanas de ataques aéreos e por mísseis na Síria deram aos governos e aos militares do Ocidente uma apreciação mais profunda da transformação da estratégia  de política externa e militar da Rússia do presidente Vladimir Putin. A ação militar da coalizão liderada pela Rússia com Irã, Iraque e Hezbollah, e até China, sobre a Síria contra o Estado Islâmico (ISIS).  Interesses entre-imperialistas em jogo. Tendo de tudo para ser uma espécie de prólogo da Terceira Guerra Mundial.

Os ministros das Relações Exteriores dos Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia e Rússia participarão nesta sexta-feira (23/10) em Viena de conversações inéditas sobre a guerra na Síria, com posições antagônicas sobre o futuro do regime de Damasco. Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia e Rússia estão em lado oposto ao de Moscou, no conflito sírio.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dilma insiste na volta da CPMF. Além de ruim ao contribuinte, não resolve o problema

 por Almir Cezar

Dilma, em vista à Suécia, falou em defesa da volta da CPMF
(Foto: Agência Brasil)
A presidente Dilma Rousseff, no domingo passado (dia 18), durante evento na Suécia, fez a defesa da volta da CPMF, extinta há oito anos. A medida integrou o anúncio no mês passado de R$ 64,9 bilhões de aumento de arrecadação para equilibrar as contas públicas em 2016 para retomar a "confiança" do mercado financeiro, visando que o país volte a crescer. Mas nem todo mundo se lembra como a CPMF funciona. "Antipática", não era um imposto cobrado sobre os preços de produtos e serviços, nem na renda ou patrimônio - ela aparece no extrato bancário do contribuinte. De fato era ruim, e não resolve o problema do país, muito pelo contrário.

A Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) foi um imposto que existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde. Agora, o governo propõe cobrar uma alíquota de 0,2% sobre todas as transações bancárias de pessoas físicas e empresas para ajudar a cobrir o rombo da Previdência Social. A proposta ainda precisa ser enviada ao Congresso Nacional para votação.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Política contracíclica do governo falhou não por excesso, mas por falta. Agora é excesso, em cima do trabalhador

por Almir Cezar

A política contracíclica do governo praticada no 1º governo Dilma falhou não por excesso, ao contrário do que falam os neoliberais e a grande imprensa, mas por falta. Por basear-se somente na ampliação do crédito e consumo, sem atacar com a devida energia a falta de investimentos. E o ajuste fiscal e monetário do 2º governo Dilma asfixia a economia pelo excesso, que derruba a atividade produtiva e a arrecadação [1], e penaliza os trabalhadores.

O aumento da dívida pública nos últimos anos (que a nova equipe econômica deseja combater) não foi provocado por aumento de "custeio da máquina pública" ou por gastos sociais. Foi provocado pelo aumento do crédito para as grandes empresas pelo BNDES, indústria imobiliária e construção civil pela Caixa Econômica Federal e agronegócio pelo Banco do Brasil, cujo subsídio (diferença entre a taxa de juros de mercado e praticada) foi bancado pelo Tesouro Nacional, por meio da emissão de títulos da dívida pública. Tudo porque a taxa de juros básica Selic fixada pelo Banco Central é enorme, sob justificativa de combater a inflação. 

sábado, 17 de outubro de 2015

Maioria das “pedaladas” foi para grandes empresas e agronegócio

O Globo | 16/10/2015 - Dyelle Menezes, Contas Abertas

As “pedaladas fiscais”, como mencionou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, serviram para subsidiar os pagamentos de benefícios sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. No entanto, a maior parcela dos recursos oriundos das manobras foi destinada ao subsídio para as grandes empresas, por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, e empréstimos para empresas do agronegócio, por meio do Banco do Brasil.

De acordo com o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) a “omissão dos passivos da União decorrentes de atrasos nos repasses de recursos federais impactaram as contas da dívida pública em cerca de R$ 40 bilhões no exercício de 2014”. O TCU apontou que o Bacen não computou, no cálculo da Dívida Líquida do Setor Público, passivos da União junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O fundo do poço não tem fim... Atividade econômica brasileira cai 0,76% em agosto

Atividade econômica brasileira cai 0,76% em agosto, aponta Banco Central
Por Agência Brasil | 16/10/2015 

Dados revisados em julho mostram que comparado ao mês anterior, a atividade econômica ficou praticamente estável

Os dados do IBC-Br foram divulgados hoje (16) pelo Banco Central

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou queda de 0,76% em agosto, na comparação com julho. Esse dado é dessazonalizado (ajustado para o período). O IBC-Br foi divulgado nesta sexta-feira (16) pelo Banco Central (BC).

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Crise econômica afeta capacidade de honrar dívidas das famílias. Taxa de juros em empréstimos dispara.

40% dos brasileiros estão na ‘lista negra’. Inadimplência cresce em setembro e já atinge 57 milhões de brasileiros, diz SPC. Compromissos com água e luz lideram crescimento. Sudeste lidera participação no número de inadimplentes. Famílias lideram renegociação de dívidas. Taxa de juros em empréstimos é a maior desde junho de 2009, diz Anefac

40% dos brasileiros estão na ‘lista negra’
09/10/2015 

Mais 2,4 milhões de consumidores tiveram os nomes incluídos em cadastro de devedores, entre janeiro e setembro, deste ano, de acordo com dados da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil, divulgados nesta sexta-feira. No final de setembro, havia 57 milhões de consumidores registrados em cadastro de devedores. Esse total equivale a 38,9% da população adulta do país (faixa de 18 a 94 anos).

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Seminário da Auditoria Cidadã da Dívida

Nos dias 30 e 31 de outubro o movimento Auditoria Cidadã da Dívida realizará um seminário em São Paulo para debater o sistema da dívida, a corrupção e a crise, resultado destas duas combinações.

Para debater o tema, representantes de movimentos sociais, da comunicação e especialistas trarão à mesa questões como moradia, empoderamento popular, orçamento público e uma discussão que explique a implementação da auditoria da dívida.

Para participar é necessária a inscrição prévia, que pode ser feita AQUI. Confira a programação no cartaz.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Apesar da alta do desemprego, inflação não recua. Política econômica só faz piorar a economia

por Almir Cezar

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho de 2015 foi estimada em 8,6%, ficando acima da taxa medida no mesmo período do ano anterior (6,9%) e superando também a taxa do trimestre encerrado em abril de 2015 (8%). Esta é a maior taxa da série histórica do indicador, iniciada em 2012. Apenas neste ano, o número de pessoas desocupadas subiu 1,8 milhão.

Os burocratas da equipe econômica do Governo estão contentes com o desemprego com isso, pois ade acordo com a cartilha que eles seguem se atingiria a meta de inflação mais rapidamente, à medida que forte queda no percentual de emprego pressiona para baixo os preços devido a queda nos salários (logo, dos custos), da demanda agregada e do poder de compra. Assim, os preços tenderiam a baixar, convergindo para a meta - meta esta que eles mesmos definiram no Conselho Monetário Nacional (CMN).

As projeções para a inflação estão acima do centro da meta, 4,5%. E no caso de 2015, a estimativa supera também o teto da meta, 6,5%. Para tentar levar a inflação ao centro da meta em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas. Na reunião de setembro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano. Porém, não é isso que esta acontecendo.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Projeção da economia é de queda ainda maior. Indústria no maior tombo desde 2003, mas bancos surfam

Projeção de queda da economia tem 12ª piora seguida
Agência Brasil 05/10/2015

A economia brasileira deve encolher 2,85%, este ano, de acordo com a projeção de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central. Essa foi a 12ª piora consecutiva na estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Na semana passada, a estimativa estava em 2,8%. No próximo ano, a retração deve ser menor: 1%, a mesma projeção anterior.

Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 6,50%, este ano. A estimativa anterior era 6,65% de queda. Para 2016, a projeção de retração passou de 0,60% para 0,29%.

A projeção para o dólar ao final do ano chegou a R$ 4, contra R$ 3,95 previstos na semana passada. Para o fim de 2016, a estimativa para a cotação do dólar também é R$ 4.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

É a crise econômica que está gerando a crise fiscal e não o contrário

Real fraco, juros e inflação elevam encargos e Dívida Pública

por Almir Cezar

Governo Dilma assustado com a disparada do dólar. Mas a alta
do câmbio força aumento na dívida pública. Porém, segundo 
o mercado financeiro não é alta da dívida que pressiona o dólar?
Ao contrário do que a maioria pensa e o noticiário econômico da grande imprensa faz pensar, não é o crescimento explosivo do déficit e da dívida pública que faz corroer o cenário econômico, mas na verdade, a crise econômica (disparada do dólar, da taxa de juros e da inflação ao mesmo tempo) que aumentou os custos para o governo se financiar no mercado financeiro ao maior nível em 6 anos e elevou a Dívida Pública Federal (DPF) ao seu maior patamar histórico.

Além da dificuldade na venda de título da dívida pública com o cenário, que faz com que o mercado exija juros maiores para comprar os títulos, a taxa de câmbio e a inflação corrigem diretamente os encargos (percentual de juros) de parte dos títulos, também influenciando no aumento do custo.  O principal fator para o aumento do custo em agosto foi a alta de 7,45% do dólar em relação ao real.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Reforma Agrária e estagflação: 'Teorema de Preobrazhenski' no Brasil hoje

ATUALIZADO
por Almir Cezar*

Presidenta do Brasil Dilma Roussef dirigindo uma moderna
colheitadeira. Inflação dos alimentos no "celeiro do mundo"
Um dos problemas brasileiros atuais que vem dando "dor de cabeça" é A recorrência da inflação alta, e a pressão desta nos ciclos de crescimento econômico.  O Brasil estaria na endêmica situação de recorrentes problemas no câmbio e no balanço de pagamentos e/ou inflação alta, que se intensificam quando mais cresce a economia, gerando um fortíssimo dilema. Porém, nesse momento, o país se depara com os dois atuando simultaneamente.

Esse fenômeno de estagflação (inflação e estagnação) não é tipicamente exclusivo do Brasil. É muito curioso que no momento que a economia mundial passa por deflação, o inverso ocorra não apenas no Brasil, mas nos demais BRICSs e nos países emergentes em geral, em um maior ou menor, apesar dos mesmos estarem com forte pressão de desemprego e desaceleração econômica. Por sua vez, ainda mais curioso que o Brasil, seja um celeiro do mundo e passe por um forte inflação dos alimentos.

Ao longo da História econômica são inúmeros casos registrados, particularmente sobre países considerados subdesenvolvidos, especialmente em momentos de surto de desenvolvimento. Vários estudiosos do ramo da Economia que analisa o fenômeno do desenvolvimento econômico chamam essa situação de "Teorema de Preobrazhenski". Uma homenagem ao economista marxista russo Eugene Preobrazhenski,(1886-1937), autor que primeiro descreveu esse dilema. A solução é a esse mal endêmico seria três: reforma agrária, industrialização acelerada e planejamento econômico.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Pesquisa revela que tributação sobre consumo no Brasil é excessivamente alta

A insistência do governo Dilma em repassar ao contribuinte a responsabilidade por reequilibrar as contas públicas com aumento de impostos demonstra a falta de controle, visão e experiência econômica, ancorada infelizmente na ideologia neoliberal dos cabeças da equipe econômica. Mas, para além disso, esbarra na carga tributária extremamente elevada no Brasil. Contudo, o peso dessa carga é sobre tributação de consumo e não sobre renda - contrariando padrão aplicado nos países desenvolvidos. É o que confirma pesquisa do professor de contabilidade tributária Paulo Henrique Barbosa Pêgas.

O pesquisador, professor de contabilidade tributária do Ibmec/RJ e Contador do Bndes, Paulo Henrique Barbosa Pêgas, fez um estudo onde revela que não existe uma única explicação para a carga tributária extremamente elevada no Brasil, representando mais de um terço do Produto Interno Bruto (PIB). A tributação sobre o consumo representa mais da metade da carga tributária do país, enquanto a renda responde por menos de 20%, contrariando padrão aplicado nos países desenvolvidos. A média dos países que integram a OCDE é bem diferente, sendo a renda responsável por 35% da carga tributária, com o consumo representando 32%.

A pesquisa, realizada em julho, analisou as demonstrações financeiras de 100 grandes grupos empresariais brasileiros, de diversos setores de atividade econômica, com o objetivo de compreender alguns dados sobre a tributação brasileira, notadamente sobre a renda e o consumo.  Os dados analisados foram encontrados na página eletrônica da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e algumas outras em demonstrativos disponibilizados ao público pela própria empresa ou em jornais.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Equipe econômica anuncia mais arrocho para diminuir deterioração fiscal provocada pelas políticas deles mesmos

por Almir Cezar

O desastrado pacote de cortes de investimentos e aumento de impostos anunciado pela equipe econômica na segunda-feira conseguiu deixar o governo à direita de partidos conservadores.  o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. As principais críticas são aos aumentos de impostos e corte em investimentos como Minha Casa Minha Vida. Até Saúde e Educação não foram poupadas pela tesoura de Levy. 

As medidas anunciadas pela equipe econômica desagradaram a quase todos os setores. A FIESP e a FIRJAN cobraram políticas para estimular a produção e o setor empresarial. Apenas a Federação dos Bancos (FEBRABAN) e a agência de classificação de risco Moody's deram apoio incondicional.

Tudo para tentar resolver o problema e trocar o deficit por uma meta de superavit de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto). "Remédios amargos", como classificou Dilma em suas últimas declarações públicas. O plano previa um deficit - a diferença entre gastos e receitas - de R$ 30,5 bilhões. Sem ter "troco", o governo não terá o que poupar para pagar juros e diminuir a dívida pública – o avanço do gasto com juros é apontado por alguns especialistas como o principal motivo para o rebaixamento do país.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Tempo de viagens casa-trabalho-casa causa prejuízo bilionário ao país

Segundo estudo o prejuízo anual para o RJ é estimado em mais de R$ 19 bi

Via-crúcis diária do trabalhador com o transporte
gera prejuízo bilionário ao país.
O tempo do deslocamento no trajeto casa-trabalho-casa vem crescendo ano após ano nas principais áreas metropolitanas do Brasil, segundo estudo do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), divulgado na última quarta-feira. No Rio de Janeiro, considerando os deslocamentos acima de 30 minutos, mais de 2,5 milhões de trabalhadores demoram, em média, 141 minutos nessas viagens. O tempo perdido nos deslocamentos tem um impacto para a economia, a chamada produção sacrificada, superior a R$ 19 bilhões.

Na Baixada Fluminense, Japeri foi o município onde os trabalhadores registraram maior tempo de deslocamento (187 minutos) e Itaguaí, o que registrou a menor média (122 minutos). Em Duque de Caxias o tempo da viagem (149 minutos) representa, em relação ao custo, um prejuízo de R$ 1,5 milhão (6,1% do PIB metropolitano). Já em Nova Iguaçu, o impacto do tempo perdido no deslocamento (164 minutos) é de mais de R$ 700 mil e representa 7,3% do PIB metropolitano.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Brasil ruma para "tragédia grega". Mas não é do jeito que a mídia diz

O Brasil está trilhando o caminho da Grécia. A comparação não chega a ser exagerada, nem é igual a certas falas de economistas de bancos e do mercado financeiro ou de comentaristas da imprensa. Mas resultada de uma lógica diferente da deles. Ao fazer cortes em cima de cortes para equilibrar o orçamento, o que se obteve na Grécia foi o agravamento da crise, jogando a economia no fundo do poço, gerando maiores déficits fiscais e levando a relação Dívida/PIB para um patamar em que ela ficou impagável.

A grande diferença é que os gregos fizeram isso por imposição de seus “parceiros”. Sem controle da política monetária, as alternativas do país seriam de alto risco – e o Syriza, partido eleito para fazer as mudanças, renegou o mandato popular, mesmo após reafirmado em plebiscito.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Preobrazhenski, um economista trotskista. Seus aportes e contribuições ao trotskismo para o Brasil de hoje

por Almir Cezar Filho [1]

Introdução

Este texto não consiste em discorrerei uma biografia do economista e revolucionário Eugeni Preobrazhenski. Nem sua participação na Revolução Russa, ou outros importantes aspectos, como sua contribuição teórica ao marxismo, ou seu papel na gestão da economia soviética durante a década de 1920 (a primeira experiência socialista da História), ou sua participação no partido bolchevique. Nem mesmo sua participação ao lado de Trótski em evitar a burocratização pelo stalinismo do partido, do sovietes, do Estado e das empresas.

Cabe exclusivamente em um breve artigo reabilita aos olhos dos trotskistas contemporâneos, especialmente aos morenistas (até porque revolucionário trotskista Nahuel Moreno o utilizou para atualizar o trotskismo nos anos 1980 [i]), esse brilhante intelectual marxista, dirigente partidário e administrador socialista, e, por sua vez, apontar os necessários aportes que seu pensamento permite para encararmos a luta socialista no século XXI.

Um dos problemas brasileiros atuais que vem dando "dor de cabeça" é recorrência da inflação alta e pressão desta nos ciclos de crescimento econômico: o Teorema de Preobrazhenski. O Teorema de Prebrazhenski não é uma criação de Preobrazhenski, mas uma interpretação dada por Joseph Stiglitz (prêmio Nobel de Economia e ex-economista-chefe do Banco Mundial) ao estudar os problemas macroeconômicos das economias em desenvolvimento (em transição de agroexportadores para industrializados), em que é endêmico recorrentes crises no câmbio e no balanço de pagamentos e uma crônica inflação alta, que se intensificam quanto mais cresce a economia, gerando um fortíssimo dilema.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Brasil tem quase 100 mil imóveis encalhados

Com lançamento e venda de imóveis em queda, estoque chega a 99 mil unidades
Setor levaria 13 meses para comercializar toda essa oferta imobiliária, indica pesquisa inédita

Portal R7 | 19/8/2015 

O mercado imobiliário brasileiro acompanha o desaquecimento econômico do País e apresenta uma redução nos lançamentos e nas vendas de imóveis.

O Brasil tem um estoque de 99 mil imóveis, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (19) pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

O levantamento mostra que, neste ano, foram lançados em todo o País 26,5 mil unidades, uma queda de 20% na comparação com o mesmo período de 2014.

Já as vendas, neste mesmo período, alcançaram 51,7 mil unidades, o que representa uma queda de 14% em relação ao ano passado.


Segundo o economista da Fipe Eduardo Zylberstajn, responsável pelo estudo, esses dados já mostram que as incorporadoras estão lançando menos do que estão vendendo, o que demonstra que o setor está fazendo um ajuste não somente no preço dos imóveis.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Sobre a inflação na teoria marxista

por Almir Cezar

Posto aqui novamente uma pequena lista com artigos acadêmicos brasileiros em Economia com um tratamento da fenômeno da inflação em uma abordagem marxista, 'encontráveis' na internet. 

Os artigos traçam vários rumos para entender a questão, mas ao meu ver, o melhor seria analisar em termos do chamada “revolução do valor e gravitação dos preços”, e enquadrá-la na crítica marxista à Microeconomia e superação do problema de transformação pela aplicação do princípio da regulação pela lei do valor e do entendimento da dialética entre preços e valores. Em breve posto um artigo próprio em que desenvolverei o tratamento da questão por este meio.

Segue os títulos com os links:

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Crise? Crise sim, mas para quem? Grandes empresas apertam custos e elevam lucro em ano de crise

Apesar de queda nas receitas, grandes empresas apertam custos e elevam lucro em ano de crise. Inflação bate receita, mas lucro operacional sobe em 8 firmas.

Empresas repassam para os preços finais a elevação nos preços dos insumos, enquanto consumidores pagam mais caro pelos produtos e empregados amargam queda nos salários e desemprego.

Empresas apertam custos e elevam lucro em ano de crise

TATIANA FREITAS e TONI SCIARRETTA - DE SÃO PAULO | Folha Online | 14/08/2015

As grandes empresas brasileiras se prepararam para a crise econômica, ganharam eficiência e conseguiram elevar os ganhos nos seus negócios no primeiro semestre de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014.

A melhora ocorreu mesmo com a queda nas receitas com as vendas. Isso mostra que as companhias conseguiram repassar aumentos nos preços, além de cortar custos e despesas administrativas.

Levantamento do Insper, feito a pedido da Folha com base em dados da consultoria Economatica, mostra que as companhias que fazem parte do Ibovespa tiveram um crescimento de 9,3% no chamado lucro operacional (o Ebit, ou lucro antes de juros e impostos) nos primeiros seis meses deste ano na comparação com o primeiro semestre de 2014.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Grandes empresas seguem lucrando muito, mesmo com queda na economia

Economia brasileira caminha para a recessão, mas os lucros das grandes empresas e bancos seguem exorbitantes

Por André Freire, de Salvador (BA)

Em algumas semanas, será anunciado o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2015. E é muito provável que economia brasileira entre oficialmente em recessão - nome que os economistas escolheram para analisar a economia, de um determinado país, que tem um desempenho negativo em seu crescimento, durante dois trimestres seguidos.

Depois da estagnação econômica durante o ano de 2014 (apenas 0,1% de crescimento), já houve uma pequena queda de 0,2%no PIB do primeiro trimestre desse ano. Agora, novamente todas as estimativas para o segundo trimestre apontam outra queda, inclusive podendo ser mais profunda. As avaliações do FMI e do próprio Banco Central brasileiro já indicam que o PIB brasileiro pode recuar em até 1,5%durante o ano de 2015.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Tragédia Grega esconde segredo de bancos privados.

 por Maria Lucia Fattorelli | 01/07/2015

A Grécia está enfrentando um tremendo problema de dívida pública e uma crise humanitária. A situação atual é muitas vezes pior do que a de 2010, quando a Troika – FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu – impôs seu “plano de resgate” ao país, justificado pela necessidade de apoiar a Grécia. Na realidade, tal plano tem sido um completo desastre para a Grécia, pois o país não tem obtido absolutamente nenhum benefício com os peculiares acordos de dívida implementados desde então.

O que quase ninguém comenta é que um outro exitoso plano de resgate foi efetivamente implementado naquela mesma época em 2010, não para a Grécia, mas para os bancos privados. Por trás da crise grega há um enorme e ilegal plano de resgate de bancos privados. E a forma pela qual tal plano está se dando representa um imenso risco para toda a Europa.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Mercado financeiro prevê retração na economia de 1,7% este ano, diz BC

Presidente do Banco Central continua usando alta dos juros
para combater a inflação, apesar do pouco efeito. Mercado
financeiro ouvido pelo próprio BC prevê retração da economia
em consequência da política monetária.
A economia deve ter retração de 1,7%, este ano, de acordo com projeção de instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central. Na semana passada, a projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, estava em 1,5%. Essa projeção é do Boletim Focus, publicação semanal, feita pelo Banco Central, com base em pesquisa a instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.

No próximo ano, a expectativa é crescimento da economia, mas apenas 0,33%. Na semana passada, a estimativa de crescimento era 0,50%. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter queda de 5%, este ano. Em 2016, o setor deve se recuperar, com crescimento de 1,50%, contra 1,40% previsto anteriormente.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Estoura a bolha financeira da China

Mais da metade das empresas listadas em Bolsa na China suspendem ações. A Bolsa de Shenzhen caiu 2,5% nesta quarta-feira, após queda de 5,3% na véspera. Estourou a bolha: o "crash" da bolsa chinesa está apenas começando.

Mais da metade das empresas listadas no mercado de capitais da China suspenderam suas ações em meio à contínua desvalorização das bolsas chinesas e ameaças de uma bolha acionária, segundo dados divulgados pela mídia local nesta quarta-feira (8). Um total de 1.430 empresas anunciaram a suspensão de suas de ações até agora. O número de companhias com capital aberto no país é de 2.808.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Barbeiragem da política econômica empurra o país para recessão e não abaixa inflação

Banco Central admite previsão de retração de 1,1% no PIB e inflação de 9% em 2015

Fortes e sucessivos aumentos da taxa básica de juros pela autoridade monetária, acompanhada de ajuste fiscal, com cortes orçamentários e aumento de impostos e tarifas públicas pelo Ministério da Fazenda e Planejamento, visando o combate a inflação, empurra colateralmente a economia para uma recessão, cuja retratação do Produto Interno Bruto (PIB) pode chegar a -1,1%, porém os resultados não são sentidos sobre os preços ao consumidor. A inflação esperada para esse ano pode ficar em mais que o dobro da meta oficial de 4,5%. Enquanto isso, o índice de desemprego em certas capitais já chega a 10% da PEA (população economicamente ativa), batendo a taxa do auge da crise em 2009.

O Banco Central (BC) espera uma retração de 1,1% da economia brasileira em 2015. Há três meses, a instituição projetava queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,5%. A estimativa de retração divulgada no Orçamento do ano é de 1,2%. A projeção do mercado pela pesquisa Focus é de queda de 1,45%.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Com Levy, desemprego na indústria pode superar até a taxa do auge da crise em 2009

COM JURO ALTO E AJUSTE FISCAL SETOR JÁ FECHOU 15O MIL VAGAS

Vítima da política econômica recessiva do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a indústria de São Paulo deve fechar 2015 com cerca de 150 mil empregos a menos, queda de 6% sobre o ano anterior. Com isso, este será o pior ano da série histórica da pesquisa da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), iniciada em 2005, com possibilidade de atingir novo recorde na eliminação de vagas na indústria. 

A avaliação é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp), Paulo Francini: “É a maior perda de empregos absolutos, superando até a queda no ano da crise”, destaca Francini, se referindo ao saldo negativo de empregos de 110 mil, em 2009.

A pesquisa do Depecon apurou o fechamento de 17 mil postos de trabalho em maio, queda de 0,86% na comparação com o mês anterior, na leitura com ajuste sazonal. No acumulado do ano, a indústria paulista já demitiu 35 mil trabalhadores.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Com Levy inflação já sobe 5,34% em apenas cinco meses de 2015

Equipe econômica do governo Dilma também insiste equivocadamente na subida dos juros (ao consumidor já atingem mais de 300% ).
Endividamento, inadimplência, desemprego e recessão já são o resultado.


As medidas do Ministro da Fazenda Joaquim Levy, à frente 
da equipe econômica da presidenta Dilma, ao contrário do 
prometido, vem acelerando a inflação.
A política macroeconômica da equipe da presidenta Dilma Roussef, sob o ministro da Fazenda Joaquim Levy à frente, ao contrário do prometido, vem acelerando a inflação. O IPCA de maio ficou em 0,74%, após subir 0,71%, em abril, subindo para 5,34%, nos cinco primeiros meses do ano, acima da meta  de 4,5% e se aproximando do teto da meta, de 6,5%. E ainda, como efeito colateral, endivida o consumidor e o empurra a inadimplência (crescimento de 7,27% em 5 meses), aumenta o desemprego (atingiu 8%, maior patamar desde 2006) e empurra a economia para recessão (a expectativa é que haja recuo do PIB de 1,2% em 2015).

O tarifaço de energia, determinado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com a drástica redução de subsídios, e a alta dos alimentos foram os principais responsáveis pela alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 0,74%, em maio, após subir 0,71%, em abril. Com o índice de maio, o IPCA já sobe a de 5,34%, nos cinco primeiros meses do ano. Nos 12 meses até maio, o IPCA sobe 8,47%, a maior taxa desde dezembro de 2003 (9,3%).

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Governo federal corta mais de 50% dos recursos da Reforma Agrária

Dilma Mãos de Tesoura
Os cortes anunciados pela equipe econômica do governo federal no último dia 22/05, um contingenciamento de quase R$ 70 bilhões no orçamento da união para 2015, tendem a estagnar ainda mais o processo da Reforma Agrária no país.

Cerca de 53.3% dos recursos discricionários, ou seja, aqueles que são priorizados pela própria pasta, foram contingenciados. Esse montante resultou na redução de 49.4% nas dotações do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para este ano.

Do montante autorizado em Lei, de pouco mais de R$ 3,5 bilhões, restaram apenas R$ 1,8 bilhão.

Esse valor será responsável pela manutenção dos programas já existentes, além do pagamento de dívidas adquiridas pelo próprio ministério. Isso significa que pouca ou nenhuma verba será destinada a novos projetos de interesse da Reforma Agrária.

Entre todas as pastas afetadas pelo contingenciamento, o MDA foi o 6º colocado em termos de corte proporcional.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Apesar da crise, lucros dos bancos crescem no Brasil

Lucro das empresas da Bolsa cai R$ 18,2 bi, mas bancos crescem 42% 
Alta da Selic, spread e concentração do mercado explicam rentabilidade na crise

De acordo com levantamento de uma consultoria, as 317 empresas com ações negociadas na BM&F Bovespa lucraram um total de R$ 25,7 bilhões no primeiro trimestre de 2015. O montante representa uma queda de R$ 18,2 bilhões, ou 41,4%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Os resultados do setor bancário se apresentaram na direção contrária - os ganhos das 25 empresas do setor somaram R$ 17,7 bilhões de janeiro a março, um crescimento de 42,8% frente ao ganho de R$ 12,4 bilhões nos mesmos meses do ano passado o maior lucro entre os 24 setores presentes na Bolsa.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Do Ensaio Desenvolvimentista à austeridade: uma leitura Kaleckiana

por Almir Cezar

Segue um artigo analítico da virada da política econômica do governo Dilma sob uma abordagem kaleckiana. Não sou kaleckiano, mas sempre tive uma simpatia pelas contribuições do economista polonês Michael Kalecki enquanto marxista para compreensão macroeconômica do capitalismo.

Do Ensaio Desenvolvimentista à austeridade: uma leitura Kaleckiana

A austeridade bloqueia o avanço das demandas por redução das desigualdades e restabelece o mecanismo de controle dos capitalistas sobre o governo

 por Fernando Rugitskyda Carta Maior

Michael Kalecki
A virada da política econômica sob o mote da austeridade, iniciada nos últimos meses no Brasil, tem sido impressionante. A polêmica em torno da política de desonerações da folha de pagamentos é ilustrativa. Iniciada em 2012 e expandida nos dois anos seguintes, tal política foi classificada pelo atual ministro da Fazenda como “grosseira”, uma “brincadeira que nos custa R$ 25 bilhões por ano”. Um estrangeiro que não acompanha os embates políticos e econômicos do Brasil poderia ficar incrédulo se fosse informado que, na eleição ocorrida no ano passado, a presidenta foi reeleita e que o atual governo é de continuidade.


No entanto, apesar de aparentemente abrupta, tal virada é apenas o desfecho de um conflito subjacente que ganhou força no início do primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando se iniciou o que André Singer chama de “ensaio desenvolvimentista”. Dessa maneira, compreender a opção atual pela austeridade requer examinar, ainda que brevemente, a política econômica do primeiro mandato, suas tensões e seus limites. E entender como seus resultados abriram espaço para que certos grupos adotassem uma estratégia surpreendentemente bem sucedida de pautar o debate público com a necessidade de um ajuste fiscal e de rejeição das opções de política realizadas entre 2011 e 2014.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

13 de Maio: vamos falar sobre Manuel Querino, um intelectual negro brasileiro

Rememorando o dia de hoje, 13 de maio, que se celebra mais um aniversário da Abolição da Escravatura no Brasil, republicamos o artigo sobre Manuel Raimundo Querino, importante intelectual negro. Contudo, como tantos outros, pouco conhecido na AcademiaA data não é comemorada pelo movimento negro, não é por menos, após a Lei Áurea faltou ao Estado e às elites criarem as condições para que a população negra pudesse ter um tipo de inserção mais digna na sociedade.

Depois do fim da escravidão, de acordo com o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), em sua obra A integração do negro na sociedade de classes, de 1964, "as classes dominantes não contribuíram para a inserção dos ex-escravos no novo formato de trabalho". Pelo contrário, no período subsequente o pensamento hegemônico, mesmo na Academia, tentou "esconder", ou mesmo demonizar, de todas as formas, e por todos os argumentos, os negros e sua contribuição ao Brasil - aproveitando-se de um ambiente em que se manteve o racismo cultural e o latifúndio agroexportador e se difundiu a imigração de europeus e esteve ausente qualquer reparação aos ex-escravos e seus descentes.

Manuel Querino foi uma daquelas figuras espalhadas pelo país no final do século XIX e começo do século XX, anos que se seguiram ao fim da escravidão, na luta contra o racismo a partir da desenvolvimento de uma análise sociológica e antropológica da contribuição dos negros e africanos à cultura e sociedade brasileira em geral, elaborada a partir dos próprios negros.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Promessa de Levy que ajuste traria volta do crescimento se revela ilusão

Dados de inflação, emprego, confiança da indústria e déficit público mostram deterioração do cenário econômico provocada pelo pacote de medidas de ajuste, que prometia evitá-la

por Almir Cezar

Revelou-se ilusão a previsão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que a união de uma política de ajuste fiscal com a nova escalada da taxa básica de juros (Selic), agora para 13,25% ao ano, ajudaria na retomada dos investimentos, por restabelecer a confiança do empresariado, não se sustenta. Os dados de inflação (medida e a esperada pelo mercado), nível de emprego, déficit público dos estados e, especialmente, confiança da indústria mostram deterioração do cenário econômico provocada pelo pacote de medidas de ajuste, que prometia evitá-la.

O cenário contracionista, no conjunto das políticas macroeconômicas fiscal, cambial, monetária e creditícia faz com que a confiança do empresário se reduza, diante da expectativa de nova queda no Produto Interno Bruto (PIB) e na demanda, ao contrário do prometido. Mercado estima inflação em 8,26% e Selic em 13,5% no final do ano. Já os Estados têm déficit recorde para março. O resultado é que a confiança da indústria volta a cair e atinge o menor nível dos últimos nove anos e ainda mais grave para o trabalhador, à medida que o arrocho fiscal coloca 1,5 milhão na rua no primeiro trimestre, aumento do desemprego em 23%, passando para 7,9% da população economicamente ativa.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Economia cresce 0,1% em 2014, pior resultado em 5 anos


Em final de março foi divulgado o dado oficial do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB em 2014 somou R$ 5,521 trilhões, fechando o ano em leve alta de 0,1%. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.

Foi o pior resultado para a economia desde a queda de 0,2% em 2009, auge da crise crise econômica mundial. Entre os setores produtivos do PIB, a indústria teve o pior desempenho, caindo 1,2% no ano. O setor agropecuário teve avanço de 0,4%, e os serviços subiram 0,7%.


O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país, e foi divulgado em 27 de março pelo IBGE. Essa soma foi de R$ 5,521 trilhões no ano passado. O PIB per capita ficou em R$ 27.229, uma queda de 0,7% (em volume) em relação a 2013.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Professores brasileiros recebem piores salários

Ranking internacional mostra descaso com que a educação é tratada no país

Tropa de choque da PM do Paraná, governada por Beto
Richa (PSDB), ataca professores e servidores públicos 
em frente a Assembleia Legislativa. Mais de 170 feridos.
Alvos de agressão da polícia do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e da intransigência em São Paulo do governador Geraldo Alckmin, também tucano – estado em que estão em greve desde 13 março – os professores brasileiros estão na lanterna de um ranking internacional sobre salários de educadores.

O país amarga um dos últimos lugares em um ranking que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, considerando itens como salários dos professores, condições de trabalho na escola e desempenho dos alunos.

Segundo estudo da consultoria Gems Education Solutinos, os professores brasileiros recebem o equivalente a US$ 14,8 mil por ano (cerca de R$ 44,4 mil). O valor é calculado por uma média de 15 anos e usa o critério de paridade de poder de compra.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Governo Dilma já admite política econômica de Levy levará país à recessão este ano

Governo se curva a previsões dos bancos e estima queda de 0,9% no PIB deste ano
Faturamento caí e desemprego aumenta


por Almir Cezar

Ao longo dos últimos meses o ministro da Fazenda Joaquim Levy vinha dizendo que as medidas de corte de gastos e de aumento de tributos adotadas seriam apenas o primeiro passo para reequilibrar a economia. Sempre minimizava o impacto das medidas de ajuste fiscal anunciadas na produção e no consumo em 2015. Contudo, a equipe econômica, agora, estima que a atividade econômica deve encolher 0,9% este ano. É o que consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviado esta semana ao Congresso Nacional, que revê para baixo a previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. 

Com um ministro da Fazenda oriundo do sistema financeiro, o governo Dilma alinhou sua previsão com as estimativas dos bancos. Embora os números sejam divulgados pelo Ministério do Planejamento, as estimativas são de autoria da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Para 2016, a proposta da LDO prevê crescimento de 1,3%. Na véspera, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmara que as projeções da equipe econômica haviam incorporado as estimativas do mercado financeiro. Na última edição do Boletim Focus, pesquisa semanal com economistas de mercado divulgada pelo Banco Central, as instituições previam queda de 1,01% do PIB em 2015 e crescimento de 1% em 2016. A última edição do Focus prevê inflação de 8,13% para este ano e de 5,6% para 2016.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Morre Eduardo Galeano, importante pensador da esquerda da América Latina

A seguir a excelente nota a CSP-Conlutas Central Sindical e Popular homenageando o escritor Eduardo Galeano, falecido anteontem. O pensador era uma das principais referências da esquerda latino-americanas nas últimas décadas.

Morre Eduardo Galeano, importante pensador da esquerda da América Latina

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

Quem da esquerda em algum momento ou em muitos não se emocionou com estas frases de Fernando Birri tão citadas por Galeano? Eduardo Galeano, um dos grandes maestros da esquerda latino-americana, tombou nesta manhã de segunda-feira, aos 74 anos, em Montevidéu, Uruguai, devido a complicações de um câncer no pulmão. Havia sido internado na última sexta-feira.

Ícone da literatura com inúmeras publicações, perseguido pelos regimes ditatoriais que varreram a América Latina, também era jornalista e ensaísta. Eduardo Galeano pode ser citado não como especialista em alguma das áreas pelas quais passou, mas como um humanista que construiu uma identidade de nossos povos pela ousadia em se opor às imposições da Europa e dos Estados Unidos. Tanto na política quanto no jornalismo e na literatura.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Inflação, PIB e emprego: Dados e previsão da economia pioram em março

Em meio e apesar de ajuste econômico, dados  e previsão para a economia brasileira para 2015 pioram em março. Analistas do mercado financeiro espera inflação de 8,2% e retração no PIB de 1,01% em 2015. Taxa de desemprego cresceu para 6,2% em março, o pior dado desde 2006.

Mercado espera inflação de 8,2% e retração no PIB de 1,01% em 2015

Investidores e analistas dos mercado financeiro já estimam para 2015 inflação de 8,2%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O IPCA é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o objetivo de oferecer a variação dos preços no comércio para o público final.