Rentistas goleiam Educação
Monitor Mercantil, 28/12/2011
No seu 1ª ano, Dilma desvia R$ 127 bi para gasto com juros, o dobro da Educação
Em novembro, o setor público desviou R$ 8,2 bilhões da economia para gastar com juros (superávit primário). Com isso, o aperto fiscal acumulado do ano chegou a R$ 126,8 bilhões, 99% da meta de superávit primário do setor público para 2011, de R$ 127,9 bilhões. A gastança com juros é quase metade do valor destinado à Educação este ano.
Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC), que informou ainda que a relação dívida líquida/PIB no Brasil deve encerrar 2011 em 36,6%. Para 2012, a proporção deve cair para 35,7% do PIB, segundo o diretor do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel.
Um dos fatores que contribuíram para a melhora da relação dívida/PIB ao longo de 2011 foi a variação cambial, já que o real teve desvalorização na casa dos 11% este ano.
Os economistas Paulo Passarinho, do Conselho Regional de Economia (Corecon-RJ), e Dércio Munhoz, da Universidade de Brasília (UnB), porém, contestam, não apenas o critério de medição da dívida, mas as perspectivas da economia para o próximo ano.
"O conceito de dívida líquida, que não é usado pelos países desenvolvidos, não inclui os títulos do Tesouro em poder do BC, usados nas operações do mercado aberto, e mistura dívida interna com externa, ao usar as reservas internacionais para abater o montante do endividamento, que está próximo, na realidade, dos 70% do PIB e é retroalimentado pelos juros astronômicos cobrados no país", critica Passarinho.
Já Munhoz considera a situação do país mais frágil para enfrentar a crise do que em 2008: "O endividamento externo cresce com a valorização do real, enquanto os empréstimos ao consumidor no mercado interno estão perto do limite. O governo procurou enfrentar a valorização cambial permitindo, entre outras medidas, a manutenção dos dólares dos exportadores no exterior por até cinco anos. Manter dólares no exterior significa estimular os exportadores a fazer negócios conjugados com bancos lá fora para aplicar no Brasil sem impostos", destaca.
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