Com Dilma priorizando rentistas, sobrou menos dinheiro para investir em 2011
O arrocho fiscal que garantiu o superávit primário este ano (economia para gastar com juros) derrubou a taxa de investimento público no Brasil, que caiu de 2,9% do PIB, em 2010, para 2,5% do PIB, informa o estudo Como anda o investimento público no Brasil?, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O Ipea, porém, aposta em recuperação para 2012, puxada, principalmente, por obras de infra-estrutura, como escolas, hospitais, estradas e hidrelétricas. Tais investimentos ficaram ainda mais prejudicados em 2011 por este não ter sido um ano eleitoral, acrescenta o Ipea.
Entre 2004 e 2010 a taxa anual de crescimento do investimento público ficou em 14%, atingindo 4,2% do PIB. Entre 1995 e 2003, os investimentos públicos em valores reais declinaram 1,9% em relação ao PIB, e não atingiram 2% do PIB. O período engloba os oitos anos do governo Fernando Henrique Cardoso e o primeiro ano da administração Lula (2003), quando o país amargou o maior superávit fiscal após o real.
No início de 2011, além de aumentar a taxa básica de juros (Selic) e restringir o crédito, o Governo Federal anunciou cortes orçamentários da ordem de R$ 50 bilhões com intuito de cumprir a meta cheia de superávit primário de 2011. Além disso, no fim de agosto, manifestou a intenção de superar a meta e desviar mais cerca de R$ 10 bilhões da economia para a gastança com juros.
Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análises de Previsões do Ipea, elogia a mudança de postura do Banco Central (BC), que começou a baixar juros. Mas ele cobra uma política fiscal mais flexível. "A notícia positiva é que o BC não ouviu o mercado, afastou-se de paradigmas abstratos e resolveu baixar juros, influenciando positivamente as expectativas", diz o economista, lembrando que "a inflação (primeira preocupação do BC), no acumulado de 12 meses, está em plena convergência com as metas".
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