Quando a riqueza geral cresce, a os ricos cresce muito mais. Os Anos Lula foram uma década dourada para a burguesia brasileira. Apesar das pequenas concessões a classe trabalhadora houve aumento da exploração do trabalho.
Década de ouro faz grandes grupos crescerem 2,5 vezes além do PIB
Levantamento do iG revela que 19 dos 20 maiores grupos nacionais faturam mais de R$ 10 bilhões. Há dez anos, eram apenas dois
André Vieira, iG São Paulo | 13/05/2011
Na primeira década do século 21, os maiores grupos brasileiros cresceram numa velocidade 2,5 vezes acima da expansão da economia brasileira.
No detalhe, o faturamento dos 20 maiores grupos nacionais de capital privado subiu 534% entre os anos de 2000 e 2010, alcançando uma receita bruta conjunta de R$ 587,9 bilhões. No primeiro decênio do século, o lucro consolidado destes grupos chegou a R$ 60,3 bilhões no ano passado, o que significou uma alta de 678% na comparação com o ganho líquido obtido em 2000.
As conclusões fazem parte de um levantamento inédito elaborado pelo iG com os dados dos 20 maiores grupos de capital privado de controle nacional. Nesta década de ouro para os grupos brasileiros, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 212%, a maior expansão observada desde o Milagre Econômico.
A pesquisa mostra outra curiosidade: as receitas de 19 dos 20 maiores grupos privados ultrapassaram os R$ 10 bilhões em 2010. A velocidade de crescimento do faturamento e do lucro supera também outros indicadores econômicos. No mesmo período de dez anos, as ações do Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, valorizaram 337%. O índice também foi superior aos principais indicadores de inflação, como o IPC-Fipe (77,3%), o IPCA (89,7%) e o IGP-M (129,7%).
O desempenho dos 20 conglomerados privados ajuda a explicar parte da transformação da economia brasileira nos últimos dez anos. “A maioria destas empresas passou por um período não só de crescimento orgânico forte por causa da expansão da economia brasileira, mas também por aquisições tanto no Brasil como no exterior”, diz o professor de finanças da Fundação Dom Cabral (FDC), Haroldo Mota.
Grupos econômicos voltados à produção de commodities são maioria no levantamento. Dos 20 grupos, nove deles têm atividades principais nas áreas de produção de agronegócios e cadeia mineral. De sétima colocada, a Vale, que lidera o levantamento com uma receita bruta de R$ 83 bilhões, tornou-se nos anos 2000 a segunda maior mineradora do mundo. Uma expansão de 747%.
“O crescimento da Vale se deve à realização maciça de investimentos ancorada na disciplina da alocação do capital em resposta à uma forte expansão da demanda global por minérios e metais”, explicou o diretor de relações com investidores da Vale, Roberto Castello Branco, lembrando que os planos são fazer a empresa a maior em termos de capitalização de mercado já em 2015.
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