Banqueiros apostam em lucros de uma reestruturação da dívida grega e Banco Central Europeu (BCE) prepara rolagem dos bônus. Os banqueiros vislumbram altos lucros em decorrência das condições favoráveis que a acompanharão, mas o custo disso será convocado a pagar o Estado grego, e será lançado na dívida por intermédio de novas garantias que serão prestadas para o resgate de liquidez perdida. Aí o porque da imposição dos governos europeus de um plano de ajuste a Grécia, como etapa preparatória à reestruturação da dívida.
Banqueiros apostam em lucros de uma reestruturação da dívida grega.
Monitor Mercantil, 22/06/2011 -Laura Brit, Sucursal da União Européia.
Zurique - "Espertos", os banqueiros estrangeiros alimentam a discussão em torno da reestruturação de dívida da Grécia, afirma o diretor do Fundo Europeu de Apoio (EFSF), Klaus Regling, destacando que "os banqueiros vislumbram altos lucros em decorrência das condições favoráveis que a acompanharão".
Em entrevista ao jornal econômico alemão Handelsblatt, Regling denunciou que "as instituições financeiras européias reconhecem que têm prejuízos com qualquer reestruturação", mas julgam que "os benefícios que usufruirão prometem muito mais e também acreditam que quaisquer prejuízos em seus portfólios serão limitados".
Estudando as condições que acompanham as reestruturações de dívida estatal de países da América Latina e da Ásia nas duas décadas anteriores, Regling declarou: "As instituições bancárias constatam que junto foram prestadas altas garantias, as quais, com muito prazer, gostariam que fossem repetidas, também, na Europa".
"Por isso mesmo - diz Regling - os bancos põem, incessantemente, fogo na discussão sobre reestruturação". Do mesmo ponto de vista parece ser, também, partidário - segundo o jornal Handelsblatt - o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet.
Círculos do Eurogroup - que invoca o jornal Handelsblatt - sustentam que Jean-Claude Trichet havia alertado, claramente, os ministros das Finanças para "não se influenciarem pelos bancos" sobre aquilo que deve ser feito com a Grécia.
Segundo boatos, o presidente do Banco Central da Grécia, Geórgios Provópulos, está preparando o terreno para rolagem dos títulos estatais gregos. A União Européia (UE) parece que já pediu à Grécia para que os primeiros voluntários no alongamento sejam os bancos privados gregos, mas o custo disso será convocado a pagar o Estado grego, e será lançado na dívida por intermédio de novas garantias que serão prestadas para o resgate de liquidez perdida. A participação dos bancos em eventual acordo voluntário para um roll-over da dívida grega já está sendo examinada em toda a Europa.
Retorno aos mercados
As agências internacionais de rating consideram que os credores privados não concordarão voluntariamente com um alongamento do prazo de resgate dos bônus gregos que possuem, particularmente, bancos privados alemães e franceses. Mas a proposta da Alemanha para a participação de investidores individuais e bancos privados, da qual discordam o Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Européia (órgão executivo da União Européia) e a França, predomina.
Destaca-se que as discordâncias de organismos europeus internacionais refletem as oposições de banqueiros e de interesses econômicos privados. Neste âmbito, a proposta alemã inclui, além de duríssimas medidas de frugalidade, apoio financeiro à Grécia de 90 bilhões de euros, volume de recursos que permitirá ao país retornar novamente aos mercados em meados de 2014.
Deste volume de recursos, 1/3 será proveniente dos países integrantes da Zona do Euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI), 1/3 das arrecadações do Programa de Privatizações a Médio Prazo e 1/3 da participação voluntária de investidores e bancos privados. Ao contrário, o BCE sustenta a voluntária recompra dos bônus por bancos estrangeiros, imediatamente após o vencimento de seu prazo, excluindo qualquer outra solução.
Por fim, a Alemanha sustenta que "a situação na Europa e na Grécia é séria" e é por isso que exige-se um programa de apoio financeiro à Grécia a fim de, com a liberação da quinta parcela (12 bilhões de euros) seja evitado o risco de interrupção de pagamentos, com todas as suas pesadas consequências em nível europeu e internacional.
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